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05/02/2001 - 18h57

Aécio Neves disse querer conciliação com PFL

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RANIER BRAGON
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), candidato à presidência da Câmara dos Deputados, disse hoje em Belo Horizonte que seu primeiro ato, caso ganhe a eleição do dia 14, será buscar uma conciliação com o PFL, partido de seu adversário Inocêncio de Oliveira (PE).

"No dia 15, todos já amanheceremos juntando os cacos. E espero que, na presidência da Câmara, eu faça uma grande reconciliação daquela Casa (...) passado o problema eleitoral, todos vamos continuar no grande esforço de consolidação dos avanços macroeconômicos que até agora vieram."

Segundo ele, "a eleição da Câmara começa e se encerra no Parlamento". "No dia seguinte, meu papel será o de construir a unidade", declarou.

Aécio afirmou não acreditar que o PFL vá para a oposição ao governo federal, caso saia derrotado nas eleições para as presidências do Congresso.

"A vocação do PFL não é essa", disse. Segundo ele, "para ser oposição é preciso mais do que discursos radicais de véspera de eleição", se referindo à sua avaliação sobre a postura adotada recentemente por Inocêncio.

O deputado mineiro admitiu apenas a hipótese de haver "uma certa movimentação no eixo de sustentação da base" do governo.

Aécio seria homenageado na capital mineira, na noite de hoje, com um jantar patrocinado pela bancada mineira na Câmara.

Apesar de afirmar que não estava cantando vitória antes da hora, o deputado disse que o apoio que já recebeu _de partidos que representam 60% da Câmara_ é muito consistente e afirmou não acreditar em reviravoltas ou defecções.

Questionado sobre se temia a "esperteza" de Inocêncio, Aécio respondeu: "Já temi mais", mas lembrou que tem que ficar atento, pois estaria lidando com gente "que não começou nisso ontem".

Trabalhado como um dos principais nomes do PSDB para ser o candidato do partido ao governo de Minas Gerais, no ano que vem, Aécio saiu-se hoje em defesa de um dos maiores símbolos do Estado, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (1746-1792).

Sem ser questionado, o deputado declarou espontaneamente estar "descontente" com o trecho da coleção "Sociedade e História do Brasil" _publicação do Instituto Teotônio Vilela, do PSDB_ que trata da Inconfidência Mineira.

A obra, escrita pelo historiador Marco Antônio Villa, classifica a Inconfidência Mineira como um movimento feito pela elite contrariada com aumento de impostos estabelecido pela Coroa portuguesa e coloca Tiradentes em um papel secundário no episódio.

Aécio disse que procurou, como líder da bancada, o presidente nacional do partido, senador Teotônio Vilela Filho (AL), e o presidente do instituto, senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), para dizer que "esse trabalho não pode ter a chancela do PSDB, não pode ser distribuído como uma idéia ou algo consensual no PSDB".

"Meu partido irá se manifestar em relação a isso, mas é importante que fique claro que essa é uma visão do historiador, mas jamais poderá ser a visão do PSDB", afirmou.
 

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