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15/05/2003
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12h55
Raymundo Faoro nasceu em Vacaria (RS), em 27 de abril de 1925. Filho de agricultores, depois de 1930 sua família mudou-se para a cidade de Caçador (SC), onde fez o curso secundário, no Colégio Aurora.
Formou-se em Direito, em 1948, pela UFRS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Transferiu-se, em 1951, para o Rio de Janeiro, onde advogou e fez concurso para a Procuradoria do Estado.
Foi presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), de 1977 a 1979, tendo lutado pelo fim dos Atos Institucionais do regime militar (1964-1985) e ajudado a consolidar o processo de abertura democrática nos anos 70.
À frente da entidade, Faoro transformou a OAB em um "foco de resistência pacífica" ao regime, denunciando casos de tortura e pedindo a retomada do Estado democrático.
No governo João Figueiredo (1979-1985), o último presidente do regime militar, o jurista defendeu ampla anistia. Após a anistia e o retorno dos exilados políticos, a casa de Faoro no bairro das Laranjeiras (zona sul do Rio) transformou-se em local de reuniões políticas. Eram frequentes as presenças de Tancredo Neves (1910-1985) e Luís Inácio Lula da Silva.
Foi eleito em 23 de novembro de 2000 para a cadeira nº 6 da ABL (Academia Brasileira de Letras), na sucessão de Barbosa Lima Sobrinho, tendo assumido o posto em 17 de setembro de 2002, das mãos do acadêmico e jurista Evandro Lins e Silva (1912-2002).
Em 1989, após quase uma década de amizade e debates políticos, Lula propôs que Faoro fosse vice em sua chapa presidencial, mas o convite foi recusado.
Obras
Ele é autor de "Os Donos do Poder" (1958), obra clássica da sociologia que trata da formação do patronato político brasileiro, retratando uma sociedade na qual o poder público é exercido e usado como se fosse privado. Em um levantamento feito pela Folha, em 1999, a obra é apontada como uma das dez mais importantes do pensamento brasileiro.
Também escreveu "Machado de Assis - A Pirâmide e o Trapézio" (1975), onde procura interpretar a obra de Machado de Assis a partir da análise do cotidiano da sociedade do final do século 19, e "A Assembléia Constituinte - A Legitimidade Recuperada" (1980) e "Existe um Pensamento Político Brasileiro?" (1994).
Recebeu os prêmios José Veríssimo, da ABL (1959) e Moinho Santista - Ciências Sociais (1978), sendo o terceiro premiado, depois de Fernando de Azevedo e Gilberto Freyre, além da Medalha Teixeira de Freitas, do Instituto dos Advogados do Brasil.
Saiba mais sobre Raymundo Faoro
da Folha OnlineRaymundo Faoro nasceu em Vacaria (RS), em 27 de abril de 1925. Filho de agricultores, depois de 1930 sua família mudou-se para a cidade de Caçador (SC), onde fez o curso secundário, no Colégio Aurora.
Formou-se em Direito, em 1948, pela UFRS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Transferiu-se, em 1951, para o Rio de Janeiro, onde advogou e fez concurso para a Procuradoria do Estado.
Foi presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), de 1977 a 1979, tendo lutado pelo fim dos Atos Institucionais do regime militar (1964-1985) e ajudado a consolidar o processo de abertura democrática nos anos 70.
Américo Vermelho/ FI |
Raymundo Faoro, que morreu aos 78 anos no Rio |
No governo João Figueiredo (1979-1985), o último presidente do regime militar, o jurista defendeu ampla anistia. Após a anistia e o retorno dos exilados políticos, a casa de Faoro no bairro das Laranjeiras (zona sul do Rio) transformou-se em local de reuniões políticas. Eram frequentes as presenças de Tancredo Neves (1910-1985) e Luís Inácio Lula da Silva.
Foi eleito em 23 de novembro de 2000 para a cadeira nº 6 da ABL (Academia Brasileira de Letras), na sucessão de Barbosa Lima Sobrinho, tendo assumido o posto em 17 de setembro de 2002, das mãos do acadêmico e jurista Evandro Lins e Silva (1912-2002).
Em 1989, após quase uma década de amizade e debates políticos, Lula propôs que Faoro fosse vice em sua chapa presidencial, mas o convite foi recusado.
Obras
Ele é autor de "Os Donos do Poder" (1958), obra clássica da sociologia que trata da formação do patronato político brasileiro, retratando uma sociedade na qual o poder público é exercido e usado como se fosse privado. Em um levantamento feito pela Folha, em 1999, a obra é apontada como uma das dez mais importantes do pensamento brasileiro.
Também escreveu "Machado de Assis - A Pirâmide e o Trapézio" (1975), onde procura interpretar a obra de Machado de Assis a partir da análise do cotidiano da sociedade do final do século 19, e "A Assembléia Constituinte - A Legitimidade Recuperada" (1980) e "Existe um Pensamento Político Brasileiro?" (1994).
Recebeu os prêmios José Veríssimo, da ABL (1959) e Moinho Santista - Ciências Sociais (1978), sendo o terceiro premiado, depois de Fernando de Azevedo e Gilberto Freyre, além da Medalha Teixeira de Freitas, do Instituto dos Advogados do Brasil.
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