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11/10/2001
-
11h49
da Folha Online
A dívida do governo de São Paulo com o Banespa, na época da intervenção no banco, em dezembro de 1994, era de R$ 9,5 bilhões, segundo um relatório apresentado ontem pelo ex-interventor do banco Altino da Cunha, durante depoimento à CPI do Banespa.
A dívida representava 84% das operações do banco. Segundo o relatório, o débito do Estado com o Banespa foi aprofundado por conta de duas operações de antecipação de receita orçamentária realizadas no último ano do governo de Orestes Quércia (1987-1990).
A CPI do Banespa foi instalada no dia 22 de agosto com o objetivo de investigar irregularidades praticadas após a intervenção no banco.
O presidente da comissão, deputado Luiz Antonio Fleury (PTB-SP), que governava o Estado na época da federalização do banco, está sendo pressionado para ampliar as investigações para o período anterior à intervenção.
Privatização anunciada
Os integrantes da CPI questionaram Cunha sobre a não-realização de um balanço nas contas do Banespa logo após a intervenção. Segundo Cunha, essa decisão cabia à direção do Banco Central.
Em seu depoimento, Cunha disse que intervenção ocorreu no dia 29 de dezembro de 1994 porque nesse dia o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal -que vinham, junto com o BC, sustentando o Banespa- recusaram-se a continuar fornecendo recursos.
Segundo o deputado e ex-bancário Ricardo Berzoini (PT-SP), o Banco Central teria realizado uma operação para provocar a intervenção no Banespa.
Ele afirmou que já foi apurado na CPI do Proer, que também tramita na Câmara, que o BC "empurrava os bancos privados a depender do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal e, repentinamente, cortava os recursos, empurrando-os para o Proer".
A estratégia teria sido usada nos casos de intervenção dos bancos Bamerindus e Nacional.
Berzoini acredita que se a intervenção no Banespa não houvesse ocorrido dois dias antes da posse do governador Mário Covas, poderia ter sido negociado uma outra solução que não a federalização e privatização do banco.
Com Agência Câmara
Dívida de São Paulo com Banespa era de R$ 9,5 bilhões, em 1994
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A dívida do governo de São Paulo com o Banespa, na época da intervenção no banco, em dezembro de 1994, era de R$ 9,5 bilhões, segundo um relatório apresentado ontem pelo ex-interventor do banco Altino da Cunha, durante depoimento à CPI do Banespa.
A dívida representava 84% das operações do banco. Segundo o relatório, o débito do Estado com o Banespa foi aprofundado por conta de duas operações de antecipação de receita orçamentária realizadas no último ano do governo de Orestes Quércia (1987-1990).
A CPI do Banespa foi instalada no dia 22 de agosto com o objetivo de investigar irregularidades praticadas após a intervenção no banco.
O presidente da comissão, deputado Luiz Antonio Fleury (PTB-SP), que governava o Estado na época da federalização do banco, está sendo pressionado para ampliar as investigações para o período anterior à intervenção.
Privatização anunciada
Os integrantes da CPI questionaram Cunha sobre a não-realização de um balanço nas contas do Banespa logo após a intervenção. Segundo Cunha, essa decisão cabia à direção do Banco Central.
Em seu depoimento, Cunha disse que intervenção ocorreu no dia 29 de dezembro de 1994 porque nesse dia o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal -que vinham, junto com o BC, sustentando o Banespa- recusaram-se a continuar fornecendo recursos.
Segundo o deputado e ex-bancário Ricardo Berzoini (PT-SP), o Banco Central teria realizado uma operação para provocar a intervenção no Banespa.
Ele afirmou que já foi apurado na CPI do Proer, que também tramita na Câmara, que o BC "empurrava os bancos privados a depender do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal e, repentinamente, cortava os recursos, empurrando-os para o Proer".
A estratégia teria sido usada nos casos de intervenção dos bancos Bamerindus e Nacional.
Berzoini acredita que se a intervenção no Banespa não houvesse ocorrido dois dias antes da posse do governador Mário Covas, poderia ter sido negociado uma outra solução que não a federalização e privatização do banco.
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