Descrição de chapéu paralimpíadas

Alana Maldonado é bicampeã paralímpica no judô

Brasileira domina chinesa, sua velha algoz, e recebe medalha de ouro em Paris

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Paris

Alana Maldonado, 29, chegou ao bicampeonato paralímpico na Arena Campo de Marte, nesta sexta (6), nos Jogos de Paris, ao derrotar a chinesa Yue Wang, 27, na final feminina da categoria até 70 kg, categoria J2 do judô.

A brasileira, líder do ranking mundial, vibrou e ergueu os braços após superar pela primeira vez a rival chinesa. Depois, no pódio, voltou a ficar emocionada com a execução do hino.

Além das duas medalhas de ouro, a paulista tem uma de prata, conquistada em seus primeiros Jogos, no Rio-2016.

"Nós nos enfrentamos três vezes neste ano [antes]. Foram todas lutas pau a pau, bem disputadas, mas acabei perdendo as três", disse, antes do confronto. "Mas hoje é o dia", avisou.

A judoca do Brasil lembrou depois do pódio que foi justamente depois da luta contra Wang que ela sofreu uma lesão que a deixou fora de combate por quase um ano. "O período em que eu fiquei afastada, precisei me desligar dos tatames para recarregar minhas energias. Tirei esse tempo para voltar com toda força", disse.

"Tive muita calma e paciência nesse ciclo. Sabia que na hora certa eu ia conseguir vencê-la. Estava muito focada", disse a brasileira, agradecendo depois o apoio do clube, da comissão técnica, da família no Brasil e da esposa, que está em Paris.

A atual campeã paralímpica dominou a luta desde o princípio e logo aos 36 segundos conectou um ko-soto-gari, mas a arbitragem não considerou a pontuação. Só depois de uma revisão, o wazari foi anotado a favor da brasileira.

Pouco depois da metade, uma nova pontuação a favor da brasileira lhe rendeu a vitória por ippon.

As competições de judô em Paris são na Arena Campo de Marte - Julien de Rosa/AFP

Os judocas são separados em duas categorias de deficiência visual: J1 (cegos totais ou com percepção de luz) e J2 (atletas que conseguem definir imagens).

Alana é do mesmo peso de Brenda Freitas, que ganhou a medalha de prata minutos antes, mas na classe J1. Em Paris, essa é a primeira vez que a modalidade tem a divisão na classificação.

"Ainda bem que tem essa separação, eu falo para a Brenda que não ia dar certo de a gente disputar a mesma vaga", brinca sobre a medalhista de prata, de quem é boa amiga. "Nem o meu coração nem o dela iam aguentar. Ainda bem que é separado", completa.

Depois, mais séria, a bicampeã avalia que a separação de classes é mais justa para a modalidade. "Hoje um J1 lutar contra um J2 é uma desvantagem, com a separação a gente consegue igualar as forças."

A paulista continua como a única representante do judô feminino do Brasil com medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos, agora com duas.

Aos 14 anos, Alana descobriu que tinha a doença de Stargardt (que causa perda de visão progressiva). Ela já praticava judô desde os quatro, mas, somente em 2014, quando entrou na faculdade, começou no paradesporto.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.