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12/05/2001 - 03h22

Governo libera mais R$ 18,4 mi a aliados

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LUCIO VAZ
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Um dia após barrar a CPI da corrupção, o governo federal liberou R$ 18,4 milhões para emendas de parlamentares -mais do que havia liberado nos quatro primeiros meses do ano: R$ 17,3 milhões. A operação abafa custou R$ 65,4 milhões só nesta semana.

Ao menos sete deputados que retiraram suas assinaturas do pedido de CPI foram beneficiados com R$ 2,2 milhões da Secretaria de Desenvolvimento Urbano para seus redutos eleitorais.

O ritmo de liberações foi intensificado ontem à tarde. Estava em R$ 11,3 milhões às 15h24. Chegou a R$ 15,9 milhões às 16h26 e a R$ 18 milhões às 17h24.

Embora tivesse R$ 600 milhões represados dos Orçamentos de 1999 e 2000 -os chamados restos a pagar-, o governo vinha liberando timidamente verbas para infra-estrutura urbana. Foram R$ 608 mil em janeiro, R$ 1,33 milhão em fevereiro e R$ 1,97 milhão em março. A partir de abril, quando o Planalto percebeu o risco de ver instalada a CPI, passou a liberar mais recursos para aliados.

Foram R$ 13,3 milhões naquele mês. No momento em que a oposição anunciou que tinha assinaturas suficientes para criar a CPI, o presidente Fernando Henrique autorizou seus ministros a atenderem os pedidos dos aliados.

A liberação de verbas alcançou R$ 15 milhões na terça-feira e R$ 18,4 milhões ontem, fechando a semana com R$ 65,4 milhões.

"O presidente fechou um acordo com as forças fisiológicas que pode significar o comprometimento irremediável do final do seu governo", disse o deputado João Paulo (PT-SP), ao ver os números do Siafi (sistema de acompanhamento dos gastos do governo federal).

Um dia antes de retirar a sua assinatura do pedido de CPI, o deputado Oliveira Filho (PL-PR) viu uma de suas bases eleitorais, Floraí, receber R$ 80 mil. Ele havia apresentado emenda no mesmo valor para ações de defesa civil.

Na quinta-feira, a Folha antecipava que dois deputados, Augusto Nardes (PPB-RS) e Robério Araújo (PL-RR), vinham sendo pressionados a retirar o apoio à CPI. Na segunda e na terça-feira, enquanto o ministro Pratini de Moraes (Agricultura) pedia a solidariedade de Nardes, o governo liberava R$ 103 mil para obras em dois de seus redutos eleitorais.

A pressão sobre Araújo começou na última sexta-feira. Aconselhado pelo governador Neudo Campos a retirar seu apoio à CPI, foi contemplado com R$ 389 mil para Normandia e Mucajaí. Na terça-feira Mucajaí levou R$ 54 mil. Araújo retirou a assinatura.

Aliados do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), três deputados baianos também foram assediados pelo governo. Eujácio Simões (PL-BA) levou R$ 82 mil para sua base. Ursicino Queiroz (PFL-BA), R$ 69 mil. Luiz Moreira (PFL-BA), R$ 260 mil.

O pernambucano Luciano Bivar (PSL) foi mais rápido. Anunciou há duas semanas que retiraria seu apoio à CPI. Na segunda-feira, levou R$ 82 mil para Chá Grande. Jaboatão dos Guararapes, outro de seus redutos, recebeu R$ 1 milhão no dia seguinte.
 

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