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09/12/2001
-
09h25
da Folha de S.Paulo, em Brasília
"Casos & Coisas", de José Eduardo Cavalcanti de Mendonça, mostra em detalhes o estilo do marqueteiro que ganhou fama trabalhando para políticos ideologicamente antagônicos, mas usando nas campanhas a emoção e a linguagem popular.
Duda Mendonça descreve como utilizar as pesquisas e as armadilhas de acreditar cegamente nelas. Explica as sutis diferenças entre o rádio e a TV. O rádio deve ser o apoio da TV, a principal arma da política hoje no Brasil.
Entende-se a importância do debate, a hora mais vulnerável do candidato, e do adesivo, a primeira peça a ser feita, por sintetizar a campanha.
Duda, porém, ficará devendo alguns casos de campanha mais apimentados. "Um marqueteiro que faz um livro e conta os segredos de uma campanha é um mau caráter. Você é como um padre com o fiel, não tem o direito de contar depois", diz.
É uma obra temperada com relatos pessoais da infância e da juventude, como uma fuga amedrontada de policiais numa manifestação do movimento estudantil durante o regime militar.
O livro aborda a paixão politicamente incorreta por brigas de galo e a carreira de corretor de imóveis, que lhe deu o capital inicial para montar uma agência.
No livro, descobre-se como a campanha de Fernando Collor de Mello para o governo de Alagoas, em 1986, lhe renderia um contato fundamental para a campanha que fez para Maluf, em 1990. Sem sucesso, Maluf tentava marcar um encontro com Collor. Com um telefonema, Duda surpreendeu Maluf ao obter a audiência com direito a foto e filmagem. No encontro, Collor foi logo querendo saber dos galos de briga.
O publicitário quase fez em 1994 a campanha de Lula, político com o qual vai trabalhar no ano que vem. Para o jantar no qual diria que estava a um passo de fechar com o PT, Duda levou de presente uma garrafa de vinho francês de US$ 5.000. Mas a marca de publicitário malufista o derrubou no complicado jogo de tendências petistas.
No mesmo ano, Fernando Henrique Cardoso, que ganhou a Presidência, queria contratá-lo, mas também não deu certo. FHC achava que a DM-9 ainda pertencia a Duda Mendonça. Ele, porém, já a havia vendido ao banqueiro Daniel Dantas.
O livro, da Editora Globo e com uma primeira tiragem de 10 mil exemplares, é dedicado ao primeiro neto, Tiago, que nascerá em fevereiro. A apresentação é de Nizan Guanaes, publicitário que começou trabalhando para Duda e hoje é um amigo e grande rival.
Os direitos autorais vão para o Grupo de Apoio à Criança com Câncer (BA). As fotos e as peças publicitárias citadas no livro estão no site www.casosecoisas.com.br. Ao preço de R$ 28, o livro deverá estar na livraria a partir da próxima quinta-feira. Na quarta-feira, Duda lançará o livro em Brasília. Na semana seguinte, em São Paulo e Salvador. KENNEDY ALENCAR
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Duda Mendonça descreve como utilizar as pesquisas e as armadilhas de acreditar cegamente nelas. Explica as sutis diferenças entre o rádio e a TV. O rádio deve ser o apoio da TV, a principal arma da política hoje no Brasil.
Entende-se a importância do debate, a hora mais vulnerável do candidato, e do adesivo, a primeira peça a ser feita, por sintetizar a campanha.
Duda, porém, ficará devendo alguns casos de campanha mais apimentados. "Um marqueteiro que faz um livro e conta os segredos de uma campanha é um mau caráter. Você é como um padre com o fiel, não tem o direito de contar depois", diz.
É uma obra temperada com relatos pessoais da infância e da juventude, como uma fuga amedrontada de policiais numa manifestação do movimento estudantil durante o regime militar.
O livro aborda a paixão politicamente incorreta por brigas de galo e a carreira de corretor de imóveis, que lhe deu o capital inicial para montar uma agência.
No livro, descobre-se como a campanha de Fernando Collor de Mello para o governo de Alagoas, em 1986, lhe renderia um contato fundamental para a campanha que fez para Maluf, em 1990. Sem sucesso, Maluf tentava marcar um encontro com Collor. Com um telefonema, Duda surpreendeu Maluf ao obter a audiência com direito a foto e filmagem. No encontro, Collor foi logo querendo saber dos galos de briga.
O publicitário quase fez em 1994 a campanha de Lula, político com o qual vai trabalhar no ano que vem. Para o jantar no qual diria que estava a um passo de fechar com o PT, Duda levou de presente uma garrafa de vinho francês de US$ 5.000. Mas a marca de publicitário malufista o derrubou no complicado jogo de tendências petistas.
No mesmo ano, Fernando Henrique Cardoso, que ganhou a Presidência, queria contratá-lo, mas também não deu certo. FHC achava que a DM-9 ainda pertencia a Duda Mendonça. Ele, porém, já a havia vendido ao banqueiro Daniel Dantas.
O livro, da Editora Globo e com uma primeira tiragem de 10 mil exemplares, é dedicado ao primeiro neto, Tiago, que nascerá em fevereiro. A apresentação é de Nizan Guanaes, publicitário que começou trabalhando para Duda e hoje é um amigo e grande rival.
Os direitos autorais vão para o Grupo de Apoio à Criança com Câncer (BA). As fotos e as peças publicitárias citadas no livro estão no site www.casosecoisas.com.br. Ao preço de R$ 28, o livro deverá estar na livraria a partir da próxima quinta-feira. Na quarta-feira, Duda lançará o livro em Brasília. Na semana seguinte, em São Paulo e Salvador. KENNEDY ALENCAR
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