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14/09/2004
-
18h46
CAIO JUNQUEIRA
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
Líder nas pesquisas para a Prefeitura de São Paulo, o candidato do PSDB, José Serra, amenizou os ataques diretos à adversária Marta Suplicy (PT), em sabatina da Folha nesta terça-feira, e afirmou que só deixaria o cargo em 2006 "se Deus lhe tirasse a vida".
O tucano assinou uma declaração --apresentada pelo colunista da Folha Gilberto Dimenstein e que será registrada em cartório-- de que cumprirá, caso eleito, os quatro anos do mandato de prefeito e não deixará o cargo para concorrer a governador do Estado ou à Presidência da República em 2006.
"Só se Deus me tirar a vida. Só saio se houver uma desgraça que me envolva", disse ele, ao responder uma pergunta sobre a possibilidade de deixar o cargo para Kassab, em 2006.
Serra também defendeu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e seu candidato a vice, o deputado Gilberto Kassab (PFL), o qual descreveu como "homem experimentado".
Sobre a saúde, sua principal bandeira de campanha, disse que foi o PT, e não ele, o responsável por trazer o tema ao debate. "O PT trouxe o assunto, trouxe o tema para o centro de suas propostas. Em 1996, a campanha Maluf-Pitta trouxe o transporte como principal tema. Neste ano foram as maquetes", disse o candidato, em alusão ao CEU (Clínica Especializada Unificada) Saúde, projeto apresentado por Marta Suplicy.
Resumiu suas críticas à gestão Marta: "A maioria das coisas tem bom propósito, mas em todas as áreas eu vejo insuficiência, mesmo naquilo que se tentou inovar".
Também atacou o túnel da avenida Rebouças, vitrine da campanha de reeleição da petista. "[O que gastou em] túneis, a distância mais curta entre dois engarrafamentos, [a prefeitura] poderia ter investido em metrô. A prefeitura tem de entrar no metrô. O que fez [com o túnel], daria. O Fura-Fila, que custou mais do que vai custar, daria para ter levado o metrô em parceria com o Estado."
O candidato tucano esquivou-se de dizer quais programas da atual gestão manteria caso fosse eleito. Afirmou, entretanto, que não alteraria o modelo das subprefeituras implementado por Marta porque isso teria um "custo político".
"Não vou lotear [os cargos das subprefeituras]. Vou manter e não porque acho correto. Isso teria um custo político muito grande. E dá para levar uma relação com a Câmara sem práticas fisiológicas", disse.
FHC
Em defesa do ex-presidente FHC, Serra disse que a administração federal anterior estabilizou a economia e "acertou mais que errou".
"A obra de FHC não foi promover crescimento, mas sim estabilizar a economia e preparar as bases para um novo ciclo. FHC acertou mais do que errou e criou condições para ciclo econômico sustentável", disse.
"Desemprego não é um problema do FHC. É um problema do começo dos anos 80. Estamos enfrentando um ciclo de 25 anos de semi-estagnação. Estamos longe de afirmar que estamos num ciclo sustentável."
Ele também negou que o Brasil viveu uma de suas piores crises de emprego na era FHC. "Tivemos regiões que viveram o contrário. Esse é o caso em Mato Grosso. O ônus do desemprego caiu mais do que proporcionalmente em São Paulo."
Machismo
Serra negou que tenha usado de forma ofensiva o termo "dona Marta" ao se referir à prefeita de São Paulo. O termo gerou um duelo verbal entre ele e Marta, que o classificou de "machista".
"Eu não desqualifiquei. A Ruth [Cardoso, ex-primeira-dama] nunca se sentiu ofendida de ser chamada de dona Ruth. Eles [PT] estão loucos para achar coisas desse tipo para dizer: olha lá o machismo."
Segundo ele, foi o PT que introduziu a figura do marido na campanha. "Não considero importante a questão conjugal [na disputa eleitoral]. Não há padrão sobre se separou ou não para ser bom prefeito. Quem quer que faça parte da campanha são eles [PT], que levaram o caso [do marido] para a TV", disse.
No primeiro programa da propaganda eleitoral da TV, Marta usou o espaço para explicar sua separação conjugal com o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
2º turno
O candidato evitou comentar eventuais alianças para o segundo turno das eleições. "Não temos nenhum tipo de entendimento até chegar ao segundo turno. Só vou tratar desse assunto quando chegar lá. Por mais que se desenhe [o quadro entre ele e Marta na disputa], cada problema no seu momento devido."
O tucano assinou uma declaração --apresentada pelo colunista da Folha Gilberto Dimenstein e que será registrada em cartório-- de que cumprirá, caso eleito, os quatro anos do mandato de prefeito e não deixará o cargo para concorrer a governador do Estado ou à Presidência da República em 2006.
