Publicidade
Publicidade
18/12/2005
-
09h47
PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O gasto em publicidade da gestão do governador Aécio Neves (PSDB) em Minas Gerais até outubro deste ano é 520% superior ao previsto no Orçamento do Estado aprovado pela Assembléia Legislativa. Ao contrário dos R$ 10 milhões previstos, o Executivo mineiro realizou despesas que somam R$ 61,8 milhões.
Os dados do Siafi-MG (Sistema Institucional de Acompanhamento Financeiro de Minas Gerais) foram obtidos pelo líder da minoria no Legislativo, o deputado Weliton Prado (PT), que quer agora coibir o que entende ser "excesso de gastos em publicidade". Ele disse que vai apresentar emenda para tentar que o Legislativo proíba o governo de fazer suplementações nessa área.
O governo contesta haver gasto excessivo. Diz que, pelo fato de a atual gestão ter se iniciado com déficit fiscal, sendo necessário equilibrar as finanças, as previsões orçamentárias foram sempre jogadas para baixo.
E alega que, na medida em que o Estado foi ajustando as contas, eliminou o déficit e pôde investir mais, as suplementações foram ocorrendo em todos os setores, não só no da comunicação.
O gasto com publicidade em 2005 será maior do que o apurado até outubro, já que, naquele mês, o total autorizado pelo Executivo já estava em R$ 65,8 milhões.
Pelo dados do Siafi, nos dez primeiros meses foram gastos em Assistência Social, Cultura e Habitação, em média, R$ 35 milhões em cada um desses setores.
A acentuada diferença entre o previsto e o executado repete 2004, quando a previsão orçamentária foi também de R$ 10 milhões. Para 2006, também é inferior ao que o governo tem gastado: R$ 27,5 milhões.
Publicação do TCE (Tribunal de Contas do Estado) de 20 de outubro último mostra que em 2004 o Executivo gastou R$ 52 milhões com publicidade. Com os gastos das autarquias e fundações, o valor atinge R$ 57,8 milhões.
Pelos números do TCE, as despesas com publicidade do Executivo cresceram 106,05% de 2003 para 2004. Comparando 2004 com até outubro de 2005, pelo valor pago, são mais 19%.
Os gastos com publicidade das empresas estatais na comparação 2003-2004 foram ainda mais elevados percentualmente. De acordo com as demonstrações do TCE, as despesas saltaram de R$ 12,1 milhões para R$ 44,2 milhões. "Houve um incremento de 264,53%", diz o relatório.
Segundo o órgão, a maior concentração de gastos de publicidade do Executivo em 2004 ocorreu no último trimestre. Dos R$ 57 milhões despendidos pelas administrações diretas e indiretas, 52,8% foram realizados de outubro a dezembro.
"Déficit zero"
Foi nesse período que o governador anunciou que o Estado havia atingido o "déficit zero", dando ampla publicidade ao equilíbrio fiscal. Ou seja, o Estado passou a não gastar mais do que arrecada. Essa campanha custou R$ 1,84 milhão.
A campanha mais cara ("Minas Crescendo", R$ 3,9 milhões), realizada entre outubro e dezembro, teve o objetivo de "prestar contas das realizações do governo nas áreas social e econômica", conforme ofício encaminhado ao TCE pela Secretaria de Governo.
Outra de valor mais elevado foi "Ano do Desenvolvimento" (R$ 2,85 milhões), para "informar sobre as ações do governo em todos os setores".
A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, por meio do promotor Denilson Feitoza, abriu investigação para apurar gastos com publicidade sobre a isenção de ICMS para 150 produtos, conforme anunciado pelo governo em setembro. Alega que a medida, para vigorar, ainda não foi aprovada pelo Legislativo.
Propaganda indevida
Feitoza pediu esclarecimentos à Secretaria de Governo sobre as veiculações, os custos e a razão de a campanha ter ido ao ar antes da aprovação pelo Legislativo.
