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25/08/2005 - 19h10

Buratti reafirma acusações contra Palocci, mas não apresenta provas

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ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília

Em um depoimento que durou cerca de cinco horas e meia, o ex-assessor da Prefeitura de Ribeirão Preto Rogério Tadeu Buratti reafirmou à CPI dos Bingos as denúncias que fez na última sexta-feira ao Ministério Público, mas não apresentou nenhuma prova. À CPI, ele afirmou que todas as informações foram passada por Ralf Barquete, ex-assessor do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que morreu no ano passado.

Buratti reafirmou que a empresa Leão Leão, empresa responsável pelo recolhimento de lixo em Ribeirão Preto, pagava R$ 50 mil por mês em propina em 2001 e 2002 à prefeitura, à época administrada por Palocci. "Não fui coagido. Confirmo integralmente o depoimento que prestei ao Ministério Público. Eu falei do que vi e ouvi", disse.

Lula Marques/Folha Imagem
O advogado Rogério Tadeu Buratti
O advogado Rogério Tadeu Buratti
Sobre o depoimento prestado no último dia 17, em Ribeirão Preto, Buratti afirmou só ter tomado conhecimento do motivo da sua prisão 20 horas depois de ser detido. Ele afirmou que foi tratado com "requintes de crueldade" por parte do Ministério Público paulista.

Como não apresentou provas, o advogado levou a CPI dos Bingos a aprovar a convocação de Sueli Ribas, mulher de Barquetti. O requerimento para convocação de Sueli foi apresentado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR).

"A senhora Sueli, que já manifestou o desejo de ser ouvida, poderá contribuir de forma decisiva para o andamento dos trabalhos, caso conte o que sabe sobre o esquema de corrupção na Prefeitura de Ribeirão Preto", disse o senador.

Ainda em seu depoimento, Buratti afirmou que a empresa Leão Leão, na qual ele trabalhou, pagava propina para as prefeituras das quais ganhava licitações de recolhimento de lixo. "A comissão era em cima dos contratos. O dinheiro saía da empresa com nota fiscal de prestação de serviço ou então era retirado do caixa da empresa com notas compradas [notas frias]."

Gtech

O advogado disse ainda que os donos das casas de bingos do Rio de Janeiro e de São Paulo contribuíram em 2002 com doações para campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda segundo ele, a renovação do contrato entre a Caixa Econômica Federal e a empresa Gtech "era um dos itens do acordo para a contribuição de campanha do grupo do Rio de Janeiro".

Segundo Buratti, o acordo fechado com o grupo do Rio previa a participação de representantes do grupo na elaboração da legislação que trataria da regulamentação do jogo no Brasil e "o compromisso de renovação do contrato entre a Caixa e a Gtech".

"No Rio, as empresas eram levadas diretamente ao comitê de campanha do presidente. E lá, pelo que o Ralf [Barquete, ex-assessor de Palocci] me disse, elas eram recebidas por pessoas ligadas ao Waldomiro [Diniz]", disse Buratti.

Buratti também confirmou que os donos de casas de jogos de São Paulo contribuíram com cerca de R$ 1 milhão para a campanha eleitoral petista. Ele disse acreditar que o mesmo valor foi doado pelo grupo do Rio.

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