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22/01/2002
-
07h15
da Agência Folha, em Teodoro Sampaio
A Polícia Civil afirmou ontem que o incidente no qual foi baleado o líder sem-terra José Rainha Jr. pode ter sido um confronto, e não um atentado -como o caso vem sendo tratado.
Rainha foi ferido, sem gravidade, por um tiro nas costas durante uma invasão de terra no sábado à tarde. O pecuarista Roberto Junqueira está preso e confessou ser o autor do disparo. Ele é irmão da proprietária da fazenda invadida, de 3.800 hectares, Ione Junqueira, radicada nos Estados Unidos.
Os funcionários do pecuarista Junqueira que estavam com ele no momento dos disparos prestaram depoimento ao delegado Adilson Carvalho, de Rosana (extremo oeste de SP).
Antônio Silva Moreira e José Felínio Pereira afirmaram que os sem-terra atiraram primeiro contra o cavalo de Junqueira, que então revidou. O delegado Carvalho disse que os depoimentos dos dois funcionários podem mudar a versão de atentado para confronto armado. "Vamos ter que investigar para saber o que realmente aconteceu", disse.
Os advogados do MST atribuíram os depoimentos à uma tentativa de dar base à tese da defesa de Junqueira de que ele teria agido em legítima defesa.
Já o defensor do pecuarista, Augusto Flávio Veira, iria ingressar na tarde de ontem com pedido de habeas corpus para Junqueira.
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no Pontal do Paranapanema e o ouvidor agrário do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Gersino José da Silva Filho, estão divergindo sobre o prazo para um desarmamento na região. O MST quer pressa na ação. Já o ouvidor afirmou ontem que a operação só começará em março. Segundo Rainha, a operação não terá efeito, "pois é anunciada e dá um prazo para os fazendeiros esconderem as armas".
(JOSÉ MASCHIO)
Para polícia, tiro em Rainha pode não ser atentado
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A Polícia Civil afirmou ontem que o incidente no qual foi baleado o líder sem-terra José Rainha Jr. pode ter sido um confronto, e não um atentado -como o caso vem sendo tratado.
Rainha foi ferido, sem gravidade, por um tiro nas costas durante uma invasão de terra no sábado à tarde. O pecuarista Roberto Junqueira está preso e confessou ser o autor do disparo. Ele é irmão da proprietária da fazenda invadida, de 3.800 hectares, Ione Junqueira, radicada nos Estados Unidos.
Os funcionários do pecuarista Junqueira que estavam com ele no momento dos disparos prestaram depoimento ao delegado Adilson Carvalho, de Rosana (extremo oeste de SP).
Antônio Silva Moreira e José Felínio Pereira afirmaram que os sem-terra atiraram primeiro contra o cavalo de Junqueira, que então revidou. O delegado Carvalho disse que os depoimentos dos dois funcionários podem mudar a versão de atentado para confronto armado. "Vamos ter que investigar para saber o que realmente aconteceu", disse.
Os advogados do MST atribuíram os depoimentos à uma tentativa de dar base à tese da defesa de Junqueira de que ele teria agido em legítima defesa.
Já o defensor do pecuarista, Augusto Flávio Veira, iria ingressar na tarde de ontem com pedido de habeas corpus para Junqueira.
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no Pontal do Paranapanema e o ouvidor agrário do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Gersino José da Silva Filho, estão divergindo sobre o prazo para um desarmamento na região. O MST quer pressa na ação. Já o ouvidor afirmou ontem que a operação só começará em março. Segundo Rainha, a operação não terá efeito, "pois é anunciada e dá um prazo para os fazendeiros esconderem as armas".
(JOSÉ MASCHIO)
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