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22/12/2009 - 10h52

Senado prorroga processo sobre atos secretos e Agaciel ganha tempo

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MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

Apesar de a comissão disciplinar que apura a edição dos atos secretos ter recomendado o indiciamento do ex-diretor-geral Agaciel Maia, o Senado deu uma nova sobrevida ao servidor. O processo que deveria terminar no dia 9 de janeiro foi prorrogado por mais 60 dias e vai se estender até março de 2010, quando as denúncias de irregularidades em sua gestão de 14 anos completarão um ano.

A Folha Online antecipou na sexta-feira a decisão da comissão de recomendar o indiciamento de Agaciel por ter cometido pelo menos três crimes administrativos. O ex-diretor pode ser demitido.

Ele agiu irregularmente com as normas do serviço público ao utilizar o cargo em benefício próprio ou de terceiros, negar a devida publicidade a questões administrativas, além de ter deixado de cumprir seu dever.

A prorrogação do processo, segundo a Secretaria Especial de Comunicação Social, foi motivada pelo prazo de 20 dias para que Agaciel e outros seis servidores apresentem sua defesa.

Após analisar as justificativas, a comissão fará um novo relatório que será encaminhado ao primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI). Com a avaliação de Heráclito, o processo contra Agaciel seguirá para as mãos do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), padrinho político de Agaciel.

As investigações contra o ex-diretor começaram em junho e já foram prorrogadas duas vezes. Agaciel trabalha agora no ILB (Instituto Legislativo Brasileiro), realizando consultas na biblioteca da Casa sobre os livros que vai usar na montagem de uma biografia dos 1.304 parlamentares que já passaram pelo Senado. A Folha Online procurou o ex-diretor, mas ele não retornou as ligações.

No relatório, a comissão aponta que as provas são claras de que Agaciel cometeu crime de improbidade administrativa por não impedir a ação ou omissão de seus subordinados. No texto, os servidores apontam ainda que os atos secretos trouxeram danos à imagem e credibilidade do Senado.

Na avaliação dos integrantes da comissão, Agaciel coordenou ou permitiu a reiterada prática de não dar a devida publicidade às decisões administrativas entre 2000 e 2009.

Além do ex-diretor-geral, a comissão pede o indiciamento do ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi, que já teve a sua demissão aprovada pela Mesa Diretora.

A decisão também envolve o chefe do serviço de publicação do boletim de pessoal do Senado, Franklin Albuquerque Paes Landim, a chefe de gabinete da diretoria de Recursos Humanos, Ana Lúcia Melo, os servidores do setor de publicações Jarbas Mamede e Washington Oliveira e o servidor da diretoria-geral Celso Menezes.

De 1996 até março deste ano, o Senado só teve Agaciel Maia como diretor-geral. Nos últimos anos, ele centralizou decisões. Agaciel deixou o cargo em março de 2009, depois que a Folha revelou que ele não tinha registrado em cartório uma casa situada em um bairro nobre de Brasília e avaliada em R$ 5 milhões.

Comentários dos leitores
Freddy Grandke (250) 02/02/2010 10h27
Freddy Grandke (250) 02/02/2010 10h27
"servidores que ameaçam recorrer à Justiça contra a implantação do novo sistema por meio do Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas da União)".
Quer dizer que apesar de ser funcionário "público" eles não querem estar sob controle. Demitam todos e ai eles vão ver como era bom ser funcionário público.
sem opinião
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Washington Marques (129) 02/02/2010 09h57
Washington Marques (129) 02/02/2010 09h57
A Galera que vai trabalhar na campanha dos senadores para a releição ficaram fora do ponto eletronico. No Senado Federal, quanto maior o cargo do funcionário e do Senador, é que a fiscalização tem que ser maior, uma vez que na rede da tranbicagem peixe pequeno não entra. sem opinião
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Plinio Vieira Soares (2) 01/02/2010 22h54
Plinio Vieira Soares (2) 01/02/2010 22h54
É lamentavel que o ex presidente Jose Sarney nao tenha o menor apesso pela sua biografia; Um politico sem carisma, que para se manter no poder negociou com todos os governos possiveis e aceitou as maiores torpezas podia ao menos na velhice respeitar o papel de homem da transiçao democratica e nao terminar assim como uma das maiores vergonhas da classe politica.
Esta promessa de ponto eletronicao é como a de reforma administrativa no Senado, se o Senado fosse uma empresa ja teria quebrado, sua eficiencia é vergonha para os cidadãos.
Se nosso sistema politico exigisse um numero minimo de votos sem os quais nao se elegeriam um politico poderiamos ter uma camara com 500, ou com 400, ou 300 ou 200 representaantes.
O ex presidente deveria se retirar para Ilha do Calhau e rezar para que o país o esquecesse.
sem opinião
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