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01/02/2003
-
06h14
Moradores de Guaribas, ao ver imagens da cidade na TV, reclamaram porque aparecem como "famintos", o que, segundo eles, não é verdade.
"É mentira que a gente morre de fome aqui. A gente não tem é verdura, mas comida no prato tem todo dia", disse Gilvanda Alves da Silva, 34, uma das pessoas beneficiadas pelo programa.
De acordo com os habitantes da cidade, cada família do município tem seu roçado, onde planta para a sobrevivência nos períodos de chuva, como acontece nos meses de janeiro e fevereiro.
Na casa de Leci Alves Dias, 40, de sete filhos, três meninos diariamente vão para o roçado, que fica a 30 minutos de distância a pé. As três meninas e o caçula de quatro anos ajudam a colher o feijão.
Além do feijão, milho e farinha de mandioca estão fora da lista de compras dos moradores, por serem produzidos para a subsistência. Outros itens, como arroz, óleo, açúcar e sal, são comprados com benefícios federais, principalmente o Bolsa-Escola.
"Meus filhos gostam muito de leite, mas às vezes dá para comprar, às vezes não", disse Leci. Todos os quatro filhos de Gilsa Alves, 31, também trabalham no roçado, até o caçula Bruno, 9. "A gente vende o feijão quando sobra e vive o resto do ano do Bolsa-Escola, como Deus quer", disse.
"Às vezes o filho da gente pede alguma coisa que viu na televisão e fica triste porque a gente não pode dar", disse Maurina Pereira da Silva, 33, mãe de quatro filhos.
Mesmo podendo comprar itens considerados supérfluos, como iogurtes e queijos, isso não será possível em Guaribas. Nenhuma mercearia vende esse tipo de produto, por não haver geladeiras para a conservação.
Não existe geladeira na maioria das casas. Com os R$ 50 do Fome Zero, a alimentação vai mudar pouco. "As pessoas tem uma alimentação muito pobre em ferro, em vitaminas, porque não tem água o ano inteiro para o plantio de verduras e legumes. As famílias vão continuar se alimentando só de arroz, feijão, farinha e alguma carne", disse o secretário da Saúde da cidade, João Abimael Neto.
"A gente não morre de fome", diz beneficiada
da Agência Folha, em GuaribasMoradores de Guaribas, ao ver imagens da cidade na TV, reclamaram porque aparecem como "famintos", o que, segundo eles, não é verdade.
"É mentira que a gente morre de fome aqui. A gente não tem é verdura, mas comida no prato tem todo dia", disse Gilvanda Alves da Silva, 34, uma das pessoas beneficiadas pelo programa.
De acordo com os habitantes da cidade, cada família do município tem seu roçado, onde planta para a sobrevivência nos períodos de chuva, como acontece nos meses de janeiro e fevereiro.
Na casa de Leci Alves Dias, 40, de sete filhos, três meninos diariamente vão para o roçado, que fica a 30 minutos de distância a pé. As três meninas e o caçula de quatro anos ajudam a colher o feijão.
Além do feijão, milho e farinha de mandioca estão fora da lista de compras dos moradores, por serem produzidos para a subsistência. Outros itens, como arroz, óleo, açúcar e sal, são comprados com benefícios federais, principalmente o Bolsa-Escola.
"Meus filhos gostam muito de leite, mas às vezes dá para comprar, às vezes não", disse Leci. Todos os quatro filhos de Gilsa Alves, 31, também trabalham no roçado, até o caçula Bruno, 9. "A gente vende o feijão quando sobra e vive o resto do ano do Bolsa-Escola, como Deus quer", disse.
"Às vezes o filho da gente pede alguma coisa que viu na televisão e fica triste porque a gente não pode dar", disse Maurina Pereira da Silva, 33, mãe de quatro filhos.
Mesmo podendo comprar itens considerados supérfluos, como iogurtes e queijos, isso não será possível em Guaribas. Nenhuma mercearia vende esse tipo de produto, por não haver geladeiras para a conservação.
Não existe geladeira na maioria das casas. Com os R$ 50 do Fome Zero, a alimentação vai mudar pouco. "As pessoas tem uma alimentação muito pobre em ferro, em vitaminas, porque não tem água o ano inteiro para o plantio de verduras e legumes. As famílias vão continuar se alimentando só de arroz, feijão, farinha e alguma carne", disse o secretário da Saúde da cidade, João Abimael Neto.
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