Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
30/05/2006 - 09h34

Provincianismo paulista prejudica o país, diz Ciro

Publicidade

RAPHAEL GOMIDE
CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo

Ex-ministro da Integração Nacional e um dos cotados para ser vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, Ciro Gomes (PSB) sugeriu um pacto entre os candidatos à Presidência, em especial os do PT e do PSDB, para resolver questões suprapartidárias --sistemas tributário, previdenciário e político-- no futuro governo federal, seja de quem for.

"O PSDB vai ao poder; o PT trava o diálogo e o obriga a se abraçar com esses estratos mais fisiológicos, clientelistas, atrasados da política. Agora acontece o inverso: o PSDB vai para uma intransigência que obriga o PT a confraternizar com o atraso, a fisiologia, o clientelismo, a corrupção. Não dá mais, o Brasil não precisa mais pagar o preço desse provincianismo de São Paulo."

Para Ciro Gomes, "o provincianismo da política" de São Paulo fez mal ao Brasil. "PT e PSDB de São Paulo vêm se chocando de forma radical há alguns anos, e isso faz com que a política nacional, que não tem nada com isso, replique essa radicalização rasteira", disse.

O ex-ministro propôs que os candidatos se comprometam a apoiar uma agenda política para o próximo governo ser capaz de fazer reformas consensuais, como no sistemas tributário, previdenciário e político.

"Debate qualificado"

"Devíamos agora na campanha propor debate qualificado que comprometa os dois a uma agenda central do país, com a qual um estará comprometido a colaborar caso o outro vença, Lula com Alckmin, de que aquele que perder vai cooperar com o outro. Heloísa Helena, Cristovam Buarque, o camarada do PSTU, todos têm de assumir compromisso", disse Ciro.

Em São Paulo, sem saber da proposta de Ciro, o presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati (CE), acenou com a possibilidade de diálogo ao afirmar que "quem quer que seja que assuma o governo vai ter que enfrentar uma bomba fiscal de retardo que está sendo preparada pelo enorme aumento das despesas correntes".

E "a oposição vai ter que conversar para conter isso, sob pena de a inflação voltar com violência". E afirmou que, vitorioso, é o PSDB que vai procurar o PT. Mas, ao responder sobre a viabilidade de diálogo, disse: "Estamos dispostos".

Embora lembrando que o PT sempre foi contrário à redução de benefícios de servidores públicos, Tasso concordou com o ministro Tarso Genro sobre a necessidade de reformas no setor: "Alguns privilégios devem ser quebrados, sim".

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso discorda. Para ele, estão "colocando o carro diante dos bois", porque o PSDB vai vencer as eleições e Geraldo Alckmin é quem deverá ser ouvido. "O PT está preocupado com a governabilidade", disse FHC, segundo o qual o PSDB "não está carregando o peso das críticas que o PT está". "Não temos esse problema de governabilidade nessa maneira agônica como tem o PT. O problema é deles. Não é nosso."

Ciro disse estar calmo, evitando se exasperar e se intitulou um ING (indivíduo não-governamental). "Não tem ONG?", brincou. Ele evitou responder se pode ser candidato a vice de Lula: "Essa pergunta você tem de fazer ao presidente".

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre eleições de 2006
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página