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23/09/2000
-
17h38
da Reuters
no Rio de Janeiro
Se um polêmico político brasileiro conseguir seu intento, os brasileiros que pontilham seu discurso ou suas redações com um excesso de termos estrangeiros podem ser obrigados a voltar à escola para aprender um português melhor.
Um projeto de lei redigido pelo deputado Aldo Rebelo (PC do B), de 44 anos, que já conquistou o apoio -com algumas reservas- de acadêmicos e boa parte da mídia, pretende proibir o uso de estrangeirismo nos locais de trabalho e na maioria das formas de comunicação.
Mas o uso de termos estrangeiros já faz parte do cotidiano de muitos brasileiros, que mandam um ``office boy'' pagar suas contas ou encontram seus amigos durante o ``coffee break'', quando consomem ``fast-food'', a não ser que ocorra um ``blecaute'' no ``shopping''.
Aparentemente, nem mesmo o presidente Fernando Henrique Cardoso fala um português castiço, para a revolta de dezenas de jornalistas brasileiros e estrangeiros que o ouviram falar numa coletiva de imprensa ao final da cúpula dos presidentes sul-americanos, que teve lugar em Brasília este mês.
``Pode haver overlapping'', disse o presidente, destacando a diferença entre o processo de paz na Colômbia e sua ofensiva contra o narcotráfico, tema principal da cúpula.
Em sua cruzada para proteger o idioma de Camões e Machado de Assis de uma maré de anglicismo, o deputado Rebelo está determinado a pôr fim ao uso desnecessário de termos e expressões estrangeiros, que vê como ``prejudicial à herança cultural brasileira''.
O deputado não oculta sua irritação diante da enxurrada de estrangeirismo que qualifica como ``invasão insidiosa e impertinente'' de uma língua bela e capaz de oferecer equivalentes perfeitos a eles.
Uma primeira versão do projeto de lei já superou um obstáculo preliminar, mas essencial, quando, em agosto, foi aprovado pelo Comitê de Educação da Câmara. Agora, o projeto será debatido mais amplamente na Câmara e no Senado.
A intenção original do deputado era inserir na lei uma cláusula polêmica prevendo a cobrança de multa de até 14 mil reais dos culpados de usar estrangeirismo.
``A versão original incluía uma multa, que já retiramos do projeto. Vai depender do governo, mas ele poderá, por exemplo, obrigar a pessoa a voltar à escola para ter aulas de português'', disse Rebelo recentemente a jornalistas estrangeiros.
Leia mais notícias da Reuters na Folha Online
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Projeto de Aldo Rebelo quer proibir uso de palavras estrangeiras
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Se um polêmico político brasileiro conseguir seu intento, os brasileiros que pontilham seu discurso ou suas redações com um excesso de termos estrangeiros podem ser obrigados a voltar à escola para aprender um português melhor.
Um projeto de lei redigido pelo deputado Aldo Rebelo (PC do B), de 44 anos, que já conquistou o apoio -com algumas reservas- de acadêmicos e boa parte da mídia, pretende proibir o uso de estrangeirismo nos locais de trabalho e na maioria das formas de comunicação.
Mas o uso de termos estrangeiros já faz parte do cotidiano de muitos brasileiros, que mandam um ``office boy'' pagar suas contas ou encontram seus amigos durante o ``coffee break'', quando consomem ``fast-food'', a não ser que ocorra um ``blecaute'' no ``shopping''.
Aparentemente, nem mesmo o presidente Fernando Henrique Cardoso fala um português castiço, para a revolta de dezenas de jornalistas brasileiros e estrangeiros que o ouviram falar numa coletiva de imprensa ao final da cúpula dos presidentes sul-americanos, que teve lugar em Brasília este mês.
``Pode haver overlapping'', disse o presidente, destacando a diferença entre o processo de paz na Colômbia e sua ofensiva contra o narcotráfico, tema principal da cúpula.
Em sua cruzada para proteger o idioma de Camões e Machado de Assis de uma maré de anglicismo, o deputado Rebelo está determinado a pôr fim ao uso desnecessário de termos e expressões estrangeiros, que vê como ``prejudicial à herança cultural brasileira''.
O deputado não oculta sua irritação diante da enxurrada de estrangeirismo que qualifica como ``invasão insidiosa e impertinente'' de uma língua bela e capaz de oferecer equivalentes perfeitos a eles.
Uma primeira versão do projeto de lei já superou um obstáculo preliminar, mas essencial, quando, em agosto, foi aprovado pelo Comitê de Educação da Câmara. Agora, o projeto será debatido mais amplamente na Câmara e no Senado.
A intenção original do deputado era inserir na lei uma cláusula polêmica prevendo a cobrança de multa de até 14 mil reais dos culpados de usar estrangeirismo.
``A versão original incluía uma multa, que já retiramos do projeto. Vai depender do governo, mas ele poderá, por exemplo, obrigar a pessoa a voltar à escola para ter aulas de português'', disse Rebelo recentemente a jornalistas estrangeiros.
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