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15/11/2005 - 21h19

Policial 'drag queen' se diz amante do deus Krishna na Índia

RAM DUTT TRIPATHI
da BBC Brasil, em Lucknow

Um oficial da polícia que gosta de se vestir de mulher está dando dor de cabeça para o governo de um Estado indiano.

O agente drag queen é o inspetor-geral Devendra Kumar Panda, que causou alvoroço na semana passada ao comparecer a uma audiência em um tribunal de Uttar Pradesh com roupas femininas.

Panda diz que é a reencarnação da deusa hindu Radha, a amada de outro deus, lorde Krishna.

Depois que o caso veio à tona, redes de TV mandaram equipes até a casa do policial para filmá-lo rezando para Krishna – representado na forma de uma figueira sagrada.

Panda é casado, mas sua mulher não está gostando de sua “fase mulher” e entrou com uma ação de separação porque ele não está se comportando da forma que se espera de um marido.

Pensão

Ela fez um apelo para que Panda não seja mandado embora da polícia – isso significaria a perda da pensão de 7 mil rúpias (R$ 339,60) por mês que ele lhe é obrigado a pagar por decisão de um tribunal da cidade de Lucknow.

O casal estava junto havia 33 anos e tem dois filhos, mas agora Panda não dá mais atenção à sua família.

Ele passa os dias abraçado à figueira sagrada e entoando hinos para Krishna.

Ou então ele fica em um quarto da casa que é mantido isolado dos outros moradores.

“Este é meu quarto privado”, diz Panda. “Só Krishna pode entrar aqui.”

Em segredo

Não é incomum entre as seitas hindus que algumas pessoas reverenciem deuses como se fossem seus amantes, ou para homens viverem como mulheres devotas.

Mas a posição de Panda é delicada devido ao fato de que ele ocupa um alto cargo na polícia de Uttar Pradesh.

Seus colegas mantiveram em segredo durante anos a preferência de Panda por vestimentas femininas, mas agora precisam decidir o que fazer com um policial que se tornou motivo de escárnio.

“Sua aparência e seu comportamento são estranhos”, admite o diretor-geral da polícia de Uttar Pradesh, Yashpal Singh.

“Mas talvez ele esteja sofrendo de algum problema mental e qualquer ação disciplinar poderia precipitar as coisas.”
 

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