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19/09/2006
-
06h08
da BBC Brasil, em Nova York
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o Brasil não nega à Bolívia o direito de nacionalizar seus recursos, mas acrescentou que o problema com o país andino é a forma com que as autoridades bolivianas implementam tais medidas.
"A nossa questão com a Bolívia tem sido menos o conteúdo de algumas medidas, mas sim a forma", afirmou, em menção à recente decisão anunciada pelo governo do país andindo de assumir o controle de duas refinarias da Petrobras em terreno boliviano.
Recém-chegado de uma visita a Havana, Cuba, onde participou do mais recente congresso dos Países Não-Alinhados, o chanceler contou que durante sua estadia teve duas "conversas produtivas" com o presidente da Bolívia, Evo Morales.
"Há uma disposição boa de negociar, de encontrar formas que permitam a permanência da Petrobras no país. A Petrobras é uma empresa. Ela tem que dar lucro na Bolívia. Mas ao mesmo tempo é preciso atender às necessidades, que reconhecemos, do povo boliviano".
Sobressaltos
Em Havana, o ministro havia criticado o que chamou de "falta de previsibilidade" das ações do governo boliviano.
A Bolívia havia concordado em negociar com o governo brasileiro os detalhes do decreto do setor dos hidrocarbonetos editado em maio.
Amorim também havia dito que não era possível que o estado andindo oferecesse "um sobressalto a cada dois meses".
Mas agora o tom do ministro parece ter mudado. "Acho que estamos dando passos nas direções certas. E quando estamos dando passos na direção certa, o melhor é continuar nesse rumo."
Retrospecto
Na semana passada, a Bolívia anunciou que estava passando o controle de duas refinarias da Petrobras para a estatal YPBF.
Em resposta, a Petrobras ameaçou recorrer a uma corte de arbitragem internacional ligada ao Banco Mundial.
Pouco depois, o governo boliviano disse ter congelado a medida que rebaixava as refinarias da Petrobras à condição de prestadoras de serviço.
Após o anúncio de que a Bolívia estava recuando, o ministro dos Hidrocarbonetos boliviano, Andrés Soliz Rada, decidiu pedir demissão.
O novo titular da pasta, Carlos Villegas, disse na segunda-feira que o governo boliviano não irá "se curvar à Petrobras" e acrescentou que o congelamento visa apenas gerar condições favoráveis à negociação.
Bolívia erra 'na forma, não no conteúdo', diz Amorim
BRUNO GARCEZda BBC Brasil, em Nova York
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o Brasil não nega à Bolívia o direito de nacionalizar seus recursos, mas acrescentou que o problema com o país andino é a forma com que as autoridades bolivianas implementam tais medidas.
"A nossa questão com a Bolívia tem sido menos o conteúdo de algumas medidas, mas sim a forma", afirmou, em menção à recente decisão anunciada pelo governo do país andindo de assumir o controle de duas refinarias da Petrobras em terreno boliviano.
Recém-chegado de uma visita a Havana, Cuba, onde participou do mais recente congresso dos Países Não-Alinhados, o chanceler contou que durante sua estadia teve duas "conversas produtivas" com o presidente da Bolívia, Evo Morales.
"Há uma disposição boa de negociar, de encontrar formas que permitam a permanência da Petrobras no país. A Petrobras é uma empresa. Ela tem que dar lucro na Bolívia. Mas ao mesmo tempo é preciso atender às necessidades, que reconhecemos, do povo boliviano".
Sobressaltos
Em Havana, o ministro havia criticado o que chamou de "falta de previsibilidade" das ações do governo boliviano.
A Bolívia havia concordado em negociar com o governo brasileiro os detalhes do decreto do setor dos hidrocarbonetos editado em maio.
Amorim também havia dito que não era possível que o estado andindo oferecesse "um sobressalto a cada dois meses".
Mas agora o tom do ministro parece ter mudado. "Acho que estamos dando passos nas direções certas. E quando estamos dando passos na direção certa, o melhor é continuar nesse rumo."
Retrospecto
Na semana passada, a Bolívia anunciou que estava passando o controle de duas refinarias da Petrobras para a estatal YPBF.
Em resposta, a Petrobras ameaçou recorrer a uma corte de arbitragem internacional ligada ao Banco Mundial.
Pouco depois, o governo boliviano disse ter congelado a medida que rebaixava as refinarias da Petrobras à condição de prestadoras de serviço.
Após o anúncio de que a Bolívia estava recuando, o ministro dos Hidrocarbonetos boliviano, Andrés Soliz Rada, decidiu pedir demissão.
O novo titular da pasta, Carlos Villegas, disse na segunda-feira que o governo boliviano não irá "se curvar à Petrobras" e acrescentou que o congelamento visa apenas gerar condições favoráveis à negociação.
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