Os cinco erros da seleção brasileira na Copa do Mundo

Lenta, sem criatividade e indecisa, equipe caiu na fase de grupos

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São Paulo

A cada eliminação do Brasil no futebol, há a busca por culpados. Com uma seleção em processo de renovação e com sua estrela máxima próxima da aposentadoria, a equipe desembarcou na Austrália cheia de esperanças. Mas o futebol em campo não correspondeu.

Desde a chegada na Oceania até as três partidas disputadas na Copa do Mundo, houve problemas, erros que comprometeram a campanha e provocaram a eliminação na primeira fase.

Geyse cobre o rosto, caída no gramado, após eliminação brasileira
Geyse cobre o rosto, caída no gramado, após eliminação brasileira - Hannah Mckay/Reuters

Lentidão em campo

Contra França e Jamaica, seleções bem posicionadas na marcação, o Brasil encontrou muita dificuldade ofensiva, em grande parte, por causa da lentidão. Isso ficou ainda mais claro diante das jamaicanas, que jogavam pelo empate e tinham uma proposta de atuar fechada, sem qualquer pretensão de atacar.

Por não ter velocidade, os toques para as laterais eram os únicos que davam certo. Quando as brasileiras tentavam ser mais incisivas, a zaga adversária cortava.

Falta de criatividade

Com transições diretas da defesa para o ataque, o Brasil passou boa parte da Copa do Mundo esquecendo a existência do setor de meio de campo. A falta de uma armadora de criatividade que mostrasse eficiência também prejudicou.

À exceção da partida contra o Panamá (que sofreu 11 gols em três partidas), o Brasil teve muitos problemas para criar chances reais para anotar. Não houve nenhuma contra a Jamaica. Diante da França, o gol surgiu no rebote de um chute que caiu nos pés de Debinha dentro da área, não de uma jogada trabalhada.

Excesso de empolgação com a estreia

A goleada diante do Panamá provocou empolgação na seleção, torcida e imprensa, em uma corrente para frente comum ao Brasil em Copas do Mundo. Isso ficou ainda maior com o futebol ruim de algumas das principais seleções na estreia. A Inglaterra penou contra o Haiti, a França empatou com a Jamaica, e a Noruega caiu diante da Nova Zelândia.

Logo em seguida à vitória, a equipe de Pia Sundhage passou a ser considerada uma das favoritas.

Mas a goleada na primeira rodada apenas adiou o choque de realidade que viria em seguida.

Mudanças de Pia

Quando a seleção precisou da sua treinadora, ela falhou. Com o placar adverso diante da França e mesmo percebendo a dificuldade da equipe para buscar o 2 a 2, ela fez apenas uma alteração até os 39 do segundo tempo.

Contra a Jamaica, substituiu Ary Borges por Bia Zaneratto no intervalo, mantendo a mesma estrutura tática. Não deu resultado.

"Algumas das situações ali no segundo tempo poderiam ter sido melhores. Quando vemos o resultado, percebemos que foi um pouco tarde", disse ela após o empate, referindo-se ao tempo das mudanças.

O fator Marta

Era uma situação difícil para Pia e as demais jogadoras. Como não levar para a Copa do Mundo aquela que é talvez a maior jogadora da história do esporte? Era a última chance para Marta chegar ao título, mas, aos 37 anos, ficaram claras as suas limitações físicas.

Ela vem de lesões seguidas nos últimos anos e monopolizou as atenções na seleção. A treinadora e demais atletas tiveram de responder a constantes perguntas sobre a camisa 10. Mas a própria Pia mostrou indecisão no que fazer.

É verdade que teve pouco tempo, cerca de 25 minutos somadas as duas primeiras rodadas, mas Marta não fez muito em campo. No jogo mais importante e que valia a sobrevivência brasileira na Copa, ela foi titular e também não resolveu.

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