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08/02/2004
-
07h02
ROGÉRIO PAGNAN
da Folha de S.Paulo, em Ribeirão Preto
Cinco. Essa foi a nota, em uma escala de zero a dez, dada ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela coordenadora interina do Orçamento Participativo de Ribeirão Preto, Antonia de Castro Palocci, a mãe do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho.
"Eu dou, agora, uma nota cinco para o Lula. Porque ele já investiu bastante neste ano, acho que ele até fez bastante, vamos ver se no fim eu posso dar uma nota maior. Agora nem posso dar uma outra nota porque vou estar mentindo. O país está começando a engatinhar. Quando chegar no fim do governo, eu acho que a nota vai aumentar", afirmou.
Para ela, em entrevista em sua sala na Prefeitura de Ribeirão, onde seu filho comandou a cidade em duas ocasiões, anteontem, o desemprego é hoje o principal problema do país. "Acho que precisava ter empregos. Mas o emprego depende da economia. Acho que agora falar sério é [falar] de desemprego, que é muito, muito ruim isso. Leva o país para o buraco", afirmou.
Sexagenária --ela não revela a idade--, Toninha, como é conhecida, é filiada ao PT desde 1980 e diz ter sido a responsável pela entrada do partido na vida da família. Na época, a coordenadora pertencia à corrente Convergência Socialista e Palocci, à Libelu. As duas eram correntes de extrema esquerda do partido e guiadas pelas teses revolucionárias do russo Leon Trotsky (1879-1940).
Hoje, assim como o filho, ela migrou para a corrente majoritária do PT, a Articulação, e exerce grande influência no diretório do partido em Ribeirão. Na prefeitura, trabalha voluntariamente.
Apesar da crítica indireta ao trabalho do filho, Toninha afirma que Palocci está fazendo tudo o que é possível e disse ter muita esperança nele e no futuro do país nas mãos do partido. Até o desemprego, para ela, deve diminuir, junto com as taxas de juros.
"Ele [Palocci] fica angustiado, sim [em não poder resolver todos os problemas como gostaria]."
Para ela, um dos melhores amigos do filho é o também ministro José Dirceu (Casa Civil), diferentemente do que divulga a imprensa. Chegam a almoçar juntos e as mulheres trocam receitas de pratos. Toninha acredita, porém, que Dirceu ostenta os poderes que tem. "O Palocci é o inverso do José Dirceu. José Dirceu mostra. Palocci é. Quem mostra é porque está inseguro. Eu tenho essa impressão. Há uma insegurança lá dentro [de Dirceu] e, por isso, ele precisa mostrar. O Palocci não, ele é. Não precisa mostrar."
Além de inseguro, Dirceu também é "meio estouradão", na avaliação de Toninha. Essa característica, para ela, o descredencia a ser um possível substituto de Lula no futuro. O senador Aloizio Mercadante, "que é simpático", seria um bom nome. O candidato predileto, lógico, é Palocci.
Mãe de Palocci dá nota 5 ao governo Lula
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da Folha de S.Paulo, em Ribeirão Preto
Cinco. Essa foi a nota, em uma escala de zero a dez, dada ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela coordenadora interina do Orçamento Participativo de Ribeirão Preto, Antonia de Castro Palocci, a mãe do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho.
"Eu dou, agora, uma nota cinco para o Lula. Porque ele já investiu bastante neste ano, acho que ele até fez bastante, vamos ver se no fim eu posso dar uma nota maior. Agora nem posso dar uma outra nota porque vou estar mentindo. O país está começando a engatinhar. Quando chegar no fim do governo, eu acho que a nota vai aumentar", afirmou.
Para ela, em entrevista em sua sala na Prefeitura de Ribeirão, onde seu filho comandou a cidade em duas ocasiões, anteontem, o desemprego é hoje o principal problema do país. "Acho que precisava ter empregos. Mas o emprego depende da economia. Acho que agora falar sério é [falar] de desemprego, que é muito, muito ruim isso. Leva o país para o buraco", afirmou.
Sexagenária --ela não revela a idade--, Toninha, como é conhecida, é filiada ao PT desde 1980 e diz ter sido a responsável pela entrada do partido na vida da família. Na época, a coordenadora pertencia à corrente Convergência Socialista e Palocci, à Libelu. As duas eram correntes de extrema esquerda do partido e guiadas pelas teses revolucionárias do russo Leon Trotsky (1879-1940).
Hoje, assim como o filho, ela migrou para a corrente majoritária do PT, a Articulação, e exerce grande influência no diretório do partido em Ribeirão. Na prefeitura, trabalha voluntariamente.
Apesar da crítica indireta ao trabalho do filho, Toninha afirma que Palocci está fazendo tudo o que é possível e disse ter muita esperança nele e no futuro do país nas mãos do partido. Até o desemprego, para ela, deve diminuir, junto com as taxas de juros.
"Ele [Palocci] fica angustiado, sim [em não poder resolver todos os problemas como gostaria]."
Para ela, um dos melhores amigos do filho é o também ministro José Dirceu (Casa Civil), diferentemente do que divulga a imprensa. Chegam a almoçar juntos e as mulheres trocam receitas de pratos. Toninha acredita, porém, que Dirceu ostenta os poderes que tem. "O Palocci é o inverso do José Dirceu. José Dirceu mostra. Palocci é. Quem mostra é porque está inseguro. Eu tenho essa impressão. Há uma insegurança lá dentro [de Dirceu] e, por isso, ele precisa mostrar. O Palocci não, ele é. Não precisa mostrar."
Além de inseguro, Dirceu também é "meio estouradão", na avaliação de Toninha. Essa característica, para ela, o descredencia a ser um possível substituto de Lula no futuro. O senador Aloizio Mercadante, "que é simpático", seria um bom nome. O candidato predileto, lógico, é Palocci.
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