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07/11/2003
-
20h14
da Folha de S.Paulo
Os episódios que marcaram a carreira de João Carlos da Rocha Mattos, 55, explicam por que o magistrado era tido como o mais controvertido juiz em exercício.
Ex-agente e ex-delegado da Polícia Federal no Paraná e ex-procurador da República, o até então titular da 4ª Vara Criminal marcou sua passagem pelo Judiciário em sucessivos conflitos com o Ministério Público Federal e com desembargadores federais.
Em 1992, foi afastado do cargo, por haver ameaçado, por carta, o então presidente do Tribunal Regional Federal, Homar Cais.
Rocha Mattos, conhecedor, como poucos, das leis e dos bastidores da polícia, orgulhava-se de ser um julgador rápido. Chamava para si processos rumorosos que envolviam operações de notórios criminosos, políticos e empresários influentes.
Com base em questões técnicas, foi o autor do arquivamento do "Caso Cobrasma": inquérito criminal que apurava um suspeito lançamento de ações da empresa do então presidente da Fiesp, Luis Eulálio de Bueno Vidigal Filho, no final dos anos 80.
Na década seguinte, teria seu nome associado a inquéritos envolvendo o ex-governador Orestes Quércia, beneficiado por decisões suas ("raspadinha", privatização da Vasp e importação de equipamentos de Israel).
Na tramitação deste último processo, isentou Quércia de responsabilidade por compra superfaturada de R$ 310 milhões, apesar de documento firmado por Quércia autorizar as compras.
Foi alvo de inúmeras correições e manteve vários conflitos com procuradores. Amigos reconhecem que o juiz tem uma personalidade explosiva e passional. Magro, vegetariano, gosta de correr, esporte ao qual não vinha se dedicando nos últimos dias.
Investigado sigilosamente pelo TRF, diante da suspeita de ligações com doleiros e seus advogados, Rocha Mattos morava, sem pagar aluguel, num apartamento de propriedade de uma offshore cujo procurador é o advogado Carlos Alberto Costa e Silva, advogado de doleiros preso também pela Operação Anaconda.
Rocha Mattos nasceu em São Paulo, em 1948. Foi casado duas vezes e tem quatro filhos.
Decisões polêmicas marcam carreira de Rocha Mattos
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Os episódios que marcaram a carreira de João Carlos da Rocha Mattos, 55, explicam por que o magistrado era tido como o mais controvertido juiz em exercício.
Ex-agente e ex-delegado da Polícia Federal no Paraná e ex-procurador da República, o até então titular da 4ª Vara Criminal marcou sua passagem pelo Judiciário em sucessivos conflitos com o Ministério Público Federal e com desembargadores federais.
Em 1992, foi afastado do cargo, por haver ameaçado, por carta, o então presidente do Tribunal Regional Federal, Homar Cais.
Rocha Mattos, conhecedor, como poucos, das leis e dos bastidores da polícia, orgulhava-se de ser um julgador rápido. Chamava para si processos rumorosos que envolviam operações de notórios criminosos, políticos e empresários influentes.
Com base em questões técnicas, foi o autor do arquivamento do "Caso Cobrasma": inquérito criminal que apurava um suspeito lançamento de ações da empresa do então presidente da Fiesp, Luis Eulálio de Bueno Vidigal Filho, no final dos anos 80.
Na década seguinte, teria seu nome associado a inquéritos envolvendo o ex-governador Orestes Quércia, beneficiado por decisões suas ("raspadinha", privatização da Vasp e importação de equipamentos de Israel).
Na tramitação deste último processo, isentou Quércia de responsabilidade por compra superfaturada de R$ 310 milhões, apesar de documento firmado por Quércia autorizar as compras.
Foi alvo de inúmeras correições e manteve vários conflitos com procuradores. Amigos reconhecem que o juiz tem uma personalidade explosiva e passional. Magro, vegetariano, gosta de correr, esporte ao qual não vinha se dedicando nos últimos dias.
Investigado sigilosamente pelo TRF, diante da suspeita de ligações com doleiros e seus advogados, Rocha Mattos morava, sem pagar aluguel, num apartamento de propriedade de uma offshore cujo procurador é o advogado Carlos Alberto Costa e Silva, advogado de doleiros preso também pela Operação Anaconda.
Rocha Mattos nasceu em São Paulo, em 1948. Foi casado duas vezes e tem quatro filhos.
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