Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
19/09/2002 - 07h00

FHC diz que acusações contra seu governo são "borbulhos políticos"

LEILA SUWWAN
SANDRO LIMA
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Pela segunda vez em menos de uma semana, o presidente Fernando Henrique Cardoso usou um discurso oficial de defesa de seu governo para atacar as posições eleitorais do PT e disse, sem citar nomes, que muitos utilizam denúncias demagógicas de corrupção para fazer "borbulhos políticos", sem objetivos práticos.

FHC ironizou a bandeira petista do Orçamento Participativo, dizendo que tudo no seu governo é participativo. "Eu vejo tanta gente fazer propaganda de Orçamento Participativo. Aqui nós não temos só o Orçamento não. Tudo é participativo", disse, durante cerimônia de balanço de dois anos do "governo eletrônico", realizada no início da noite no Itamaraty.

"Não existe uma denúncia, uma, que chegue a qualquer um de nós que não vá imediatamente [ser averiguada]. Até para desmistificar os que usam a denúncia como forma puramente de fazer política sem ter objetivo efetivo de aperfeiçoar as instituições, de aprimorar e menos ainda de punir alguém, querem apenas fazer borbulho", disse.

Anteontem, o candidato governista, José Serra (PSDB), acusou o procurador Luiz Francisco de Souza de "uso eleitoral" de ação protocolada na Justiça Federal contra aliados do tucano acusados de lesar os cofres do Banco do Brasil em perdão de dívidas.

Segundo o presidente, a ministra-chefe da Controladoria Geral da União, Anadyr de Mendonça, disponibiliza na internet todas as denúncias recebidas pelo governo. "Quanta gente faz discurso _às vezes de boa fé, às vezes demagógica- sobre corrupção. Quanta gente é conivente com o atraso, e a conivência com o atraso é a base da corrupção", disse.

"O que adianta fazer discurso irado contra a corrupção, se ao mesmo tempo se mantém o atraso? Não adianta, não avança."

O presidente não citou casos específicos. Em alusão direta às críticas da oposição, rejeitou o rótulo de "neoliberal".

"É um ledo engano", disse Fernando Henrique. O presidente afirmou que a reforma de Estado que promoveu deixou o governo mais "competente, inteligente, ágil e transparente".

"Finalmente o Congresso vai permitir que o Fust [Fundo de Universalização do Sistema de Telecomunicações] seja utilizado para aquilo que ele foi criado, e sem as picuinhas partidárias", afirmou. Ele elogiou as privatizações porque deixa o Estado mais voltado à sociedade e menos voltado à burocracia, o que também impediria a corrupção.

O presidente disse que acompanha com entusiasmo a informatização dos serviços do governo federal e que isso é necessário e "fundamental para o processo da democratização".

Fernando Henrique citou como exemplos do sucesso do "governo eletrônico" o Siafi (sistema de acompanhamento de gastos do governo) e as declarações de Imposto de Renda via internet.

Veja também o especial Eleições 2002
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade