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21/05/2001 - 01h29

Ministro Pedro Malan não foi ouvido em CPI dos Bancos

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da Folha de S.Paulo

O Planalto manobrou na CPI dos Bancos para impedir que o ministro da Fazenda, Pedro Malan, fosse ouvido pelos senadores sobre a operação de socorro aos bancos Marka e FonteCindam.

A CPI dos Bancos foi proposta por Jader Barbalho (PMDB-PA) no Senado para apurar os lucros que instituições financeiras tiveram com a desvalorização do real em janeiro de 1999 e a ajuda do Banco Central aos dois bancos.

A oposição queria ouvir Malan para esclarecer se ele tomou conhecimento da ajuda, o que sempre negou. "Eu desafio a quem quer que seja a comparecer a uma acareação na qual tenha a coragem e a desfaçatez de dizer na minha frente que participou de uma reunião comigo na qual tenham sido discutidas, negociadas e aprovadas as operações dos bancos Marka e FonteCindam", disse Malan, na época, em nota oficial.

O ministro almoçou com Lopes e o presidente Fernando Henrique Cardoso, no Palácio do Planalto, no dia 14 de janeiro de 1999, um dias após o Marka quebrar com a fracassada tentativa de Lopes de introduzir um sistema cambial que ficou conhecido como bandas diagonais endógenas.

Horas antes, na manhã daquele mesmo dia, Lopes havia recebido durante café da manhã Luiz Augusto Bragança, que pediu intervenção do BC em favor do Marka. Bragança, segundo a revista "Veja", participaria da venda de informações privilegiadas do BC.

Na noite do dia 14, Malan jantou com Lopes no restaurante Francisco, na Academia de Tênis de Brasília, na companhia do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Amaury Bier, e do então diretor de Assuntos Internacionais do BC, Demósthenes Madureira de Pinho Neto.

Na mesa de jantar, Lopes atendeu a dois telefonemas do então diretor de Fiscalização do BC, Cláudio Mauch, que fez relatos e consultas sobre a ajuda ao Marka.

Malan passou a manhã do dia seguinte, dia 15, em uma reunião na Diretoria de Política Monetária do BC. Em uma sala contígua, funcionários do BC redigiam o voto que permitiria concretizar o socorro ao Marka. Quando a advogada Fátima Martins digitava o documento, Malan entrou nesta sala para ler as agências de notícias em um computador.

O motivo da demissão de Lopes também é considerado um ponto obscuro. Em reunião com senadores, Malan disse que só contaria porque demitiu Lopes dez anos depois de sua morte.


 

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