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27/08/2004
-
16h55
da BBC Brasil, em Nova York
Pat Buchanan é um terror em convenções do Partido Republicano. Jornalista, escritor e ex-candidato presidencial, ele é a voz vociferante de uma direita radical.
Na convenção republicana de 1992, durante a campanha de reeleição do primeiro presidente Bush, Buchanan estragou o espetáculo coreografado de unidade e moderação conservadora com um discurso em que batia na tecla de uma "guerra cultural" que dividia os americanos em questões morais.
A estridência de Buchanan prejudicou a campanha republicana e na seqüência vieram os oito anos da farra clintoniana.
Mas o articulado comentarista ultraconservador é renitente. Ele aproveita esta outra convenção republicana que irá consagrar um outro Bush em Nova York para lançar um livro e ganhar espaço no debate ideológico.
Para o desencanto e preocupação dos caciques republicanos, como era de se esperar, Buchanan não canta no coro oficialista. O tema dissonante desta vez não é uma "guerra cultural", mas o Iraque.
Com suas típicas hipérboles, Buchanan define a invasão determinada pela Casa Branca como a "maior asneira estratégica em 40 anos, um erro mais custoso do que o Vietnã".
"Falta de prudência"
Homem de tempestades retóricas, Buchanan lamenta a "falta de prudência" da Casa Branca, dizendo que cautela é uma marca dos conservadores, ou seja, Bush deixou de ser conservador.
Buchanan já foi um ideólogo mais importante, mas sua influência não deve ser descartada.
A direita religiosa, que nunca morreu de amores pelo primeiro presidente Bush, está mais à vontade com o filho que nunca cometeu a "asneira estratégica" de não cultivar essa base eleitoral crucial.
Com isto, Buchanan tem menos ressonância junto a este setor. No entanto, sua cruzada geopolítica incomoda os arautos neoconservadores ao desconstruir as justificativas para a marcha de Bagdá.
Buchanan reflete os interesses de uma tradicional ala isolacionista dos conservadores americanos, que se opõe a intervenções no exterior e lamenta exercícios messiânicos de reconstrução de países.
Buchanan investe diretamente contra Bush observando que, antes dos ataques de 11 de setembro, o presidente encarnava as melhores tradições conservadoras, mas depois se bandeou para o lado dos aventureiros ansiosos por uma justificativas para atacar o Iraque.
Buchanan pega pesado na questão da "asneira estratégica", argumentando que a intervenção no Iraque trouxe mais terror e menos segurança.
Neste ataque pela direita, Buchanan parece ecoar as críticas de suspeitos habituais de esquerda.
Cabelo impecável
Sempre de terno e cabelo impecavelmente penteado, Pat Buchanan é uma digna antítese do desalinhado Michael Moore.
Os promotores do seu livro esperam que ele consiga gerar os mesmos incêndios que o diretor de "Fahrenheit 11 de Setembro". Não é à toa que na ofensiva de marketing do livro, Buchanan é rotulado como o "novo Michael Moore".
Com todas as confusões que os dois polemistas aprontam, ambos têm algo em comum: o voto útil.
Moore insiste que não irá repetir o erro de quatro anos atrás quando votou no independente Ralph Nader e não nos democratas.
E, apesar da desilusão com a marcha neoconservadora, Buchanan diz que não dá para pensar em apoiar o democrata John Kerry em novembro devido a "diferenças monumentais".
Ele vai mesmo de George W. Bush, o administrador das "asneiras estratégicas".
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Pat Buchanan lança livro com ataques pela direita contra Bush
CAIO BLINDERda BBC Brasil, em Nova York
Pat Buchanan é um terror em convenções do Partido Republicano. Jornalista, escritor e ex-candidato presidencial, ele é a voz vociferante de uma direita radical.
Na convenção republicana de 1992, durante a campanha de reeleição do primeiro presidente Bush, Buchanan estragou o espetáculo coreografado de unidade e moderação conservadora com um discurso em que batia na tecla de uma "guerra cultural" que dividia os americanos em questões morais.
A estridência de Buchanan prejudicou a campanha republicana e na seqüência vieram os oito anos da farra clintoniana.
Mas o articulado comentarista ultraconservador é renitente. Ele aproveita esta outra convenção republicana que irá consagrar um outro Bush em Nova York para lançar um livro e ganhar espaço no debate ideológico.
Para o desencanto e preocupação dos caciques republicanos, como era de se esperar, Buchanan não canta no coro oficialista. O tema dissonante desta vez não é uma "guerra cultural", mas o Iraque.
Com suas típicas hipérboles, Buchanan define a invasão determinada pela Casa Branca como a "maior asneira estratégica em 40 anos, um erro mais custoso do que o Vietnã".
"Falta de prudência"
Homem de tempestades retóricas, Buchanan lamenta a "falta de prudência" da Casa Branca, dizendo que cautela é uma marca dos conservadores, ou seja, Bush deixou de ser conservador.
Buchanan já foi um ideólogo mais importante, mas sua influência não deve ser descartada.
A direita religiosa, que nunca morreu de amores pelo primeiro presidente Bush, está mais à vontade com o filho que nunca cometeu a "asneira estratégica" de não cultivar essa base eleitoral crucial.
Com isto, Buchanan tem menos ressonância junto a este setor. No entanto, sua cruzada geopolítica incomoda os arautos neoconservadores ao desconstruir as justificativas para a marcha de Bagdá.
Buchanan reflete os interesses de uma tradicional ala isolacionista dos conservadores americanos, que se opõe a intervenções no exterior e lamenta exercícios messiânicos de reconstrução de países.
Buchanan investe diretamente contra Bush observando que, antes dos ataques de 11 de setembro, o presidente encarnava as melhores tradições conservadoras, mas depois se bandeou para o lado dos aventureiros ansiosos por uma justificativas para atacar o Iraque.
Buchanan pega pesado na questão da "asneira estratégica", argumentando que a intervenção no Iraque trouxe mais terror e menos segurança.
Neste ataque pela direita, Buchanan parece ecoar as críticas de suspeitos habituais de esquerda.
Cabelo impecável
Sempre de terno e cabelo impecavelmente penteado, Pat Buchanan é uma digna antítese do desalinhado Michael Moore.
Os promotores do seu livro esperam que ele consiga gerar os mesmos incêndios que o diretor de "Fahrenheit 11 de Setembro". Não é à toa que na ofensiva de marketing do livro, Buchanan é rotulado como o "novo Michael Moore".
Com todas as confusões que os dois polemistas aprontam, ambos têm algo em comum: o voto útil.
Moore insiste que não irá repetir o erro de quatro anos atrás quando votou no independente Ralph Nader e não nos democratas.
E, apesar da desilusão com a marcha neoconservadora, Buchanan diz que não dá para pensar em apoiar o democrata John Kerry em novembro devido a "diferenças monumentais".
Ele vai mesmo de George W. Bush, o administrador das "asneiras estratégicas".
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