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05/08/2005 - 20h50

PF indicia assessores de Pimentel e Adauto

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da Agência Folha, em Belo Horizonte
da enviada especial da Folha a Belo Horizonte

A Polícia Federal indiciou nesta sexta-feira Rodrigo Barroso Fernandes, ex-tesoureiro da campanha de Fernando Pimentel (PT), prefeito de Belo Horizonte, e José Luiz Alves, assessor do ex-ministro e prefeito de Uberaba, Anderson Adauto (PL). Os dois nomes aparecem em duas listas de sacadores de dinheiro na conta da SMPB Comunicação.

Fernandes e Alves se recusaram a dar esclarecimentos. Diante da negativa dos dois em falar, a Polícia Federal decidiu indiciá-los. Com isso eles deixam a condição de testemunhas no inquérito que investiga os saques no Banco Rural e passam a ser suspeitos no crime de lavagem de dinheiro, conforme disseram os delegados Luiz Gustavo Goes e Cláudio Ribeiro, ambos da PF de Brasília, que foram a Belo Horizonte tomar os depoimentos.

O assessor de Pimentel aparece na lista do Banco Rural como sacador de R$ 274.167,36, em agosto de 2004. O assessor de Adauto teria feito dois saques que somam R$ 150 mil, em setembro de 2003.

Na lista entregue por Marcos Valério de Souza à Polícia Federal nesta semana, os dois nomes aparecem novamente, mas envolvidos com cifras muito maiores. Fernandes aparece vinculado ao nome do tesoureiro do PT-MG, Carlos Magno, com saques que totalizam R$ 774 mil. Alves aparece como responsável pelo recebimento de R$ 1 milhão.

O delegado Goes disse que o indiciamento dos assessores de Pimentel e de Adauto ocorreu porque eles usaram da prerrogativa constitucional de não produzirem provas contra eles mesmos --que eles não poderiam utilizar se continuassem na condição de testemunhas.

O delegado Ribeiro disse que não está descartado, no curso das investigações, eles serem acusados de crime eleitoral.

Tanto Alves quanto Fernandes deixaram a sede da PF na capital mineira sem dar entrevistas. Na chegada, Fernandes, que foi até 2004 secretário de Planejamento da Prefeitura de Belo Horizonte, disse que não fez saques e repetiu o teor na nota que divulgara no último dia 20, quando afirmou estar "indignado" com o aparecimento do seu nome na lista de sacadores.

Quando surgiu pela primeira vez o nome de Fernandes na lista de sacadores, ele pediu exoneração da presidência da Fundação Municipal de Cultura, cargo que ocupava desde o início do ano. Pimentel, que já disse que não tem "nada a dizer sobre isso", afirmou que a saída do seu assessor foi para ele se defender, mas afirmou ter "certeza" de que ele será inocentado.

Quando foi quebrado o sigilo das contas das agências de Valério no Rural e veio à tona os saques que totalizam R$ 150 mil feitos por Alves, Anderson Adauto, ex-ministro dos Transportes do governo Lula, admitiu ter recebido o valor, dizendo ter sido dinheiro enviado pelo ex-tesoureiro nacional do PT Delúbio Soares, para que ele saldasse dívidas da sua campanha a deputado federal, em 2002.

Após Valério apresentar a sua lista, Adauto negou ter recebido R$ 1 milhão. "Eu não confirmo esses valores porque não batem. Quando a questão era política, eu não tinha problema nenhum em admitir [os R$ 150 mil]. Agora o número não bate e eu passo a ter uma questão jurídica para tratar", afirmou Adauto, que quer que Valério apresente os recibos.

Geiza

Também depôs hoje Geiza Dias Santos, gerente financeira da SMPB. O delegado Goes disse que o seu depoimento não trouxe novidades. Ela confirmou o que já dissera em depoimentos anteriores, ou seja, que autorizava alguns saques, mas não conhecia os sacadores. Para autorizar, ela cumpria ordens da direção da agência de Publicidade.

Outras três pessoas depuseram. Cristiano Paiva Neves, ex-assessor de Ademir Lucas (PSDB), ex-prefeito de Contagem, negou ter sacado R$ 300 mil. A PF não comentou os depoimentos de Antônio Fausto Barros da Silva Barros-- ex-assessor do prefeito de Divinópolis, Galileu Machado (PMDB)--, que sacou R$ 44,5 mil, e do economista Fernando César Rocha Ferreira, que sacou R$ 100 mil.

Computadores

A PF enviou para Brasília os 16 computadores e os documentos fiscais e contábeis apreendidos na noite anterior nas agências SMPB e DNA Propaganda. Houve também buscas na casa de Geiza e Simone Vasconcelos, diretora da SMPB, mas a PF não disse se entre o material apreendido estavam documentos encontrados na casa das duas funcionárias da agência.

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