Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
26/05/2004 - 04h25

Laudo técnico contraria a versão de deputado do PT

Publicidade

LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo

O laudo técnico da operadora de celular Vivo, requisitado pelo deputado estadual Donisete Braga (PT), contraria a versão sustentada pelo parlamentar para se defender da acusação de que participou do assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT).

Segundo o deputado, na hora do crime ele estava numa reunião no Palácio dos Bandeirantes e, por questões técnicas, ligações que ele afirma ter feito dali foram registradas pelas antenas de Taboão da Serra e de Embu, região em que Daniel foi morto.

O laudo da Vivo, cuja cópia foi obtida pela Folha, porém, diz que, "mesmo que todas as ERBs [antenas] da região [do palácio] estivessem fora de serviço, não haveria possibilidade de terminação ou originação através das ERBs SPO 43-015 e SPO 43-032 [antenas de Embu e de Taboão da Serra]".

Seria impossível, segundo a Vivo, pela distância (10,5 km), pelo relevo da cidade e porque há outras antenas mais próximas.

Braga havia usado esse mesmo laudo para reforçar sua defesa. Divulgara, porém, só trechos do documento -citou uma passagem na qual a operadora admite a possibilidade de transposição de sinal, de uma antena para outra, quando a pessoa está em movimento. Isso ocorre, informa a Vivo, para que haja a continuidade de conversação, só que essa transposição é feita para a antena imediatamente mais próxima.

O laudo da Vivo é importante porque é nele que se baseia o principal indício da Promotoria contra Braga. Segundo a quebra do sigilo telefônico dele e de seu motorista, os dois estiveram próximos ao local em que Daniel foi morto.

Em 19 de janeiro de 2002, das 22h18 às 23h41, partiram do celular do deputado de 15 a 20 ligações feitas em Embu e Taboão da Serra. No mesmo dia, segundo o Ministério Público, Daniel foi morto.

"O laudo requisitado pelo deputado é ainda mais incisivo do que o que foi obtido pelo Ministério Público", afirmou o promotor José Reinaldo Carneiro. Segundo documento da Vivo à Promotoria, a possibilidade de uma ligação feita no palácio ser registrada em Embu é "praticamente nula".

A assessoria de imprensa de Braga afirmou que o parlamentar não iria repassar à reportagem o laudo na íntegra porque o documento era "contraditório".

Carreira

O deputado começou a carreira política como assessor do então vereador de Mauá Márcio Chaves Pires, hoje vice-prefeito da cidade. Braga foi assessor do então deputado estadual Rui Falcão --vice na chapa de Marta Suplicy (PT). Eleito suplente de deputado estadual em 1998, assumiu em 2001. Foi reeleito na atual legislatura.

Braga afirmou ser "amigo pessoal" do empresário Sérgio Gomes da Silva, principal acusado hoje de ser o mandante do crime --o empresário nega ter participado da morte de Daniel.

Leia mais
  • Braga afirma que documento da Vivo é "contraditório"
  • Assembléia promove ato de desagravo a petista
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página