Publicidade
Publicidade
25/12/2003
-
08h31
SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha
Quatro pistas de pouso clandestinas usadas por garimpeiros que atuam ilegalmente na terra indígena Ianomâmi, localizada nos Estados de Roraima e Amazonas, foram destruídas em uma operação conjunta entre a Funai, a Polícia Federal e o Ibama. A Operação Ianomâmi teve início no dia 9 de dezembro e foi encerrada ontem.
As pistas clandestinas eram usadas, segundo o governo, tanto para o escoamento do ouro retirado ilegalmente de áreas indígenas como para abastecer os garimpeiros com alimentos e combustíveis. A estimativa da Funai (Fundação Nacional do Índio) é que 200 homens trabalhem ilegalmente na terra indígena. Nenhum garimpeiro foi preso na operação.
Segundo a delegada da Polícia Federal Margareth Aydos Pujol, as pistas tinham em média 400 m de comprimento e cerca de 40 m de largura. Elas foram localizadas pela Funai com base em imagens de satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Segundo Manuel Tavares, um dos coordenadores da operação e chefe da Divisão de Assistência ao Índio da Funai em Roraima, além das pistas, foram destruídas as plantações de subsistência dos garimpeiros e apreendidos equipamento de radiotelefonia usados para comunicação com Boa Vista (RR). Para o presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, a operação teve resultado satisfatório.
"O balanço é positivo: destruímos quatro pistas em 15 dias de trabalho intenso junto com a Polícia Federal", disse Gomes. Para ele, a destruição das pistas é essencial para reduzir o acesso às áreas de garimpo. Segundo Gomes, a presença de garimpeiros degrada o ambiente e dissemina doenças entre os índios.
Os garimpeiros também fornecem armas a grupos de índios, provocando um desequilíbrio de forças entre tribos rivais, o que facilita o acesso à terra dos derrotados. Segundo o presidente da Funai, os índios não participam da extração do ouro, mas há uma certa cumplicidade de alguns grupos com os garimpeiros. "É como antigamente: o brasileiro dava quinquilharias. Agora dá armas. Mas é o mesmo sentido simbólico de cooptação dos índios", disse.
A operação mobilizou 18 agentes da PF, 12 funcionários da Funai e quatro do Ibama. A terra indígena Ianomâmi ocupa 1,6 milhão de hectares e abriga 300 aldeia dos ianomâmi e ie'kuana. Só em Roraima há 12 mil índios.
PF destrói pistas clandestinas em reserva
Publicidade
da Agência Folha
Quatro pistas de pouso clandestinas usadas por garimpeiros que atuam ilegalmente na terra indígena Ianomâmi, localizada nos Estados de Roraima e Amazonas, foram destruídas em uma operação conjunta entre a Funai, a Polícia Federal e o Ibama. A Operação Ianomâmi teve início no dia 9 de dezembro e foi encerrada ontem.
As pistas clandestinas eram usadas, segundo o governo, tanto para o escoamento do ouro retirado ilegalmente de áreas indígenas como para abastecer os garimpeiros com alimentos e combustíveis. A estimativa da Funai (Fundação Nacional do Índio) é que 200 homens trabalhem ilegalmente na terra indígena. Nenhum garimpeiro foi preso na operação.
Segundo a delegada da Polícia Federal Margareth Aydos Pujol, as pistas tinham em média 400 m de comprimento e cerca de 40 m de largura. Elas foram localizadas pela Funai com base em imagens de satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Segundo Manuel Tavares, um dos coordenadores da operação e chefe da Divisão de Assistência ao Índio da Funai em Roraima, além das pistas, foram destruídas as plantações de subsistência dos garimpeiros e apreendidos equipamento de radiotelefonia usados para comunicação com Boa Vista (RR). Para o presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, a operação teve resultado satisfatório.
"O balanço é positivo: destruímos quatro pistas em 15 dias de trabalho intenso junto com a Polícia Federal", disse Gomes. Para ele, a destruição das pistas é essencial para reduzir o acesso às áreas de garimpo. Segundo Gomes, a presença de garimpeiros degrada o ambiente e dissemina doenças entre os índios.
Os garimpeiros também fornecem armas a grupos de índios, provocando um desequilíbrio de forças entre tribos rivais, o que facilita o acesso à terra dos derrotados. Segundo o presidente da Funai, os índios não participam da extração do ouro, mas há uma certa cumplicidade de alguns grupos com os garimpeiros. "É como antigamente: o brasileiro dava quinquilharias. Agora dá armas. Mas é o mesmo sentido simbólico de cooptação dos índios", disse.
A operação mobilizou 18 agentes da PF, 12 funcionários da Funai e quatro do Ibama. A terra indígena Ianomâmi ocupa 1,6 milhão de hectares e abriga 300 aldeia dos ianomâmi e ie'kuana. Só em Roraima há 12 mil índios.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice