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23/01/2003 - 07h15

D. Mauro volta a criticar estratégia do Fome Zero

LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

O bispo de Duque de Caxias, dom Mauro Morelli, criticou ontem, em Porto Alegre, a condução do programa Fome Zero, o qual chegou a ajudar na implantação. Afirmou que o assunto não está sendo tratado com "grandeza" e que não se deve levar em conta a proposta de distribuir restos de comida de restaurantes.

"O mais importante é discutir qual é o critério da produção agrícola brasileira, se é de lucro, exportação e negócios. Qual o rumo da economia no sentido de melhorar a política agrária do país? Há um debate sobre aproveitamento de sobras dos restaurantes. Está na hora de colocarmos esse assunto na grandeza que ele merece. Fiquei abismado com essa sugestão", disse ele.

"Está mais do que comprovado que frequentemente os alimentos que sobram nos restaurantes não estão em condições. Falta interlocução com a sociedade. O governo faz isso quase como uma concessão", afirmou.
D. Mauro fez uma crítica direta ao ministro José Graziano (Segurança Alimentar): "Se formos nos reduzir ao Graziano, estamos mal. Deve haver planejamento."

Críticas a Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chega hoje a Porto Alegre para participar do Fórum Social Mundial, não enfrentará apenas esse tipo de crítica.

O ex-prefeito de Porto Alegre Raul Pont (PT), um dos principais representantes da esquerda petista, afirmou que Lula "está legitimando" o Fórum Econômico Mundial, de Davos, ao participar dele. "Eu preferiria que ele ficasse aqui [no Fórum Social], porque, mesmo indo com uma posição crítica, você reconhece naquele lugar um espaço em que vale a pena estar presente. Você o legitima. Acho inoportuno. Ele deveria jogar seus esforços em direção a organismos internacionais, e não em simulacros desses organismos", disse Pont.

"Lula tem todas as condições de encabeçar um movimento com outros presidentes, outros países, no sentido de se constituir um organismo internacional de resistência. O Fórum Econômico Mundial sempre foi um instrumento de difusão, de convencimento de um projeto político. Nunca se propôs a ser um evento plural, sempre defendeu um projeto que combatemos."

A respeito das críticas feitas pelo partido a ações do governo de Lula, Pont diz haver uma "tendência" de o partido votar a favor dos projetos do Executivo, pois Lula se comprometeu a consultar o partido antes de tomar decisões.

Veja também o especial Governo Lula
 

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