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11/02/2001 - 00h04

Gravações sugerem vantagens a deputados em troca de partido

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da Folha de S.Paulo

As gravações obtidas pela revista "Veja" sugerem que quatro deputados federais da Bahia receberam vantagens financeiras para trocar o PFL de Antonio Carlos Magalhães pelo PMDB de Geddel Vieira Lima.

O principal atingido pelos diálogos é justamente Geddel, que articulou a filiação dos deputados para enfraquecer ACM, seu inimigo político no Estado. Os deputados que supostamente teriam negociado a troca de siglas são: Jonival Lucas Júnior, José Lourenço, Roland Lavigne e Leur Lomanto.

Todos eles ingressaram no PMDB em dezembro, numa festa que reuniu expoentes da cúpula peemedebista, como o presidente do partido, Jader Barbalho, o ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional) e os deputados Renan Calheiros (AL) e Ramez Tebet (MT).

As gravações transcritas pela revista - cinco trechos de uma fita que teria, na íntegra, 42 minutos - têm em comum a casa do ex-deputado Jonival Lucas, que aparece como o coordenador do grupo que migrou do PFL para o PMDB.

Jonival aparece conversando com seu filho Jonival Lucas Júnior e com José Lourenço. Há ainda uma conversa entre a mulher de Jonival, Marivalda, e uma amiga.

Num dos trechos, Jonival e Lourenço reclamam do tratamento dispensado por Geddel aos neopeemedebistas e propõem a realização de uma reunião para acertar as contas entre eles.

"Temos que dizer: nós não aceitamos essa maneira como estamos sendo tratados. Vamos chamar o Geddel", diz Jonival, segundo a transcrição da "Veja".

"Eu quero acertar tudo direitinho. O que eu devo e o que tenho haver também. Conta de português. De armazém", responde Lourenço, segundo a revista.

Geddel é chamado de "agatunado" por Lucas em outro trecho gravado. O ex-deputado diz, ainda, que o líder do PMDB tem "um projeto pessoal de enriquecimento". "Ele e a família", retruca José Lourenço, segundo as gravações da revista.

Em outro diálogo, pai e filho comentam a dificuldade de falar com Carlos Alberto Batista Neves, que a revista aponta como "caixa do PMDB baiano". Jonival filho reclamaria que "querem pagar fracionado e ainda não cumprem os prazos que eles mesmos estabeleceram".

Em outro diálogo, Jonival pai e Lourenço combinam uma forma de pressionar Geddel. É neste trecho que os demais deputados são envolvidos.

"Eu já disse a Leur (Lomanto) que não viaje. Vamos chamar Roland (Lavigne). Joninho está aqui. Vamos marcar uma reunião com ele (Geddel) e botar: "Senão, olha, rapaz. Tchau. Bença (sic). Até logo. Vamos pra um lugar em que nos respeitem (...)'", diz Jonival pai, segundo a revista.
Nesse mesmo diálogo, Jonival insinua a cobrança de comissões de 20% no DNER, órgão ligado ao Ministério dos Transportes, ocupado pelo também peemedebista Eliseu Padilha.

Por fim, na última conversa transcrita, a mulher de Jonival, Marivalda, reclama de o marido e o filho terem brigado com ACM, o que a fez perder um cargo em um órgão do governo baiano.

"Ah, mas Jonival (pai) fez os acertos dele... Joninho foi o único que não teve direito a nada. Todo mundo recebeu cargo. Todo mundo recebeu dinheiro. Mas ele, como foi o mentor de tudo, achou que não devia ter nada (...)", diz Marivalda.


 

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