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16/02/2006
-
17h45
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
O clima tenso entre governo e oposição no Congresso acabou atingindo a CPI dos Bingos e o presidente da comissão, senador Efraim Morais (PFL-PB), foi obrigado nesta quinta-feira a encerrar a reunião antes do que era previsto. Um bate-boca entre governistas e oposição em relação às acusações feitas contra o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), pelo deputado petista José Mentor (SP), foi o estopim da discussão.
Paes de Barros foi acusado de utilizar recursos de caixa dois em sua campanha eleitoral. Estes recursos seriam provenientes de pessoas ligadas ao crime organizado. A acusação contra o senador tucano foi trazida à CPI dos Bingos pelo juiz Julier Sebastião da Silva, que depôs hoje na CPI. Foi ele que julgou o processo contra o ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, conhecido como "comendador". É no seu parecer sobre o processo contra Arcanjo que o nome de Paes de Barros é citado.
O senador tucano foi presidente da CPI do Banestado, relatada por José Mentor. A comissão foi encerrada no ano passado sem a aprovação do seu relatório final, devido às disputas políticas entre seus dirigentes. Mentor encaminhou à Justiça do Mato Grosso cópia do seu parecer, que passou a fazer parte do processo contra o comendador, conforme explicou Julier Sebastião da Silva.
O juiz do Mato Grosso explicou que, no início de 2005, o deputado José Mentor e a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) entregaram a ele o relatório de Mentor sobre a CPI do Banestado. Julier disse que mandou anexar o relatório aos autos do processo contra o comendador e, "dando seqüência jurídica à matéria, encaminhou-a para o Ministério Público Federal por citar senador da República, onde o processo permaneceu por quatro meses".
Segundo o depoimento do juiz, Mentor acusa Paes de Barros de ter obstruído os trabalhos de investigação da CPI do Banestado. No processo, ele é citado também como tendo recebido cerca de R$ 240 mil de Arcanjo para sua campanha eleitoral de 2002. "A mim não cabe julgar se Mentor tem credibilidade ou não; como ele encaminhou oficialmente, era minha obrigação despachar para o Ministério Público", disse Julier.
As declarações do juiz provocaram a indignação de Antero Paes de Barros, que avisou que vai processá-lo. Além de afirmar que o juiz é "mentiroso", Paes de Barros desqualificou totalmente o trabalho feito por Mentor na CPI do Banestado.
"É um lixo! Um lixo de um bandido que é o José Mentor, um gângster! Os ladrões têm de me respeitar. Ladrões de minha honra! Não me venha com esse papo de crime organizado para cima de mim. Crime organizado é com o PT", disse Paes de Barros.
A senadora Serys Slhessarenko, que não integra a CPI dos Bingos, após ver o tumulto criado com as declarações do juiz, foi ao plenário da comissão tentar explicar sua participação no caso, o que provocou ainda mais a ira tucana.
Devido aos ânimos exaltados na comissão, o senador Tião Viana (PT-AC) pediu o encerramento dos trabalhos por hoje e a transferência do depoimento do procurador José Pedro Taques para a próxima semana.
Com Agência Senado
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a CPI dos Bingos
Leia a cobertura completa sobre a crise em Brasília
Acusações contra Paes de Barros interrompem trabalhos da CPI dos Bingos
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da Folha Online, em Brasília
O clima tenso entre governo e oposição no Congresso acabou atingindo a CPI dos Bingos e o presidente da comissão, senador Efraim Morais (PFL-PB), foi obrigado nesta quinta-feira a encerrar a reunião antes do que era previsto. Um bate-boca entre governistas e oposição em relação às acusações feitas contra o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), pelo deputado petista José Mentor (SP), foi o estopim da discussão.
Paes de Barros foi acusado de utilizar recursos de caixa dois em sua campanha eleitoral. Estes recursos seriam provenientes de pessoas ligadas ao crime organizado. A acusação contra o senador tucano foi trazida à CPI dos Bingos pelo juiz Julier Sebastião da Silva, que depôs hoje na CPI. Foi ele que julgou o processo contra o ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, conhecido como "comendador". É no seu parecer sobre o processo contra Arcanjo que o nome de Paes de Barros é citado.
O senador tucano foi presidente da CPI do Banestado, relatada por José Mentor. A comissão foi encerrada no ano passado sem a aprovação do seu relatório final, devido às disputas políticas entre seus dirigentes. Mentor encaminhou à Justiça do Mato Grosso cópia do seu parecer, que passou a fazer parte do processo contra o comendador, conforme explicou Julier Sebastião da Silva.
O juiz do Mato Grosso explicou que, no início de 2005, o deputado José Mentor e a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) entregaram a ele o relatório de Mentor sobre a CPI do Banestado. Julier disse que mandou anexar o relatório aos autos do processo contra o comendador e, "dando seqüência jurídica à matéria, encaminhou-a para o Ministério Público Federal por citar senador da República, onde o processo permaneceu por quatro meses".
Segundo o depoimento do juiz, Mentor acusa Paes de Barros de ter obstruído os trabalhos de investigação da CPI do Banestado. No processo, ele é citado também como tendo recebido cerca de R$ 240 mil de Arcanjo para sua campanha eleitoral de 2002. "A mim não cabe julgar se Mentor tem credibilidade ou não; como ele encaminhou oficialmente, era minha obrigação despachar para o Ministério Público", disse Julier.
As declarações do juiz provocaram a indignação de Antero Paes de Barros, que avisou que vai processá-lo. Além de afirmar que o juiz é "mentiroso", Paes de Barros desqualificou totalmente o trabalho feito por Mentor na CPI do Banestado.
"É um lixo! Um lixo de um bandido que é o José Mentor, um gângster! Os ladrões têm de me respeitar. Ladrões de minha honra! Não me venha com esse papo de crime organizado para cima de mim. Crime organizado é com o PT", disse Paes de Barros.
A senadora Serys Slhessarenko, que não integra a CPI dos Bingos, após ver o tumulto criado com as declarações do juiz, foi ao plenário da comissão tentar explicar sua participação no caso, o que provocou ainda mais a ira tucana.
Devido aos ânimos exaltados na comissão, o senador Tião Viana (PT-AC) pediu o encerramento dos trabalhos por hoje e a transferência do depoimento do procurador José Pedro Taques para a próxima semana.
Com Agência Senado
Especial
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