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16/12/2004
-
09h18
RAFAEL CARIELLO
da Folha de S.Paulo
Não será um avião das arábias, diz o vice-presidente da Associated Air Center, sobre a aeronave presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva. A empresa realiza, nos Estados Unidos, o trabalho de ajustes internos, instalação de equipamentos e decoração do Airbus Corporate Jetliner comprado pelo governo federal, ao preço de US$ 56,7 milhões.
O novo avião de Lula é "elegante, funcional, mas não é como os dos chefes de Estado do Oriente Médio", afirma Patricio Altuna. Ele não informa o valor exato pago pelo serviço de sua empresa --especializada em reequipar e preparar aviões para presidentes, times de basquete norte-americanos e grandes empresas--, mas diz que, para aviões desse tipo, custa entre US$ 10 milhões e US$ 12 milhões --o que já está incluído no preço pago à Airbus.
O trabalho da empresa --que fica pronto no final do mês-- está sendo feito num aeroporto em Dallas, no Estado do Texas. Seguindo determinação da FAB (Força Aérea Brasileira), disse Altuna, ele não pode permitir que sejam feitas fotos da aeronave.
A Aeronáutica também pediu que os símbolos da República aplicados sobre o avião fossem cobertos. "Acho que por razões de segurança", ele diz.
Insistindo que o governo brasileiro "teve o cuidado" de que a decoração não fosse ostentatória ou cara, diz que o avião tem capacidade para cerca de 30 pessoas.
Em aviões desse tipo, afirmou, "geralmente existe uma área para a equipe de bordo, outra para os ministros --onde há uma sala de estar, com mesas e cadeiras--, e no fundo, uma área para a imprensa ou para assessores do presidente". "No meio ou na frente, um quarto, com banheiro e chuveiro" para Lula.
É ali que está a única cama da aeronave --os outros passageiros dormirão em poltronas reclináveis semelhantes "às de uma classe executiva". Há ainda "entretenimentos", afirma, "mas nada a mais do que você encontraria numa companhia aérea".
A empresa, uma das duas utilizadas pela Airbus nos EUA para o ajuste do interior de aviões, existe desde 1948, diz faturar cerca de US$ 80 milhões por ano com a transformação de quatro ou cinco aviões de grande porte e serviços aeronáuticos, e já modificou aeronaves para a Microsoft e o time de basquete Orlando Magic.
O anúncio, em janeiro deste ano, da compra de um novo avião presidencial causou polêmica quanto aos gastos e foi motivo de investigação do Ministério Público Federal. O objetivo dos procuradores era averiguar se a compra do governo federal, feita sem concorrência, foi regular.
Em relação aos gastos, reportagem da Folha revelou, em março, que uma das prestações da nova aeronave havia consumido 75% dos recursos investidos pelo governo federal no ano até a ocasião. A parcela de R$ 46,9 milhões era equivalente a quase 50 vezes o valor investido em segurança, transportes e organização agrária no período.
O governo, ao anunciar a compra em janeiro, disse que a aeronave que hoje serve à Presidência, um Boeing-707 que também é conhecido como "Sucatão", é um aparelho obsoleto, que causa "embaraços" no exterior pelos altos níveis de ruído ao pousar.
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Leia o que já foi publicado sobre o presidente Lula
"Decoração" para Aerolula vale US$ 10 mi
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da Folha de S.Paulo
Não será um avião das arábias, diz o vice-presidente da Associated Air Center, sobre a aeronave presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva. A empresa realiza, nos Estados Unidos, o trabalho de ajustes internos, instalação de equipamentos e decoração do Airbus Corporate Jetliner comprado pelo governo federal, ao preço de US$ 56,7 milhões.
O novo avião de Lula é "elegante, funcional, mas não é como os dos chefes de Estado do Oriente Médio", afirma Patricio Altuna. Ele não informa o valor exato pago pelo serviço de sua empresa --especializada em reequipar e preparar aviões para presidentes, times de basquete norte-americanos e grandes empresas--, mas diz que, para aviões desse tipo, custa entre US$ 10 milhões e US$ 12 milhões --o que já está incluído no preço pago à Airbus.
O trabalho da empresa --que fica pronto no final do mês-- está sendo feito num aeroporto em Dallas, no Estado do Texas. Seguindo determinação da FAB (Força Aérea Brasileira), disse Altuna, ele não pode permitir que sejam feitas fotos da aeronave.
A Aeronáutica também pediu que os símbolos da República aplicados sobre o avião fossem cobertos. "Acho que por razões de segurança", ele diz.
Insistindo que o governo brasileiro "teve o cuidado" de que a decoração não fosse ostentatória ou cara, diz que o avião tem capacidade para cerca de 30 pessoas.
Em aviões desse tipo, afirmou, "geralmente existe uma área para a equipe de bordo, outra para os ministros --onde há uma sala de estar, com mesas e cadeiras--, e no fundo, uma área para a imprensa ou para assessores do presidente". "No meio ou na frente, um quarto, com banheiro e chuveiro" para Lula.
É ali que está a única cama da aeronave --os outros passageiros dormirão em poltronas reclináveis semelhantes "às de uma classe executiva". Há ainda "entretenimentos", afirma, "mas nada a mais do que você encontraria numa companhia aérea".
A empresa, uma das duas utilizadas pela Airbus nos EUA para o ajuste do interior de aviões, existe desde 1948, diz faturar cerca de US$ 80 milhões por ano com a transformação de quatro ou cinco aviões de grande porte e serviços aeronáuticos, e já modificou aeronaves para a Microsoft e o time de basquete Orlando Magic.
O anúncio, em janeiro deste ano, da compra de um novo avião presidencial causou polêmica quanto aos gastos e foi motivo de investigação do Ministério Público Federal. O objetivo dos procuradores era averiguar se a compra do governo federal, feita sem concorrência, foi regular.
Em relação aos gastos, reportagem da Folha revelou, em março, que uma das prestações da nova aeronave havia consumido 75% dos recursos investidos pelo governo federal no ano até a ocasião. A parcela de R$ 46,9 milhões era equivalente a quase 50 vezes o valor investido em segurança, transportes e organização agrária no período.
O governo, ao anunciar a compra em janeiro, disse que a aeronave que hoje serve à Presidência, um Boeing-707 que também é conhecido como "Sucatão", é um aparelho obsoleto, que causa "embaraços" no exterior pelos altos níveis de ruído ao pousar.
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