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29/08/2004 - 03h52

Paulistano aponta saúde como principal problema

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PEDRO DIAS LEITE
da Folha de S.Paulo

Pela primeira vez desde o início da gestão da prefeita Marta Suplicy (PT), a saúde ocupa o topo da lista dos problemas da cidade na opinião dos paulistanos. Isso acontece num momento em que o desempenho da Prefeitura de São Paulo nessa área atinge a pior avaliação em três anos e meio.

A saúde tem praticamente monopolizado os ataques entre Marta Suplicy e o adversário José Serra (PSDB) na campanha eleitoral. Agora, 26% dos cidadãos apontam a saúde como o principal problema da cidade, de acordo com o Datafolha.

Antes do início da propaganda eleitoral na televisão, o tema era o terceiro do ranking, com 16%, logo depois do desemprego e da violência.

A Folha publicou ontem uma pesquisa sobre a corrida eleitoral em São Paulo, feita também pelo Datafolha, que mostra Marta e Serra polarizando a disputa. A petista aparece na liderança, com 34% das intenções de voto. O tucano vem em segundo lugar, com 30%. Depois aparecem Paulo Maluf (PP), com 16%, e Luiza Erundina (PSB), com 6%.

Além de perguntar qual o principal problema da cidade, o Datafolha também pesquisou qual a área de pior desempenho da prefeitura. São questões distintas, apesar da relação óbvia.

O desempenho da prefeitura na saúde já era avaliado como o pior de todos na pesquisa anterior, mas houve um aumento de 11 pontos percentuais desde o final de junho, de 17% para 28%.

A própria Marta admite que a saúde é um problema e tem prometido em sua campanha fazer uma "revolução" no setor nos próximos quatro anos.

Para o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, o fato de a saúde ser o principal tema em debate nesta campanha direcionou as atenções do eleitorado paulistano para essa área.

CEUs e bilhete único

Se por um lado o PSDB obteve êxito em levar para o centro do debate a área em que Marta é mais frágil, por outro as duas principais bandeiras dos petistas alavancaram a avaliação da prefeita em educação e transporte.

O bilhete único, implementado em maio, permite ao passageiros de ônibus fazer quantas viagens quiserem no período de duas horas, pagando apenas uma passagem. Com isso, isolou o transporte pela primeira vez em primeiro lugar quando a pergunta é a área de melhor desempenho da prefeitura, com 32%. Em junho, tinha 24%. Em março, antes do bilhete único, apenas 11%. Em 2001, quando Marta assumiu, o transporte era o melhor ponto da gestão apenas para 3%.

No caso da educação, os CEUs (Centros Educacionais Unificados) levaram a área para o segundo lugar, com 28%. O auge da avaliação da educação na gestão Marta Suplicy foi em dezembro do ano passado, quando atingiu 34%, poucos meses depois do lançamento dos CEUs. Equipadas com biblioteca, piscinas, quadras poliesportivas e computadores, há 21 dessas megaescolas espalhadas pela periferia de São Paulo.

Exaltados pela propaganda petista, os CEUs derrubaram também pela metade as críticas à educação. O percentual dos que apontaram a área como o pior desempenho da prefeitura caiu de 8% em junho para 4% agora.

Massacre de mendigos

Apesar da escalada da saúde como principal problema da cidade na opinião dos paulistanos, a percepção de violência também cresceu. Para 22%, é esse o principal problema da cidade, de acordo com o Datafolha. Em 24 de junho, 17% pensavam assim.

A segurança pública, no entanto, não é atribuição da prefeitura. Pela lei, cabe ao governo estadual cuidar do tema. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, é do PSDB, mesmo partido de Serra.

Na semana que antecedeu a pesquisa, teve início uma onda de ataques a moradores de rua que deixou seis mortos e nove feridos e teve repercussão nacional nos dias seguintes. O massacre dos mendigos ocupou as primeiras páginas dos jornais durante todos os dias da semana.

Segundo o diretor do Datafolha, o retorno dos seqüestros ao primeiro plano também contribuiu para o aumento dos que vêem a violência como o principal problema da cidade de São Paulo.

Nos últimos dias, foram libertados alunos do Santa Cruz e do Dante, colégios onde estudam os filhos da elite paulistana. Houve também um caso de crianças seqüestradas numa van escolar. Depois, acabaram soltas.

Apesar da retomada da economia, o desemprego ficou em terceiro como principal problema da cidade, com 21%.

Metodologia

A pesquisa foi um levantamento por amostragem estratificada por sexo e idade, com sorteio aleatório dos entrevistados. Ouviu 1.720 pessoas com mais de 16 anos na capital paulista. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

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