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03/10/2005
-
09h01
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Em nota à imprensa divulgada ontem, o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira contestou informações publicadas pela Folha. No texto, Silvio diz que o título "Direção do PT sabia do caixa 2, diz ex-secretário" distorce suas declarações, que, segundo ele, foram publicadas corretamente nas reportagens do jornal.
O ex-secretário afirma que, "em nenhum momento", afirmou que os dirigentes do PT tivessem conhecimento de operações com caixa dois. Contesta ainda que tivesse dito que o PT tivesse pago a outros partidos por apoio eleitoral.
A entrevista com Silvio foi motivada por investigação realizada pela Receita para apurar sonegação fiscal de pessoas supostamente envolvidas no "mensalão". Após o entrevistado falar sobre sua situação fiscal e patrimonial, a entrevista passou para o campo político. Nessa etapa, praticamente todas as perguntas e respostas trataram do caixa dois do PT.
A conversa foi gravada e depois transcrita, como no trecho dito por Silvio: "Eu assumo a responsabilidade como membro da direção do PT, em que pese a direção do PT ter realmente a noção do que estava acontecendo. Ninguém é hipócrita de achar que não sabia que existia caixa dois. Qual membro da direção do PT não sabia disso?".
Silvio falou da campanha municipal de 2004, na qual ele coordenou o Grupo de Trabalho Eleitoral. Questionado sobre os integrantes desse grupo, Silvio disse que eram 11, e citou Valter Pomar, Romênio Pereira, Francisco Campos, Joaquim Soriano, Marcelo Sereno e Paulo Ferreira. A reportagem então questionou se os integrantes sabiam do caixa dois. Resposta: "A idéia de caixa dois em campanhas eleitorais, o senso comum, quem, de senso comum, iria dizer que não sabia disso? Pelo amor de Deus!".
Em seguida, a Folha indagou se "realmente teria havido o acordo de R$ 20 milhões" que o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) disse que o PT teria firmado com seu partido em 2004. "Houve um acordo, sim, houve", respondeu.
Leia a íntegra da nota de Silvio Pereira:
"Sobre matéria publicada neste domingo pelo jornal Folha de S.Paulo, intitulada 'Direção do PT sabia do caixa 2, diz ex-secretário', desejo esclarecer os seguintes pontos:
O título da referida reportagem distorce minha declaração, publicada corretamente nas páginas internas. Em nenhum momento disse que os dirigentes do PT tinham conhecimento de operações com receitas não-contabilizadas. Questionado pelo jornalista Leonardo Souza sobre o tema, respondi com outra pergunta: 'Qual o membro da alta direção do PT que não poderia supor que pudesse existir [o caixa dois]?'. Fiz apenas, como está claro, uma alusão ao fato de que dirigentes partidários poderiam especular sobre a possibilidade de campanhas eleitorais estarem recebendo verbas sem registro oficial. Jamais afirmei, portanto, que a direção do partido soubesse ou tivesse tratado de recursos irregulares, como faz crer a manchete do jornal. Repito: em nenhum momento presenciei ou fui informado de qualquer discussão a este respeito nas instâncias partidárias.
Afirmei ao jornalista que o PT fez acordos eleitorais que pressupunham o compartilhamento dos custos de campanha. Não disse, em qualquer momento, que o partido tivesse pago a outros partidos por apoio eleitoral. Muito menos, como destaca a reportagem, 'que havia um acordo com o PTB, nas eleições municipais do ano passado, pelo qual o partido receberia recursos de caixa dois do PT'. Esta afirmação é de autoria do jornalista.
Não tive participação alguma nos acordos eleitorais referentes à disputa na cidade de São Paulo, ao contrário do que afirma a matéria."
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Em nota, Silvio Pereira contesta informações dadas em entrevista
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Em nota à imprensa divulgada ontem, o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira contestou informações publicadas pela Folha. No texto, Silvio diz que o título "Direção do PT sabia do caixa 2, diz ex-secretário" distorce suas declarações, que, segundo ele, foram publicadas corretamente nas reportagens do jornal.
O ex-secretário afirma que, "em nenhum momento", afirmou que os dirigentes do PT tivessem conhecimento de operações com caixa dois. Contesta ainda que tivesse dito que o PT tivesse pago a outros partidos por apoio eleitoral.
A entrevista com Silvio foi motivada por investigação realizada pela Receita para apurar sonegação fiscal de pessoas supostamente envolvidas no "mensalão". Após o entrevistado falar sobre sua situação fiscal e patrimonial, a entrevista passou para o campo político. Nessa etapa, praticamente todas as perguntas e respostas trataram do caixa dois do PT.
A conversa foi gravada e depois transcrita, como no trecho dito por Silvio: "Eu assumo a responsabilidade como membro da direção do PT, em que pese a direção do PT ter realmente a noção do que estava acontecendo. Ninguém é hipócrita de achar que não sabia que existia caixa dois. Qual membro da direção do PT não sabia disso?".
Silvio falou da campanha municipal de 2004, na qual ele coordenou o Grupo de Trabalho Eleitoral. Questionado sobre os integrantes desse grupo, Silvio disse que eram 11, e citou Valter Pomar, Romênio Pereira, Francisco Campos, Joaquim Soriano, Marcelo Sereno e Paulo Ferreira. A reportagem então questionou se os integrantes sabiam do caixa dois. Resposta: "A idéia de caixa dois em campanhas eleitorais, o senso comum, quem, de senso comum, iria dizer que não sabia disso? Pelo amor de Deus!".
Em seguida, a Folha indagou se "realmente teria havido o acordo de R$ 20 milhões" que o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) disse que o PT teria firmado com seu partido em 2004. "Houve um acordo, sim, houve", respondeu.
Leia a íntegra da nota de Silvio Pereira:
"Sobre matéria publicada neste domingo pelo jornal Folha de S.Paulo, intitulada 'Direção do PT sabia do caixa 2, diz ex-secretário', desejo esclarecer os seguintes pontos:
O título da referida reportagem distorce minha declaração, publicada corretamente nas páginas internas. Em nenhum momento disse que os dirigentes do PT tinham conhecimento de operações com receitas não-contabilizadas. Questionado pelo jornalista Leonardo Souza sobre o tema, respondi com outra pergunta: 'Qual o membro da alta direção do PT que não poderia supor que pudesse existir [o caixa dois]?'. Fiz apenas, como está claro, uma alusão ao fato de que dirigentes partidários poderiam especular sobre a possibilidade de campanhas eleitorais estarem recebendo verbas sem registro oficial. Jamais afirmei, portanto, que a direção do partido soubesse ou tivesse tratado de recursos irregulares, como faz crer a manchete do jornal. Repito: em nenhum momento presenciei ou fui informado de qualquer discussão a este respeito nas instâncias partidárias.
Afirmei ao jornalista que o PT fez acordos eleitorais que pressupunham o compartilhamento dos custos de campanha. Não disse, em qualquer momento, que o partido tivesse pago a outros partidos por apoio eleitoral. Muito menos, como destaca a reportagem, 'que havia um acordo com o PTB, nas eleições municipais do ano passado, pelo qual o partido receberia recursos de caixa dois do PT'. Esta afirmação é de autoria do jornalista.
Não tive participação alguma nos acordos eleitorais referentes à disputa na cidade de São Paulo, ao contrário do que afirma a matéria."
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