Descrição de chapéu Obituário Roberto Carmona (1936 - 2022)

Roberto Carmona, ícone do jornalismo esportivo, morre aos 86 anos

De acordo com familiares, ele não resistiu a complicações após uma cirurgia

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São Paulo

Roberto Carmona, um dos mais importantes nomes do jornalismo esportivo brasileiro, morreu neste domingo (4) aos 86 anos.

De acordo com informações de familiares dele, Carmona havia sido internado para realizar uma cirurgia na coluna e não resistiu a complicações. O jornalista deixa quatro filhos e oito netos.

Jornalista Roberto Carmona fez história no jornalismo esportivo brasileiro
Jornalista Roberto Carmona fez história no jornalismo esportivo brasileiro - Divulgação

Nascido em Presidente Bernardes, no interior de São Paulo, Carmona se mudou para o Paraná na infância e chegou a São Paulo em 1963 para trabalhar em sua área de formação, a contabilidade, mas logo ingressou na Rádio Record.

Em mais de seis décadas de carreira, o jornalista passou por veículos como Globo, Jovem Pan, Gazeta e Bandeirantes e participou da cobertura de várias edições da Copa do Mundo. Nos últimos anos, trabalhava na Transamérica FM.

Em 2013, quando completou 50 anos no jornalismo esportivo, Carmona foi laureado com o Troféu Ford Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo) e o prêmio especial do júri da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).

Na ocasião, Carmona disse, em entrevista ao Portal dos Jornalistas, que ingressou na profissão por acaso. Ele e um amigo, afirmou, brincavam de narrar os jogos no estádio de Arapongas, no Paraná, e acabaram sendo convidados para substituir um locutor afastado.

"O gerente da rádio se desesperou e alguém sugeriu que ele chamasse a mim e meu amigo para narrar, já que muitas pessoas gostavam de nós e nos conheciam da arquibancada. Assim comecei. Depois pedi para o meu amigo narrar o jogo sozinho, porque eu queria ser repórter."

Na mesma entrevista, Carmona disse que a cobertura da Copa na Argentina, em 1978, foi a mais marcante de sua carreira e contou que, na partida entre Brasil e Itália pelo terceiro lugar, conseguiu entrar no gramado e assistir à partida de uma pequena arquibancada destinada aos fotógrafos —o ingresso na área não era permitido aos repórteres de rádio.

Perguntado sobre sua carreira no jornalismo esportivo, a qualificou como maravilhosa. "Eu trabalhava no esporte que adorava, o futebol, e se não fosse jornalista teria que pagar para ver o jogo. Como jornalista eu ganhava para isso. Quer algo melhor? Além disso, realizei meu sonho de infância, que era viajar o mundo todo. Dei a volta ao mundo duas vezes."

Sua trajetória foi narrada em detalhes no livro "O Senhor do Rádio: a Fantástica História de Roberto Carmona, o Repórter que Viveu os Anos Dourados do Rádio Esportivo Brasileiro", escrito por Cristiano Silva e publicado neste ano pela editora Kelps.

Em nota, a rádio Transamérica destacou a voz e o legado de Carmona. "Morre a voz marcante da Transamérica, Roberto Carmona, uma lenda do jornalismo esportivo e da história do rádio."

A morte do jornalista também foi lamentada por colegas de profissão. Milton Neves, apresentador da Bandeirantes e colunista do UOL, homenageou o jornalista: "Grande Carmona, exemplo de longevidade, determinação, dedicação e educação".

O narrador Silvio Luiz escreveu que "o domingo acabou com a morte do colega Roberto Carmona", e o jornalista André Hernan postou que "no rádio era imbatível e como colega um cara incrível, sempre com uma palavra de apoio aos mais jovens".

O Corinthians também se manifestou. "Ao longo de mais de 50 anos de carreira, contou com brilhantismo muitos momentos de nossa história."

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