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25/05/2003 - 07h29

Perus abrigou cadáveres sem identificação

da Folha de S.Paulo, no Rio

Construído no começo dos anos 1970, o cemitério de Perus foi depósito de cadáveres sem identificação (alguns de vítimas do esquadrão da morte), de ativistas de esquerda e indigentes.

Desde o final daquela década as famílias começaram a descobrir os restos de militantes políticos enterrados no local, conforme o livro "Mortos e Desaparecidos Políticos: Reparação ou Impunidade?" (Humanitas, 2000), da historiadora Janaína Teles.

Em 1990, foi descoberta uma vala clandestina. Em 1992, as famílias supuseram ter encontrado os restos de Torigoe e de outro militante, Luiz José da Cunha (neste caso não há confirmação).
As ossadas -1.049 da vala e algumas dos anos seguintes- foram levadas para a Unicamp, a fim de identificar quais seriam de desaparecidos
políticos.

Na universidade, passaram boa parte do tempo armazenadas sem os devidos cuidados técnicos, com sacos abertos e restos de móveis jogados por cima.

Em 2000, a pedido das famílias, foram transferidas para a USP, cujo Departamento de Medicina Legal as está analisando, sob a coordenação do professor Daniel Muñoz.

Mais corpos

As famílias dos mortos estimam que, além dos restos de Hiroaki Torigoe, ainda estão em Perus, com certeza, os de Luiz Hirata e de José Milton Barbosa.

"Deve haver mais", diz Suzana Lisboa, cujo corpo do marido, o guerrilheiro Luiz Eurico Lisboa, foi desenterrado nos anos 1980 no cemitério paulistano.

Suspeita-se que nas ossadas recolhidas na vala estejam as de Flávio Molina, Dimas Casemiro, Francisco José de Oliveira e Grenaldo de Jesus da Silva.

Se não estiverem na USP, estão no cemitério, cujos livros registram que lá foram enterradas na vala. Os restos de cinco mortos (dois deles da vala) foram identificados nos anos 1990. Antes, pelo menos seis, todos de covas individuais.
 

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