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23/03/2004
-
12h14
CAMILO TOSCANO
da Folha Online, em Brasília
Convidado para prestar esclarecimentos no Senado sobre o contrato firmado no ano passado pela CEF (Caixa Econômica Federal) com a multinacional Gtech para controle das loterias no país, o presidente do banco, Jorge Mattoso, disse hoje que o contrato "aprisiona" a CEF e que não pode ser responsabilizado pela ação de Waldomiro Diniz.
Waldomiro foi apontado em depoimentos de dois diretores da Gtech à Polícia Federal como intermediador da renovação contratual ocorrida em abril de 2003, quando era subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil.
De acordo com o que falaram à PF Antonio Carlos Lino Rocha e Marcelo Rovai --respectivamente ex-presidente e ex-diretor de marketing da multinacional--, Waldomiro indicou a Gtech a contratação de serviços de consultoria de Rogério Buratti, dando a entender que seria uma etapa necessária para o aditamento do contrato.
"A única coisa que posso dizer aos senhores senadores é que não posso ser responsabilizado se alguém tentou vender terrenos na lua, nem se alguém tentou comprá-los", afirmou Mattoso à CFC (Comissão de Fiscalização e Controle) do Senado. "Não tenho a mínima idéia dos contatos da Gtech."
Waldomiro foi flagrado cobrando 1% de propina do empresário de loterias Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, quando negociava o financiamento de campanhas eleitorais em 2002. Mattoso disse hoje não conhecer nem ter mantido contatos com Cachoeira.
Prisão
Embora tenha dito que o contrato da CEF com a Gtech deixa o banco "refém" da multinacional, Mattoso reafirmou que a renovação, realizada em abril de 2003, foi vantajosa para a CEF. Segundo ele, foi a primeira vez em dez anos que houve redução de 15% nos valores pagos à Gtech --segundo ele, em média, o banco paga R$ 25 milhões mensais.
Em janeiro do ano passado, o contrato com a Gtech foi aditado por três meses para que a nova gestão da CEF pudesse analisar juridicamente o acordo. Em abril, transcorrido o prazo inicial, o contrato foi aditado em mais 25 meses.
De acordo com o presidente da CEF, em troca da renovação, o banco conseguiu que a multinacional renunciasse a ações judiciais --entre elas a que impede a ampliação dos 2.108 correspondentes bancários no país. São essas cláusulas contratuais que, para Mattoso, amarram a CEF de romper o acordo com a Gtech.
"Se nós rompermos o contrato, eu tenho que no dia seguinte garantir máquinas [que compõem parte dos correspondentes bancários]. E eu não sou irresponsável [de fazer isso]", afirmou.
Presidente da Caixa diz não ter responsabilidade sobre ação de Waldomiro
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da Folha Online, em Brasília
Convidado para prestar esclarecimentos no Senado sobre o contrato firmado no ano passado pela CEF (Caixa Econômica Federal) com a multinacional Gtech para controle das loterias no país, o presidente do banco, Jorge Mattoso, disse hoje que o contrato "aprisiona" a CEF e que não pode ser responsabilizado pela ação de Waldomiro Diniz.
Waldomiro foi apontado em depoimentos de dois diretores da Gtech à Polícia Federal como intermediador da renovação contratual ocorrida em abril de 2003, quando era subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil.
De acordo com o que falaram à PF Antonio Carlos Lino Rocha e Marcelo Rovai --respectivamente ex-presidente e ex-diretor de marketing da multinacional--, Waldomiro indicou a Gtech a contratação de serviços de consultoria de Rogério Buratti, dando a entender que seria uma etapa necessária para o aditamento do contrato.
"A única coisa que posso dizer aos senhores senadores é que não posso ser responsabilizado se alguém tentou vender terrenos na lua, nem se alguém tentou comprá-los", afirmou Mattoso à CFC (Comissão de Fiscalização e Controle) do Senado. "Não tenho a mínima idéia dos contatos da Gtech."
Waldomiro foi flagrado cobrando 1% de propina do empresário de loterias Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, quando negociava o financiamento de campanhas eleitorais em 2002. Mattoso disse hoje não conhecer nem ter mantido contatos com Cachoeira.
Prisão
Embora tenha dito que o contrato da CEF com a Gtech deixa o banco "refém" da multinacional, Mattoso reafirmou que a renovação, realizada em abril de 2003, foi vantajosa para a CEF. Segundo ele, foi a primeira vez em dez anos que houve redução de 15% nos valores pagos à Gtech --segundo ele, em média, o banco paga R$ 25 milhões mensais.
Em janeiro do ano passado, o contrato com a Gtech foi aditado por três meses para que a nova gestão da CEF pudesse analisar juridicamente o acordo. Em abril, transcorrido o prazo inicial, o contrato foi aditado em mais 25 meses.
De acordo com o presidente da CEF, em troca da renovação, o banco conseguiu que a multinacional renunciasse a ações judiciais --entre elas a que impede a ampliação dos 2.108 correspondentes bancários no país. São essas cláusulas contratuais que, para Mattoso, amarram a CEF de romper o acordo com a Gtech.
"Se nós rompermos o contrato, eu tenho que no dia seguinte garantir máquinas [que compõem parte dos correspondentes bancários]. E eu não sou irresponsável [de fazer isso]", afirmou.
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