Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
01/08/2004 - 06h36

Governador do MA rompe com Sarneys

Publicidade

SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha

Afiliado político do ex-presidente e senador José Sarney (PMDB-AP), o governador do Maranhão, José Reinaldo Tavares (PFL), tornou público que está rompido politicamente com a família Sarney no Estado. Disse que, desde abril passado, o Sistema Mirante de Comunicação, que pertence à família Sarney e reúne TV, rádio e jornal, iniciou uma campanha contra sua gestão.

"Tenho sido atacado pelos meios de comunicação [da família] e resolvi responder."

Para Tavares, as críticas contra sua administração surgiram após ele retirar o apoio à candidatura de Ricardo Murad (PSB), cunhado da senadora Roseana Sarney (PFL), à Prefeitura de São Luís.

"Resolvi abandonar a candidatura dele e [Murad] começou uma guerra muito grande contra mim. Não sei se foi por isso."

O diretor de jornalismo do Sistema Mirante de Comunicação, Rômulo Barbosa, negou a acusação de Tavares.

"Não está havendo campanha contra o governador", disse Barbosa. "Há apenas a cobertura jornalística, pautada em fatos e documentos."

Em entrevista à TV Difusora, em São Luís (MA), o governador evitou citar nominalmente a ex-governadora, mas criticou o empréstimo de R$ 320 milhões, contraído em 1999, para sanear o BEM (Banco do Estado do Maranhão) e colocá-lo à venda. O banco, que foi federalizado em 2000, foi vendido ao Bradesco em fevereiro passado por R$ 78 milhões.

"É como se uma pessoa tivesse um carro no valor de R$ 3.000 e pedisse emprestado de R$ 13 mil a 15 mil para preparar e vender o carro", disse o governador.

O ex-presidente do BEM Afonso Celso Pantoja, que acompanhou o processo de privatização do banco, disse que a dívida "não causa embaraço algum à receita do Estado porque nem um centavo dela foi pago até agora".

Para o governador, o aumento da dívida do Maranhão na gestão passada, aliado à queda nos repasses federais, é responsável pela atual dificuldade financeira do Estado. Em junho, o governo cortou 30% dos vencimentos dos cargos em comissão e 30% do valor das gratificações para reduzir gastos.

Tavares foi vice-governador de Roseana nos dois mandatos dela à frente da administração do Estado. No mandato de Sarney na Presidência da República (1985-1990), Tavares assumiu a pasta dos Transportes.

Os atritos e as provocações entre Tavares e a família Sarney começaram há algum tempo, mas só agora foram explicitados por parte do governador.

Em maio passado, Tavares extinguiu a Gerência de Desenvolvimento da Região Metropolitana, ocupada por Murad, que ficou sem cargo público. Na mesma época, o governo suspendeu a veiculação de publicidade nos veículos do Sistema Mirante. Em junho, Tavares encaminhou um projeto de lei à Assembléia Legislativa substituindo as gerências administrativas, símbolo da gestão de Roseana, pelas tradicionais secretarias de Estado.

Na época, todas as ações foram justificadas pela necessidade do governo de cortar custos.

A assessoria de imprensa da senadora Roseana Sarney disse que ela não ia comentar a afirmação do governador.

Especial
  • Veja o que já foi publicado sobre a família Sarney
  • Veja o que já foi publicado sobre o governador do Maranhão, José Reinaldo Tavares

  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página