Para o promotor, publicidade antes de uma medida entrar em vigor configura "propaganda indevida e ilícita". Depois de ser exibida na TV, essa campanha está agora estampada nas traseiras dos ônibus urbanos de Belo Horizonte, os outdoors ambulantes.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Aécio Neves
Aécio passa em 520% gasto com publicidade
Publicidade
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O gasto em publicidade da gestão do governador Aécio Neves (PSDB) em Minas Gerais até outubro deste ano é 520% superior ao previsto no Orçamento do Estado aprovado pela Assembléia Legislativa. Ao contrário dos R$ 10 milhões previstos, o Executivo mineiro realizou despesas que somam R$ 61,8 milhões.
Os dados do Siafi-MG (Sistema Institucional de Acompanhamento Financeiro de Minas Gerais) foram obtidos pelo líder da minoria no Legislativo, o deputado Weliton Prado (PT), que quer agora coibir o que entende ser "excesso de gastos em publicidade". Ele disse que vai apresentar emenda para tentar que o Legislativo proíba o governo de fazer suplementações nessa área.
O governo contesta haver gasto excessivo. Diz que, pelo fato de a atual gestão ter se iniciado com déficit fiscal, sendo necessário equilibrar as finanças, as previsões orçamentárias foram sempre jogadas para baixo.
E alega que, na medida em que o Estado foi ajustando as contas, eliminou o déficit e pôde investir mais, as suplementações foram ocorrendo em todos os setores, não só no da comunicação.
O gasto com publicidade em 2005 será maior do que o apurado até outubro, já que, naquele mês, o total autorizado pelo Executivo já estava em R$ 65,8 milhões.
Pelo dados do Siafi, nos dez primeiros meses foram gastos em Assistência Social, Cultura e Habitação, em média, R$ 35 milhões em cada um desses setores.
A acentuada diferença entre o previsto e o executado repete 2004, quando a previsão orçamentária foi também de R$ 10 milhões. Para 2006, também é inferior ao que o governo tem gastado: R$ 27,5 milhões.
Publicação do TCE (Tribunal de Contas do Estado) de 20 de outubro último mostra que em 2004 o Executivo gastou R$ 52 milhões com publicidade. Com os gastos das autarquias e fundações, o valor atinge R$ 57,8 milhões.
Pelos números do TCE, as despesas com publicidade do Executivo cresceram 106,05% de 2003 para 2004. Comparando 2004 com até outubro de 2005, pelo valor pago, são mais 19%.
Os gastos com publicidade das empresas estatais na comparação 2003-2004 foram ainda mais elevados percentualmente. De acordo com as demonstrações do TCE, as despesas saltaram de R$ 12,1 milhões para R$ 44,2 milhões. "Houve um incremento de 264,53%", diz o relatório.
Segundo o órgão, a maior concentração de gastos de publicidade do Executivo em 2004 ocorreu no último trimestre. Dos R$ 57 milhões despendidos pelas administrações diretas e indiretas, 52,8% foram realizados de outubro a dezembro.
"Déficit zero"
Foi nesse período que o governador anunciou que o Estado havia atingido o "déficit zero", dando ampla publicidade ao equilíbrio fiscal. Ou seja, o Estado passou a não gastar mais do que arrecada. Essa campanha custou R$ 1,84 milhão.
A campanha mais cara ("Minas Crescendo", R$ 3,9 milhões), realizada entre outubro e dezembro, teve o objetivo de "prestar contas das realizações do governo nas áreas social e econômica", conforme ofício encaminhado ao TCE pela Secretaria de Governo.
Outra de valor mais elevado foi "Ano do Desenvolvimento" (R$ 2,85 milhões), para "informar sobre as ações do governo em todos os setores".
A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, por meio do promotor Denilson Feitoza, abriu investigação para apurar gastos com publicidade sobre a isenção de ICMS para 150 produtos, conforme anunciado pelo governo em setembro. Alega que a medida, para vigorar, ainda não foi aprovada pelo Legislativo.
Propaganda indevida
Feitoza pediu esclarecimentos à Secretaria de Governo sobre as veiculações, os custos e a razão de a campanha ter ido ao ar antes da aprovação pelo Legislativo.
Para o promotor, publicidade antes de uma medida entrar em vigor configura "propaganda indevida e ilícita". Depois de ser exibida na TV, essa campanha está agora estampada nas traseiras dos ônibus urbanos de Belo Horizonte, os outdoors ambulantes.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice