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07/02/2006
-
21h55
THIAGO GUIMARÃES
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O lobista mineiro Nilton Monteiro, responsável pela divulgação da chamada "lista de Furnas", rebateu nesta terça-feira as afirmações de que o conjunto de papéis tem erros e inconsistências. Afirmou que possui recibos dos pagamentos da estatal federal a políticos, mas que por enquanto não irá divulgá-los.
A "lista de Furnas" é um conjunto de cinco folhas de papel sem autenticação que aponta a existência de caixa dois na campanha de 2002. Enumera 156 políticos de 12 partidos que teriam recebido dinheiro por meio da estatal federal de energia Furnas.
O lobista afirmou ter recebido a lista do ex-diretor de Furnas Dimas Fabiano Toledo, cuja assinatura está no papel, com autenticação em cartório "por semelhança". Dimas nega o conteúdo e a autoria do documento.
Sobre a data no final da lista ser de 2002 e as autenticações da cópia e da assinatura de Dimas serem de 2005, Monteiro afirma que o ex-diretor de Furnas montou a lista no ano passado, após as denúncias do deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ) sobre um esquema de desvio de dinheiro na estatal. Teria depois inserido a data retroativa.
"Se esse pessoal não me mantiver no cargo, você vai me ajudar, porque político eu ajudei a todo mundo", teria dito Dimas a Monteiro, segundo o lobista.
Incongruências
A lista citou dois candidatos a deputado que não concorreram na eleição de 2002. Segundo Monteiro, o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Velloso Lucas e o ex-ministro de Minas e Energia Francisco Luiz Gomide utilizaram o dinheiro para ajudar candidatos no Espírito Santo.
O documento também erra o Estado do deputado Ciro Nogueira (PP-PI), que nega ter recebido dinheiro do suposto esquema. Para o lobista, Dimas pode ter inserido os erros propositalmente. "Ele não quis me dar [a lista] 100% precisa. Ele deixou [a autenticidade] no ar."
Sobre o fato de uma empresa que seria "doadora" do esquema aparecer na lista de 2002 com um nome que não usava na época, Monteiro, que depôs hoje à Polícia Federal na capital mineira, disse que a empresa contribuiu em 2004, quando já negociava com o nome citado na lista.
Monteiro, que seria o detetor da lista original, não quis falar sobre o assunto. "Tudo tem seu tempo." Disse que, se for à CPI dos Correios, irá expor todas as suas "cartas na manga". Afirmou também que tem recibos de alguns dos supostos pagamentos registrados na lista.
Outro lado
O ex-prefeito de Vitória e presidente do PSDB no Espírito Santo, Velloso Lucas, não foi localizado hoje na sede do PSDB capixaba. A reportagem ligou para o celular dele, mas não houve retorno. O ex-ministro Francisco Gomide e o ex-diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo também não foram localizados.
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Lobista afirma que "lista de Furnas" é autêntica e que tem recibos
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da Agência Folha, em Belo Horizonte
O lobista mineiro Nilton Monteiro, responsável pela divulgação da chamada "lista de Furnas", rebateu nesta terça-feira as afirmações de que o conjunto de papéis tem erros e inconsistências. Afirmou que possui recibos dos pagamentos da estatal federal a políticos, mas que por enquanto não irá divulgá-los.
A "lista de Furnas" é um conjunto de cinco folhas de papel sem autenticação que aponta a existência de caixa dois na campanha de 2002. Enumera 156 políticos de 12 partidos que teriam recebido dinheiro por meio da estatal federal de energia Furnas.
O lobista afirmou ter recebido a lista do ex-diretor de Furnas Dimas Fabiano Toledo, cuja assinatura está no papel, com autenticação em cartório "por semelhança". Dimas nega o conteúdo e a autoria do documento.
Sobre a data no final da lista ser de 2002 e as autenticações da cópia e da assinatura de Dimas serem de 2005, Monteiro afirma que o ex-diretor de Furnas montou a lista no ano passado, após as denúncias do deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ) sobre um esquema de desvio de dinheiro na estatal. Teria depois inserido a data retroativa.
"Se esse pessoal não me mantiver no cargo, você vai me ajudar, porque político eu ajudei a todo mundo", teria dito Dimas a Monteiro, segundo o lobista.
Incongruências
A lista citou dois candidatos a deputado que não concorreram na eleição de 2002. Segundo Monteiro, o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Velloso Lucas e o ex-ministro de Minas e Energia Francisco Luiz Gomide utilizaram o dinheiro para ajudar candidatos no Espírito Santo.
O documento também erra o Estado do deputado Ciro Nogueira (PP-PI), que nega ter recebido dinheiro do suposto esquema. Para o lobista, Dimas pode ter inserido os erros propositalmente. "Ele não quis me dar [a lista] 100% precisa. Ele deixou [a autenticidade] no ar."
Sobre o fato de uma empresa que seria "doadora" do esquema aparecer na lista de 2002 com um nome que não usava na época, Monteiro, que depôs hoje à Polícia Federal na capital mineira, disse que a empresa contribuiu em 2004, quando já negociava com o nome citado na lista.
Monteiro, que seria o detetor da lista original, não quis falar sobre o assunto. "Tudo tem seu tempo." Disse que, se for à CPI dos Correios, irá expor todas as suas "cartas na manga". Afirmou também que tem recibos de alguns dos supostos pagamentos registrados na lista.
Outro lado
O ex-prefeito de Vitória e presidente do PSDB no Espírito Santo, Velloso Lucas, não foi localizado hoje na sede do PSDB capixaba. A reportagem ligou para o celular dele, mas não houve retorno. O ex-ministro Francisco Gomide e o ex-diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo também não foram localizados.
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