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02/08/2001 - 03h19

Exército chama sua operação no Araguaia de "Anjo da Guarda"

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

Chama-se "Anjo da Guarda" a operação do Exército para vigiar seus colaboradores da época da guerrilha do Araguaia no Pará. A descoberta da ação, 27 anos após o fim da guerrilha, foi revelada pela Folha no dia 25 de julho.

Negado oficialmente pelo Exército, o monitoramento de ex-colaboradores é mencionado em documentos apreendidos pela PF, a pedido do Ministério Público. Um dos documentos traz o título: "Necessidades de Marabá".

Trata-se de uma lista de pedidos dirigidos a Brasília. Foi recolhida há uma semana, num escritório mantido pelo Exército em Marabá (PA), sob a camuflagem de agência de notícias. A solicitação mais relevante consta do primeiro item do documento. Lendo-o, tem-se um resumo dos principais alvos do escritório do Exército: "Apoio junto ao CIE (Centro de Inteligência do Exército) referente à aprovação das operações Anjo da Guarda (desmobilização dos ex-guias do Araguaia), Castanheira (crime organizado e madeireiras) e Gavião (ONGs e índios)..."

O documento irá integrar o processo aberto pelo Ministério Público em julho para localizar ossadas de pessoas mortas durante a guerrilha.
Quatro procuradores conduzem o caso: Ubiratan Cazetta e Felício Pontes, de Belém, Marlon Weichert, de São Paulo, e Guilherme Schelb, de Brasília.

Além de papéis, a PF apreendeu um cofre no escritório do Exército. O juiz Jeferson Shneider, de Marabá, deve autorizar o seu arrombamento. O objetivo é verificar se há no cofre documentos que levem à localização dos corpos dos mortos. A suspeita é reforçada pelos papéis, que recomendam aos responsáveis pela guarda dos segredos do Exército que mantenham o material secreto em cofres.
(JOSIAS DE SOUZA)
 

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