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14/10/2002 - 12h31

Serra deve mudar percepção do eleitor para vencer, diz Cesar Maia

CAMILO TOSCANO
da Folha Online

A estratégia de campanha de José Serra (PSDB) para reverter a desvantagem em relação a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e vencer a disputa presidencial deve ser mudar a percepção do eleitorado sobre o primeiro e o segundo turno. Essa é a avaliação do prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL).

Um dos integrantes pefelistas que estão com Serra desde o primeiro turno, Maia, 56, articulou a recomendação de voto do PFL ao tucano neste segundo turno e é um dos estrategistas da candidatura, dado seu conhecimento em pesquisa.

Para Maia, Serra deve trabalhar para diferenciar o primeiro turno do segundo turno, com o objetivo de mudar a percepção do eleitorado sobre as duas etapas da eleição e obter os votos necessários para reverter a atual situação nas pesquisas.

Em entrevista por e-mail, feita na semana passada, Maia desconsiderou os apoios a Lula do senador eleito Antonio Carlos Magalhães (PFL) e do vice-governador eleito em Minas Gerais, Clésio Andrade (PFL), afirmando que em um eventual governo petista o partido será oposição.

O prefeito falou também dos ganhos políticos de Anthony Garotinho (PSB), terceiro colocado na corrida presidencial e desafeto político de Maia. Em entrevista anterior à Folha Online, em maio, o prefeito havia afirmado que Garotinho estava se tonando "o candidato da chacota". Segundo Maia, Garotinho saiu fortalecido apenas no Estado do Rio de Janeiro.

Leia abaixo a entrevista à Folha Online:

Folha Online - Há uma corrente de estudo das eleições que considera que em uma disputa em dois turnos, quando o primeiro colocado chega à segunda etapa mais de dez pontos percentuais à frente do segundo, dificilmente o resultado final é revertido no segundo turno. Tendo em vista essa perspectiva e considerando que a votação de Lula foi o dobro da de Serra, o que será preciso fazer para que o tucano chegue à vitória no curto período que há entre o primeiro e o segundo turno?
Cesar Maia
- Depende. Se a percepção do eleitor é que se trata de mais um capítulo da novela do primeiro turno, é muito difícil tirar a diferença. Mas se o eleitor tem a percepção que é uma nova eleição, mesmo uma grande diferença, não faz tanta diferença.

Folha Online - A decisão do PFL foi o de recomendar o voto em Serra. Essa é a posição mais próxima da campanha que o partido pode assumir oficialmente?
Maia
- Como partido não. Mas seus membros estão autorizados a fazê-lo.

Folha Online - O sr. avalia que a cúpula do partido errou ao deixar a base governista? O PFL deveria, como fez o sr., ter ficado com Serra desde o início?
Maia
- O PFL não deixou a base governista. Houve -após as eleições de 98- um movimento do PSDB em direção ao PMDB e contra o PFL. Este movimento exigiu termos candidatura própria.

Folha Online - De um lado, o sr. e o vice-presidente Marco Maciel estão com o PSDB desde o primeiro turno. De outro, Antonio Carlos Magalhães, Roseana Sarney e Clésio de Andrade estão com Lula no segundo turno. É o racha do PFL ou estratégia para continuar no poder?
Maia
- Se Lula vencer o PFL é oposição. Esta posição é unanime.

Folha Online - Em uma eventual vitória de Lula, como será a oposição do PFL?
Maia
- Oposição!

Folha Online - Em entrevista anterior à Folha Online, o sr. disse que Anthony Garotinho seria o "candidato da chacota" nestas eleições. Qual a atual avaliação do sr. sobre os ganhos políticos de Garotinho?
Maia
- Em nível local não há duvida [de que ele cresceu politicamente]. Em nível nacional, ficou praticamente em um só nicho: os evangélicos.

Veja também o especial Eleições 2002
 

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