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16/06/2006
-
12h04
ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
Sem alarde, o STF (Supremo Tribunal Federal) abriu um inquérito para investigar o deputado José Mentor (PT-SP). O pedido partiu do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. O processo está sob responsabilidade do ministro Cezar Peluso, que analisa o caso desde o dia 7 de junho e já pediu diligências.
Mentor é acusado de receber R$ 300 mil do doleiro Richard Andrew de Mol Van Otterloo para que ele não fosse incluído no relatório final da CPI do Banestado, da qual o deputado era relator.
A denúncia partiu do próprio doleiro que prestou depoimento espontâneo ao Ministério Público de São Paulo na expectativa de conseguir redução de pena. O doleiro foi condenado a seis anos de prisão, mas responde ao processo em liberdade mediante habeas corpus concedido pelo Supremo.
Segundo Otterloo, a ordem para que se efetuasse o pagamento partiu do empresário Flávio Maluf, filho do ex-prefeito Paulo Maluf, por temer que a eventual inclusão do nome do doleiro no relatório poderia causar um "efeito cascata" que levasse à conta Chanani, atribuída ao ex-prefeito Paulo Maluf.
Corregedoria
A denúncia contra Mentor também é investigada pela Corregedoria da Câmara dos Deputados. O próprio Mentor encaminhou para o corregedor, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), a decisão do STF de investigá-lo.
Segundo apurou a Folha Online, Mentor teria como objetivo suspender as investigações na Câmara, a exemplo do que aconteceu com as denúncias sobre a "máfia dos sanguessugas".
Dessa forma, o deputado evitaria mais um processo político, que pode resultar na cassação do seu mandato e na perda dos direitos políticos por oito anos. Mentor já escapou da punição por seu suposto envolvimento no esquema do "mensalão". O Conselho de Ética condenou o deputado, mas ele foi absolvido pelo plenário da Câmara.
A Folha Online apurou que a Corregedoria não deve suspender o processo enquanto correr a investigação no STF, como ocorreu com os denunciados na "máfia dos sanguessugas". A avaliação é que a denúncia envolve a atividade do parlamentar. Quem acompanha o caso diz que certamente o caso seguirá para o Conselho de Ética.
Nos próximos dias, a Corregedoria deverá ouvir Mentor e o doleiro. O depoimento ainda não ocorreu porque o órgão não conseguiu notificar Richard Andrew de Mol Van Otterloo. Mentor já encaminhou sua defesa por escrito. Disse que a denúncia é "absurda". Mas ele deve ter que se explicar de novo e agora pessoalmente.
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STF abre inquérito para investigar José Mentor
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da Folha Online, em Brasília
Sem alarde, o STF (Supremo Tribunal Federal) abriu um inquérito para investigar o deputado José Mentor (PT-SP). O pedido partiu do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. O processo está sob responsabilidade do ministro Cezar Peluso, que analisa o caso desde o dia 7 de junho e já pediu diligências.
Mentor é acusado de receber R$ 300 mil do doleiro Richard Andrew de Mol Van Otterloo para que ele não fosse incluído no relatório final da CPI do Banestado, da qual o deputado era relator.
A denúncia partiu do próprio doleiro que prestou depoimento espontâneo ao Ministério Público de São Paulo na expectativa de conseguir redução de pena. O doleiro foi condenado a seis anos de prisão, mas responde ao processo em liberdade mediante habeas corpus concedido pelo Supremo.
Segundo Otterloo, a ordem para que se efetuasse o pagamento partiu do empresário Flávio Maluf, filho do ex-prefeito Paulo Maluf, por temer que a eventual inclusão do nome do doleiro no relatório poderia causar um "efeito cascata" que levasse à conta Chanani, atribuída ao ex-prefeito Paulo Maluf.
Corregedoria
A denúncia contra Mentor também é investigada pela Corregedoria da Câmara dos Deputados. O próprio Mentor encaminhou para o corregedor, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), a decisão do STF de investigá-lo.
Segundo apurou a Folha Online, Mentor teria como objetivo suspender as investigações na Câmara, a exemplo do que aconteceu com as denúncias sobre a "máfia dos sanguessugas".
Dessa forma, o deputado evitaria mais um processo político, que pode resultar na cassação do seu mandato e na perda dos direitos políticos por oito anos. Mentor já escapou da punição por seu suposto envolvimento no esquema do "mensalão". O Conselho de Ética condenou o deputado, mas ele foi absolvido pelo plenário da Câmara.
A Folha Online apurou que a Corregedoria não deve suspender o processo enquanto correr a investigação no STF, como ocorreu com os denunciados na "máfia dos sanguessugas". A avaliação é que a denúncia envolve a atividade do parlamentar. Quem acompanha o caso diz que certamente o caso seguirá para o Conselho de Ética.
Nos próximos dias, a Corregedoria deverá ouvir Mentor e o doleiro. O depoimento ainda não ocorreu porque o órgão não conseguiu notificar Richard Andrew de Mol Van Otterloo. Mentor já encaminhou sua defesa por escrito. Disse que a denúncia é "absurda". Mas ele deve ter que se explicar de novo e agora pessoalmente.
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