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14/03/2006
-
09h54
FERNANDA KRAKOVICS
da Folha de S.Paulo
Apesar das absolvições na Câmara, os deputados acusados de envolvimento com o "mensalão" não devem escapar do relatório final da CPI dos Correios, que deve sugerir o indiciamento deles por sonegação fiscal e crime eleitoral.
"Uma coisa é o juízo político e outra é o encaminhamento para o Ministério Público", disse o relator da comissão, deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR), que também pretende pedir o indiciamento do ex-ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) e do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.
Relatório parcial enviado pela CPI, no final de agosto, ao Conselho de Ética da Câmara acusou 19 deputados de envolvimento com o chamado "mensalão". Desses, três renunciaram ao mandato, quatro foram absolvidos e dois foram cassados pela Casa.
"Ficamos um pouquinho frustrados pelo trabalho que apresentamos. Supúnhamos que haveria uma análise mais cuidadosa do Congresso", disse Serraglio, referindo-se às absolvições dos deputados Professor Luizinho (PT-SP), Roberto Brant (PFL-MG), Romeu Queiroz (PTB-MG) e Sandro Mabel (PL-GO).
Gushiken
Quanto a Luiz Gushiken, hoje chefe do NAE (Núcleo de Assuntos Estratégicos), o pedido de indiciamento seria por supostas irregularidades nos contratos de publicidade das estatais, que eram supervisionados pela Secom. "Basta ler o relatório da CGU [Controladoria Geral da União] para ver que vamos propor o indiciamento", disse o relator.
A CPI não conseguiu provar até agora, no entanto, o envolvimento de Gushiken em supostos desvios de recursos dos fundos de pensão para o "valerioduto".
Já Pizzolato seria responsabilizado pelo suposto desvio de dinheiro da cota do Banco do Brasil no fundo Visanet. "Vou pedir o indiciamento do Pizzolato, que praticamente conduziu o processo; dos que foram coniventes, assinando documentos; e dos que não fiscalizaram a execução dos serviços", afirmou Serraglio.
Auditoria do próprio Banco do Brasil já constatou a ausência de comprovantes que expliquem o destino de R$ 23,2 milhões repassados pelo fundo Visanet à DNA Propaganda, agência de Marcos Valério. Gushiken e Pizzolato sempre negaram a existência de qualquer irregularidade.
Especial
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CPI pedirá indiciamento de deputados absolvidos
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da Folha de S.Paulo
Apesar das absolvições na Câmara, os deputados acusados de envolvimento com o "mensalão" não devem escapar do relatório final da CPI dos Correios, que deve sugerir o indiciamento deles por sonegação fiscal e crime eleitoral.
"Uma coisa é o juízo político e outra é o encaminhamento para o Ministério Público", disse o relator da comissão, deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR), que também pretende pedir o indiciamento do ex-ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) e do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.
Relatório parcial enviado pela CPI, no final de agosto, ao Conselho de Ética da Câmara acusou 19 deputados de envolvimento com o chamado "mensalão". Desses, três renunciaram ao mandato, quatro foram absolvidos e dois foram cassados pela Casa.
"Ficamos um pouquinho frustrados pelo trabalho que apresentamos. Supúnhamos que haveria uma análise mais cuidadosa do Congresso", disse Serraglio, referindo-se às absolvições dos deputados Professor Luizinho (PT-SP), Roberto Brant (PFL-MG), Romeu Queiroz (PTB-MG) e Sandro Mabel (PL-GO).
Gushiken
Quanto a Luiz Gushiken, hoje chefe do NAE (Núcleo de Assuntos Estratégicos), o pedido de indiciamento seria por supostas irregularidades nos contratos de publicidade das estatais, que eram supervisionados pela Secom. "Basta ler o relatório da CGU [Controladoria Geral da União] para ver que vamos propor o indiciamento", disse o relator.
A CPI não conseguiu provar até agora, no entanto, o envolvimento de Gushiken em supostos desvios de recursos dos fundos de pensão para o "valerioduto".
Já Pizzolato seria responsabilizado pelo suposto desvio de dinheiro da cota do Banco do Brasil no fundo Visanet. "Vou pedir o indiciamento do Pizzolato, que praticamente conduziu o processo; dos que foram coniventes, assinando documentos; e dos que não fiscalizaram a execução dos serviços", afirmou Serraglio.
Auditoria do próprio Banco do Brasil já constatou a ausência de comprovantes que expliquem o destino de R$ 23,2 milhões repassados pelo fundo Visanet à DNA Propaganda, agência de Marcos Valério. Gushiken e Pizzolato sempre negaram a existência de qualquer irregularidade.
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