Barcelona é investigado por pagar R$ 7,8 milhões a empresa de cartola da arbitragem

Segundo investigação, clube teria pago R$ 7,8 milhões a vice-presidente de um comitê de arbitragem

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Barcelona | Reuters

Promotores espanhóis investigam pagamentos de cerca de 1,4 milhão de euros (R$ 7,8 milhões, na cotação atual) que Barcelona teria feito ao longo de três anos a uma empresa de propriedade de um alto funcionário do órgão de arbitragem da Espanha.

A rádio espanhola Cadena SER informou nesta quarta-feira (15) que o clube efetuou os pagamentos entre 2016 e 2018 a uma empresa de José Maria Enríquez Negreira, então vice-presidente de um comitê de arbitragem da federação espanhola.

O Barcelona disse em comunicado que está ciente da investigação. O clube afirma que "contratou os serviços de um consultor externo", que lhe forneceu "relatórios técnicos relacionados com a arbitragem profissional", classificando como "uma prática comum entre os clubes de futebol profissional".

Policiais durante operação na sede do Barcelona, em 2021; clube agora é apontado como autor de pagamentos a empresa ligada a vice-presidente de comitê de arbitragem - Lluis Gene - 1º.mar.2021/AFP

O gigante espanhol disse ainda que o consultor também forneceu, em formato de vídeo, reportagens sobre jovens jogadores de outros clubes do país.

No entanto, o ex-presidente do Barcelona Josep Maria Bartomeu disse ao diário esportivo Mundo Deportivo que os pagamentos retrocederam antes de 2003 e totalizaram 575 mil euros (R$ 3,2 milhões, na cotação atual) por ano até serem interrompidos em 2018, como parte de medidas de corte de custos.

Questionado sobre as declarações do ex-cartola, o Barcelona não fez mais comentários.

A Comissão Técnica de Árbitros afirma em comunicado que Enriquez Negreira não exerce funções oficiais desde 2018 e que "nenhum árbitro ativo ou membro dos órgãos da CTA pode realizar qualquer trabalho que incorra em conflito de interesses".

Segundo relatos da mídia espanhola, os promotores iniciaram a investigação em 2022, depois que uma inspeção da repartição de finanças de uma empresa de Enriquez Negreira não encontrou nenhum registro ou serviços prestados ao Barcelona em troca de 1,4 milhão de euros em pagamentos.

A Cadena SER citou Enriquez Negreira, dizendo que seu conselho foi verbal e incluiu interações dos jogadores com os árbitros e que ele negou ter favorecido o Barcelona em quaisquer decisões ou disputas de arbitragem.

Punição e prescrição

Segundo o diário Marca, o pagamento feito pelo Barcelona poderia ser classificado como uma infração grave. A punição prevista, neste caso, envolveria até o rebaixamento do clube no Campeonato Espanhol.

O próprio jornal ressalta, porém, que, de acordo com a nova Lei do Esporte, aprovada em dezembro de 2022, infrações muito graves prescrevem em três anos. Como, segundo alegado, os pagamentos teriam parado em 2018, não caberia punição.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.