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03/10/2002
-
19h15
da Agência Folha
Policiais militares de Goiânia invadiram hoje o campus 2 da UFG (Universidade Federal de Goiás) para recolher exemplares do livro "Dossiê K", do jornalista Jorge Kajuru, que estavam sendo distribuídos por alunos. Houve um início de tumulto quando os policiais tentavam retirar os exemplares.
No último sábado, o TRE-GO (Tribunal Regional Eleitoral) concedeu liminar favorável ao governador Marconi Perillo (PSDB), candidato à reeleição, proibindo a impressão e circulação do livro no Estado até o fim do processo eleitoral. Um mandado prevê a busca e apreensão da publicação que traz denúncias contra o tucano. A rádio K, também do jornalista, foi tirada do ar por oito dias.
Hoje, os livros estavam sendo repassados por integrantes do PSTU a estudantes de filosofia, história e comunicação da UFG. Cerca de cem alunos, segundo professores, estavam no local no momento em que os policiais chegaram _os estudantes não souberam precisar o número de PMs_ e começaram a recolher os exemplares.
Outros estudantes chegaram em seguida e conseguiram expulsar os PMs do campus. Segundo os estudantes, um reforço de PMs teria chegado, mas eles não conseguiram mais entrar no campus.
"As forças políticas estão proibidas de se expressar em Goiás. A polícia invadiu a universidade para tomar os livros dos estudantes, revistando bolsas. Depois foram expulsos e os alunos precisaram fechar as portas da UFG para que não entrassem novamente", afirmou o candidato a senador Fernando Leite (PSTU).
"Estamos distribuindo uma nota de repúdio à ação, que consideramos truculenta, da polícia. Foi uma entrada arbitrária porque quem tem autoridade para entrar na universidade é a Polícia Federal", disse o presidente da Associação dos Docentes da UFG, João Batista de Deus.
A reitora da universidade, Milka Severino Pereira, disse ter entrado em contato com o Comando Geral da PM logo que soube do ocorrido, mas os policiais já haviam deixado o prédio. "O comando assegurou que isso não se repetirá. Esse é um espaço para a liberdade e a expressão das pessoas. Nosso confronto é só de idéias."
O major Rômulo Marques de Souza, assessor de comunicação da PM de Goiânia, confirma que policiais entraram no campus, mas "não houve ordem do comando geral" para a ação na UFG. "Há policiais afastados e de férias que podem ter usado o nome da PM com motivações políticas."
"É um absurdo o que está acontecendo em Goiás. Mas esses atos acabam dando uma publicidade que o livro jamais teria", disse o jornalista Kajuru.
o especial Eleições 2002
PM invade campus de universidade atrás de livros de Jorge Kajuru
ADRIANA CHAVESda Agência Folha
Policiais militares de Goiânia invadiram hoje o campus 2 da UFG (Universidade Federal de Goiás) para recolher exemplares do livro "Dossiê K", do jornalista Jorge Kajuru, que estavam sendo distribuídos por alunos. Houve um início de tumulto quando os policiais tentavam retirar os exemplares.
No último sábado, o TRE-GO (Tribunal Regional Eleitoral) concedeu liminar favorável ao governador Marconi Perillo (PSDB), candidato à reeleição, proibindo a impressão e circulação do livro no Estado até o fim do processo eleitoral. Um mandado prevê a busca e apreensão da publicação que traz denúncias contra o tucano. A rádio K, também do jornalista, foi tirada do ar por oito dias.
Hoje, os livros estavam sendo repassados por integrantes do PSTU a estudantes de filosofia, história e comunicação da UFG. Cerca de cem alunos, segundo professores, estavam no local no momento em que os policiais chegaram _os estudantes não souberam precisar o número de PMs_ e começaram a recolher os exemplares.
Outros estudantes chegaram em seguida e conseguiram expulsar os PMs do campus. Segundo os estudantes, um reforço de PMs teria chegado, mas eles não conseguiram mais entrar no campus.
"As forças políticas estão proibidas de se expressar em Goiás. A polícia invadiu a universidade para tomar os livros dos estudantes, revistando bolsas. Depois foram expulsos e os alunos precisaram fechar as portas da UFG para que não entrassem novamente", afirmou o candidato a senador Fernando Leite (PSTU).
"Estamos distribuindo uma nota de repúdio à ação, que consideramos truculenta, da polícia. Foi uma entrada arbitrária porque quem tem autoridade para entrar na universidade é a Polícia Federal", disse o presidente da Associação dos Docentes da UFG, João Batista de Deus.
A reitora da universidade, Milka Severino Pereira, disse ter entrado em contato com o Comando Geral da PM logo que soube do ocorrido, mas os policiais já haviam deixado o prédio. "O comando assegurou que isso não se repetirá. Esse é um espaço para a liberdade e a expressão das pessoas. Nosso confronto é só de idéias."
O major Rômulo Marques de Souza, assessor de comunicação da PM de Goiânia, confirma que policiais entraram no campus, mas "não houve ordem do comando geral" para a ação na UFG. "Há policiais afastados e de férias que podem ter usado o nome da PM com motivações políticas."
"É um absurdo o que está acontecendo em Goiás. Mas esses atos acabam dando uma publicidade que o livro jamais teria", disse o jornalista Kajuru.
o especial Eleições 2002
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