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01/10/2002 - 18h43

Rádio de Jorge Kajuru é fechada por ordem do TRE de Goiás

ADRIANA CHAVES
da Agência Folha

O TRE-GO (Tribunal Regional Eleitoral de Goiás) tirou do ar, por oito dias, a rádio K (Rádio Clube de Goiânia), do jornalista Jorge Kajuru. A emissora foi fechada às 21h35 de ontem atendendo a uma representação do governador Marconi Perillo (PSDB), candidato à reeleição.

O tucano, que lidera a disputa no Estado, acusa Kajuru de "veicular opiniões contrárias a ele, agredindo-o e levando aos quatro cantos da cidade imputações maliciosas e caluniosas".

Na decisão, a juíza auxiliar Carmercy Rosa Maria Alves de Oliveira alega que a rádio descumpriu a lei eleitoral reiteradas vezes. Esta é a sexta vez que a rádio _que atinge 86% da audiência na grande Goiânia_ é suspensa durante a gestão Perillo.

"Estava conversando com [o jornalista] Juca Kfouri por telefone quando fui informado que lacrariam a rádio. Os oficiais só deram cinco minutos para que eu pudesse entrar no ar com o Juca e avisar aos ouvintes sobre a decisão", disse Kajuru.

No começo da noite, o procurador da República Gustavo Pessanha entrou com um pedido de liminar para suspender a medida, considerada "colossal, arbitrária e truculenta' por ele.

No sábado, a Justiça Eleitoral de Aparecida de Goiânia já havia determinado a busca e apreensão dos fotolitos e a circulação do livro "Dossiê K" no Estado, antes do final das eleições. No livro, o jornalista revela detalhes sobre a política local desde 98.

Originais do livro e um fotolito foram recolhidos em uma gráfica de Goiânia, mas, segundo Kajuru, o livro está pronto e será distribuído a partir de amanhã na Praça Cívica, em Goiânia. "Sou perseguido pelo governo, mas nunca fiz uma denúncia sem documentação."

Cerca de 800 pessoas, avisadas por carros de som sobre o caso, fizeram manifestação na porta da rádio contra a censura na manhã de hoje e prometeram ajudar na distribuição dos exemplares.

No fim da tarde, policiais federais apreenderam papéis na emissora e no comitê de campanha do candidato ao Senado Martiniano Cavalcanti (PT), que anunciou apoio a Kajuru, acreditando se tratar de cópias do livro.

De acordo com o coordenador jurídico da campanha de Perillo, Clarismar Fernandes, "o livro é especialmente voltado para atingir a honra objetiva e subjetiva do governador, sem apresentar nenhuma prova cabal."

"Há quase quatro anos, o Jorge Kajuru, por meio da rádio K, tem atingido o governador. Ele é reincidente nas acusações."

Veja também o especial Eleições 2002
 

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