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Em sabatina, Serra ameniza ataques e promete cumprir mandato se eleito
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FABIANA FUTEMA
da Folha Online
Líder nas pesquisas para a Prefeitura de São Paulo, o candidato do PSDB, José Serra, amenizou os ataques diretos à adversária Marta Suplicy (PT), em sabatina da Folha nesta terça-feira, e afirmou que só deixaria o cargo em 2006 "se Deus lhe tirasse a vida".
O tucano assinou uma declaração --apresentada pelo colunista da Folha Gilberto Dimenstein e que será registrada em cartório-- de que cumprirá, caso eleito, os quatro anos do mandato de prefeito e não deixará o cargo para concorrer a governador do Estado ou à Presidência da República em 2006.
"Só se Deus me tirar a vida. Só saio se houver uma desgraça que me envolva", disse ele, ao responder uma pergunta sobre a possibilidade de deixar o cargo para Kassab, em 2006.
Serra também defendeu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e seu candidato a vice, o deputado Gilberto Kassab (PFL), o qual descreveu como "homem experimentado".
Sobre a saúde, sua principal bandeira de campanha, disse que foi o PT, e não ele, o responsável por trazer o tema ao debate. "O PT trouxe o assunto, trouxe o tema para o centro de suas propostas. Em 1996, a campanha Maluf-Pitta trouxe o transporte como principal tema. Neste ano foram as maquetes", disse o candidato, em alusão ao CEU (Clínica Especializada Unificada) Saúde, projeto apresentado por Marta Suplicy.
Resumiu suas críticas à gestão Marta: "A maioria das coisas tem bom propósito, mas em todas as áreas eu vejo insuficiência, mesmo naquilo que se tentou inovar".
Também atacou o túnel da avenida Rebouças, vitrine da campanha de reeleição da petista. "[O que gastou em] túneis, a distância mais curta entre dois engarrafamentos, [a prefeitura] poderia ter investido em metrô. A prefeitura tem de entrar no metrô. O que fez [com o túnel], daria. O Fura-Fila, que custou mais do que vai custar, daria para ter levado o metrô em parceria com o Estado."
O candidato tucano esquivou-se de dizer quais programas da atual gestão manteria caso fosse eleito. Afirmou, entretanto, que não alteraria o modelo das subprefeituras implementado por Marta porque isso teria um "custo político".
"Não vou lotear [os cargos das subprefeituras]. Vou manter e não porque acho correto. Isso teria um custo político muito grande. E dá para levar uma relação com a Câmara sem práticas fisiológicas", disse.
FHC
Em defesa do ex-presidente FHC, Serra disse que a administração federal anterior estabilizou a economia e "acertou mais que errou".
"A obra de FHC não foi promover crescimento, mas sim estabilizar a economia e preparar as bases para um novo ciclo. FHC acertou mais do que errou e criou condições para ciclo econômico sustentável", disse.
"Desemprego não é um problema do FHC. É um problema do começo dos anos 80. Estamos enfrentando um ciclo de 25 anos de semi-estagnação. Estamos longe de afirmar que estamos num ciclo sustentável."
Ele também negou que o Brasil viveu uma de suas piores crises de emprego na era FHC. "Tivemos regiões que viveram o contrário. Esse é o caso em Mato Grosso. O ônus do desemprego caiu mais do que proporcionalmente em São Paulo."
Machismo
Serra negou que tenha usado de forma ofensiva o termo "dona Marta" ao se referir à prefeita de São Paulo. O termo gerou um duelo verbal entre ele e Marta, que o classificou de "machista".
"Eu não desqualifiquei. A Ruth [Cardoso, ex-primeira-dama] nunca se sentiu ofendida de ser chamada de dona Ruth. Eles [PT] estão loucos para achar coisas desse tipo para dizer: olha lá o machismo."
Segundo ele, foi o PT que introduziu a figura do marido na campanha. "Não considero importante a questão conjugal [na disputa eleitoral]. Não há padrão sobre se separou ou não para ser bom prefeito. Quem quer que faça parte da campanha são eles [PT], que levaram o caso [do marido] para a TV", disse.
No primeiro programa da propaganda eleitoral da TV, Marta usou o espaço para explicar sua separação conjugal com o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
2º turno
O candidato evitou comentar eventuais alianças para o segundo turno das eleições. "Não temos nenhum tipo de entendimento até chegar ao segundo turno. Só vou tratar desse assunto quando chegar lá. Por mais que se desenhe [o quadro entre ele e Marta na disputa], cada problema no seu momento devido."
O tucano assinou uma declaração --apresentada pelo colunista da Folha Gilberto Dimenstein e que será registrada em cartório-- de que cumprirá, caso eleito, os quatro anos do mandato de prefeito e não deixará o cargo para concorrer a governador do Estado ou à Presidência da República em 2006.
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