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26/03/2002
-
08h45
SANDRO LIMA
enviado especial a Buritis (MG)
O administrador da fazenda da família do presidente Fernando Henrique Cardoso, Wander Gontijo, estimou em R$ 100 mil o prejuízo causado pela invasão da propriedade pelos sem-terra. Parte do prejuízo é resultado do consumo de 96 garrafas de uísque e de vinho em menos de 24 horas de invasão.
A Polícia Federal vai demorar mais alguns dias para fazer um levantamento detalhado do real tamanho do prejuízo na fazenda Córrego da Ponte. Hoje ou amanhã, a filha de FHC Luciana Cardoso irá à propriedade verificar se objetos pessoais do presidente foram danificados ou furtados. Luciana também vai conferir se os documentos guardados na casa ainda estão lá.
Estragos
Da primeira relação dos prejuízos feita pelo administrador consta que seis tratores, uma colheitadeira e um caminhão tiveram as partes mecânica e elétrica danificadas. Só o conserto de um dos tratores custaria R$ 15 mil, ainda de acordo com Gontijo.
Desses equipamentos, um trator e a colheitadeira foram comprados há pouco tempo e custaram, respectivamente, R$ 52 mil e R$ 24 mil. Também foram estragados um freezer, uma geladeira, várias cadeiras, inclusive uma feita de couro, que, segundo Gontijo, FHC usava com frequência para ler e descansar.
O administrador relatou que todos os cadeados foram arrebentados, as portas com fechaduras, arrombadas, e vários vidros da casa, quebrados. As paredes também teriam de receber nova pintura.
Em sua primeira avaliação, Gontijo disse perceber que alguns objetos desapareceram da propriedade. Segundo ele, alguns sem-terra teriam escapado da revista feita pelos policiais porque saíram pelos fundos da propriedade horas antes. Gontijo disse que até mesmo objetos maiores, como uma motosserra e uma bomba hidráulica, foram furtados da propriedade.
O administrador disse ter notado o desaparecimento de agendas, papéis, documentos, chaves e objetos da mobília que estavam na casa desde o tempo em que ex-ministro das Comunicações, Sérgio Motta, era um dos proprietários da fazenda.
Outro lado
Integrantes do MST de Buritis que participaram da invasão à fazenda da família do presidente Fernando Henrique Cardoso, mas que não quiseram se identificar, negaram que tenham depredado a casa, destruído os tratores e máquinas agrícolas e que tenham furtado algum objeto ou documento.
Um dos militantes do MST disse que "o único erro foi ter tomado as bebidas do presidente".
Eles disseram que, durante a invasão em Buritis, receberam uma ligação, no telefone da casa na fazenda, do administrador Wander Gontijo, pedindo que não fosse destruído nenhum documento do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Os militantes do MST disseram ter garantido a Wander Gontijo que não pegariam ou destruiriam quaisquer documentos ou objetos da casa.
Administrador da fazenda de FHC avalia prejuízo em R$ 100 mil
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enviado especial a Buritis (MG)
O administrador da fazenda da família do presidente Fernando Henrique Cardoso, Wander Gontijo, estimou em R$ 100 mil o prejuízo causado pela invasão da propriedade pelos sem-terra. Parte do prejuízo é resultado do consumo de 96 garrafas de uísque e de vinho em menos de 24 horas de invasão.
A Polícia Federal vai demorar mais alguns dias para fazer um levantamento detalhado do real tamanho do prejuízo na fazenda Córrego da Ponte. Hoje ou amanhã, a filha de FHC Luciana Cardoso irá à propriedade verificar se objetos pessoais do presidente foram danificados ou furtados. Luciana também vai conferir se os documentos guardados na casa ainda estão lá.
Estragos
Da primeira relação dos prejuízos feita pelo administrador consta que seis tratores, uma colheitadeira e um caminhão tiveram as partes mecânica e elétrica danificadas. Só o conserto de um dos tratores custaria R$ 15 mil, ainda de acordo com Gontijo.
Desses equipamentos, um trator e a colheitadeira foram comprados há pouco tempo e custaram, respectivamente, R$ 52 mil e R$ 24 mil. Também foram estragados um freezer, uma geladeira, várias cadeiras, inclusive uma feita de couro, que, segundo Gontijo, FHC usava com frequência para ler e descansar.
O administrador relatou que todos os cadeados foram arrebentados, as portas com fechaduras, arrombadas, e vários vidros da casa, quebrados. As paredes também teriam de receber nova pintura.
Em sua primeira avaliação, Gontijo disse perceber que alguns objetos desapareceram da propriedade. Segundo ele, alguns sem-terra teriam escapado da revista feita pelos policiais porque saíram pelos fundos da propriedade horas antes. Gontijo disse que até mesmo objetos maiores, como uma motosserra e uma bomba hidráulica, foram furtados da propriedade.
O administrador disse ter notado o desaparecimento de agendas, papéis, documentos, chaves e objetos da mobília que estavam na casa desde o tempo em que ex-ministro das Comunicações, Sérgio Motta, era um dos proprietários da fazenda.
Outro lado
Integrantes do MST de Buritis que participaram da invasão à fazenda da família do presidente Fernando Henrique Cardoso, mas que não quiseram se identificar, negaram que tenham depredado a casa, destruído os tratores e máquinas agrícolas e que tenham furtado algum objeto ou documento.
Um dos militantes do MST disse que "o único erro foi ter tomado as bebidas do presidente".
Eles disseram que, durante a invasão em Buritis, receberam uma ligação, no telefone da casa na fazenda, do administrador Wander Gontijo, pedindo que não fosse destruído nenhum documento do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Os militantes do MST disseram ter garantido a Wander Gontijo que não pegariam ou destruiriam quaisquer documentos ou objetos da casa.
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