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14/10/2003 - 01h30

Buritis originou-se de um projeto de assentamento do Incra

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KÁTIA BRASIL
da Agência Folha, em Manaus

O município de Buritis (400 km ao sul de Porto Velho) originou-se de um projeto de assentamento do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Buritis é o principal acesso ao assentamento Jacinópolis (na cidade de Nova Mamoré), onde foram mortos na semana passada quatro trabalhadores rurais e um segurança da fazenda Schumann.

Nas estradas da última frente de desbravamento de Rondônia, circulam os sem-terra, os madeireiros e os pistoleiros que agem na região. "Temos um clima de guerra", diz o prefeito de Buritis, Alfredo Volpi (PT-RO). Na segurança, a cidade só conta com um quartel da Polícia Militar com uma guarnição de seis homens.

No projeto de Buritis, o Incra assentou 550 famílias, em 1988. Depois, o instituto só veio concluir um novo projeto em 1994, quando assentou mais 608 famílias no projeto Rio Alto. Daí até 2001, só foram assentadas 2.481 famílias. A defasagem seria de pelos menos 2.500 famílias na região.

Em 2002, segundo o IBGE, havia no município 25.668 habitantes. Volpi disse que o município sofreu uma migração nos últimos seis anos que inflou as zonas rurais e resultando nos conflitos agrários. "Temos mais de 37 mil habitantes, 15 mil são migrantes em busca de terra. O clima em Buritis é de desespero e pânico e as autoridades devem somar esforços como o município para resolver o grave problema fundiário", diz Volpi.

Para o assessor de projetos do Incra José Carlos Monteiro Gadelha, os projetos de assentamentos do instituto não avançaram em Buritis por causa do Zoneamento Sócio Econômico Ecológico do Estado de Rondônia. A região de Jacinópolis, segundo Gadelha, chegou a ser identificada para assentamento, mas houve uma ocupação desordenada a partir de 2000, o que impediu do projeto prosseguir.

"Isso tudo aqui [os 14 projetos, incluindo Buritis] foi até onde o Incra pode fazer dentro da legalidade da questão do zoneamento. Tem outras [terras] lá que o Incra não pode criar projetos de assentamentos em função das restrições ambientais, tinha que ter outra modalidade de assentamento, tipo agroextrativista ou extrativismo mesmos", disse Gadelha.

Ela afirma que o zoneamento criou uma incompatibilidade, já que os assentados ou sem-terra tiram madeira para vender aos madeireiros. "O Incra vai fazer de conta que vai fazer um assentamento numa situação desse, criou-se um impasse", disse o assessor do Incra.
 

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