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05/09/2004 - 06h06

Garotinho distribui cheques em Campos

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SERGIO TORRES
da Folha de S.Paulo, no Rio

Com a distribuição de alimentos, cheques de R$ 100 e empregos, o ex-governador Anthony Garotinho, que deseja ser candidato do PMDB à Presidência da República em 2006, tenta convencer o eleitorado de Campos (a 280 km do Rio) a votar no candidato que apóia na disputa pela prefeitura de sua cidade natal.

Embora continue à frente da Secretaria Estadual de Segurança Pública, Garotinho tem dedicado boa parte de seu tempo à campanha eleitoral no norte do Estado, região em que Campos é o principal município.

Só em Campos, o governo Rosinha Matheus (PMDB), mulher de Garotinho, está distribuindo pelo menos 5.000 cheques-cidadãos, segundo informou a Secretaria Estadual de Ação Social.

Cada cheque-cidadão vale R$ 100, trocados por comida em mercados conveniados.

A secretaria também informou que pelo menos 900 famílias campistas estão recebendo cestas de alimentos por meio do programa Nutrição 10, implantado no fim de julho. A ONG Instituto Visão, que tem Garotinho como integrante, também distribui comida para os pobres da cidade.

Para os que têm de 16 a 24 anos, o governo estadual está arrumando empregos. Cerca de 6.000 rapazes e moças participam do programa Jovens pela Paz em todo o Estado. Em Campos, são 500. Dois deles foram detidos na terça-feira pela PF (Polícia Federal) sob a acusação de estarem distribuindo panfletos do PMDB. Um vestia a camisa oficial do programa. A PF não divulgou os nomes dos rapazes, que foram liberados no mesmo dia.

Também em Campos, o governo Rosinha acaba de empregar 133 jovens, integrantes do projeto Voluntários da Paz. Cada um deles vai ganhar R$ 380, mais tíquetes-refeição e vales-transportes no valor de R$ 200.

Para os pescadores de Campos, o Estado anunciou na semana passada a distribuição de cheques de R$ 100 a serem pagos mensalmente a partir deste mês e até dezembro. O problema é que Campos tem 1.200 pescadores, e só há 250 cheques disponíveis.

Os cheques para os pescadores serão distribuídos em todo o Estado, sob a alegação de garantir a subsistência das famílias no período de defeso, quando a pesca é proibida para as espécies procriarem. Só que o defeso durou de março a junho.

O governo justifica o pagamento fora do defeso porque a produção de pescados andaria baixa.

O presidente da colônia de pescadores do município de Campos, Gilson Monteiro, contesta o argumento.
"Aqui nunca foi feita nenhuma estatística", disse à Folha.

Com chances duvidosas no Rio --o ex-prefeito Luiz Paulo Conde (PMDB) está bem atrás do líder nas pesquisas Cesar Maia (PFL)-- e ameaçado por adversários em cidades importantes, como Niterói, Nova Iguaçu e Macaé, os Garotinho estão preocupados com a possibilidade de não elegerem o peemedebista Geraldo Pudim prefeito de Campos.

Com cerca de 450 mil habitantes, Campos é um dos mais ricos municípios fluminenses, por causa dos royalties do petróleo. O Orçamento da cidade para 2005 gira em torno de R$ 1 bilhão.

Se perderem para os candidatos Paulo Feijó (PSDB) ou Carlos Alberto Campista (PDT), Garotinho e Rosinha chegarão a 2006 fragilizados. Campos é o reduto do casal. Garotinho se elegeu prefeito da cidade duas vezes (1988 e 1996). Daí a insistência em atuar na campanha, pois Pudim corre o risco de não se eleger.

Terceiro lugar na eleição presidencial de 2000, Garotinho insiste em voltar à disputa pelo Planalto. Na quinta-feira, Rosinha disse: "Garotinho foi o melhor governador que o Estado teve e vai ser o melhor presidente deste Brasil".

Comícios

Garotinho e Rosinha viajaram para Campos na quinta-feira, quando ele disse em seu programa de rádio que só voltará ao Rio na terça-feira.
Na quinta à noite, acompanhado da governadora, ele participou de dois comícios.

Na noite de sexta, estava prevista sua participação em mais dois comícios, nas comunidades Tapera e Jardim Carioca.

Em um dos comícios de quinta, Garotinho criticou o jornal local "Folha da Manhã".

"Quando nós chegamos o fotógrafo da "Folha da Manhã" e a repórter já estavam procurando o pessoal que ia brigar", disse antes de ser interrompido por uma pancadaria.

Militantes cercaram a equipe do jornal de Campos. O fotógrafo Diomarcelo Pessanha teve que se refugiar em uma casa.

O repórter da Folha, que acompanhava o comício, foi questionado por um correligionário de Pudim sobre a razão de estar gravando o discurso. Até o fim do comício, os jornalistas foram vigiados.

No discurso, Garotinho disse ter sido perseguido pela Folha na campanha presidencial de 2000.

"Quero avisar para o pessoal desse jornaleco aí ["Folha da Manhã"]. Estou acostumado a enfrentar "O Globo", a Folha de S. Paulo. Vocês, eu tiro de cosquinha. Fui candidato a presidente da República com eles no meu pé 24 horas. Dizendo que ia desistir, dizendo que eu ia ter 3% dos votos. Quando abriram as urnas, tive 15 milhões no primeiro turno", declarou o secretário em seu discurso no comício.

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