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31/01/2009 - 18h30

Ex-companheiros de Battisti chamam de "infames" acusações de italiano

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da France Presse, em Roma

Dois ex-companheiros de armas de Cesare Battisti denunciaram neste sábado as acusações "infames" do ex-ativista de extrema-esquerda que atirou sobre eles a inteira responsabilidade pelas mortes pelas quais foi condenado; uma carta sobre o assunto foi entregue à agência italiana da Ansa.

"Fomos condenados e pagamos pelos acontecimentos dramáticos nos quais estivemos envolvidos há 30 anos. Não negociamos nossa liberdade em detrimento dos outros. Consideramos abjeto o fato de Battisti nos tratar de arrependidos", declararam os dois ex-integrantes do movimento armado dirigido por Battisti, os Proletários Armados para o Comunismo.

O texto é assinado por Sebastiano Masala, Giuseppe Memeo e pela viúva de Gabriele Grimaldi --três ex-companheiros de Battisti que foram condenados por quatro homicídios que também valeram a condenação à prisão perpétua de Battisti, à revelia.

Um quarto homem, um "arrependido"--que foi beneficiado com uma redução da pena em troca da colaboração com a justiça-- não assinou a carta.

Os dois signatários já foram libertados.

"Fomos, cada um, condenados a 30 anos de prisão, ao contrário dos arrependidos, que saíram alguns anos depois, com a proteção do Estado. Cumprimos nossa pena até o fim, nos beneficiando das cláusulas previstas em lei", acrescentam.

Em carta divulgada na sexta-feira pela imprensa, Battisti, que se apresenta como um "perseguido político", se declara inocente das quatro mortes que lhe valeram uma condenação à prisão perpétua na Itália em 1993, pondo a responsabilidade por esses homicídios nos ombros de quatro ex-companheiros dos quais não citou nomes e tratou de "arrependidos".

As quatro mortes foram cometidas em 1978 e 1979.

O procurador adjunto de Milão, Armando Spataro, um dos encarregados do processo, declarou na noite deste sábado à televisão que Battisti era "um assassino da pior espécie".

Ele se diz inocente "porque isso se arranja, porque encontrou primeiro na França e, depois, no Brasil pseudo-intelectuais que o apóiam, mas as condenações pronunciadas contra ele são pesadas como chumbo", acrescentou o procurador --um dos mais célebres da Itália, especializado em questões do terrorismo.

 

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