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Primeiro
volume da edição crítica será lançado
em novembro, em Portugal
Vieira
no original
da
enviada especial a Portugal
O
principal evento das comemorações dos 300 anos da morte
do Padre Antônio Vieira em Portugal acontecerá no período
de 20 a 23 de novembro, em Lisboa.
Organizado pela Universidade Católica Portuguesa e pela Província
Portuguesa da Companhia de Jesus, o Congresso Internacional do Terceiro
Centenário do Padre Antônio Vieira contará com
a participação de estudiosos portugueses e
brasileiros de diversos aspectos da obra do jesuíta.
Por
ocasião do congresso, estão previstos os lançamentos
do primeiro dos três volumes da "Clavis Prophetarum",
bem como o primeiro volume da primeira edição crítica
da obra de Vieira. O ambicioso projeto da edição crítica,
que não tem previsão de término, pretende repor
os textos na sua forma original, registrando todas as variantes
conhecidas dos mesmos.
Segundo o professor Aníbal Pinto de Castro, diretor da Biblioteca
de Coimbra e coordenador do projeto da edição, "o
primeiro volume já está com todas as anotações
praticamente feitas". Em Coimbra, o professor falou à
Folha sobre a elaboração do projeto e sobre a perda
de uma de suas principais idealizadoras neste ano, Margarida Vieira
Mendes, da Faculdade de Letras de Lisboa.
Folha
- Como está sendo preparada a edição crítica?
Aníbal Pinto de Castro - A edição está
a ser objeto de trabalho no âmbito de um programa da sociedade
científica da Universidade Católica Portuguesa. E
tem um grupo de trabalho, coordenado por mim, que envolve especialistas
de crítica textual, historiadores, peritos de teologia e
da história da Igreja etc., visto que, além de ser
uma edição crítica, ela será também
uma edição comentada. Por conseguinte, precisamos
recorrer a especialistas de vários setores para podermos
abarcar todos os campos da obra de Vieira.
Folha - A pesquisa é realizada em arquivos estrangeiros
ou só portugueses? Há documentos inéditos?
Castro - Pesquisamos basicamente em arquivos portugueses
e italianos. Não há propriamente documentos inéditos.
Há cópias manuscritas dos "Sermões"
de Vieira, e nenhuma autógrafa. E temos dois tipos de interesses
nesses manuscritos. Se eles são anteriores à edição
primeira, têm que ser tomados em conta, porque podem representar
estados dos textos anteriores à revisão final que
o próprio Vieira lhes deu. Se são cópias da
primeira edição, não têm interesse nenhum
por esse aspecto.
Folha - Há previsão de término para
o trabalho?
Castro - Não temos previsão. O trabalho está
bastante adiantado. A preparação crítica do
texto já vai no quinto volume da primeira edição,
a edição príncipe, das obras de Vieira. É
preciso lembrar que no centro desse projeto esteve sempre a professora
Margarida Vieira Mendes. Ela apresentou à Faculdade de Letras
de Lisboa, há uns anos, a tese "A Oratória Barroca
do Padre Antônio Vieira", que é fundamental, a
grande visão de síntese dos estudos vieirianos nos
últimos 40 anos. Era uma pessoa de grande saber e sensibilidade
aos textos, de uma dedicação inesquecível e
por conseguinte a sua morte prematura, aos 40 anos, foi uma perda
irreparável.
Folha - Há brasileiros no projeto?
Castro - Contamos com a colaboração de professores
como João Adolfo Hansen e Adma Muhana.
Leia
mais: Ensaio
geral para o ano 2000
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