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20/07/2006
-
09h44
LEONARDO SOUZA
ADRIANO CEOLIN
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O líder da bancada evangélica na Câmara, Adelor Vieira (PMDB-SC), e o deputado João Grandão (PT-MS) constam da lista de nomes citados pelo empresário Luiz Antônio Vedoin como supostos recebedores de propina do esquema que fraudava licitação de ambulâncias, segundo a Folha apurou.
O depoimento de Luiz Antonio, apontado pela PF como líder da quadrilha, tem servido de base para as investigações da CPI dos Sanguessugas. Grandão é o primeiro deputado petista a aparecer como alvo potencial da comissão.
Anteontem, a CPI divulgou os nomes de 56 deputados e um senador que tiveram inquéritos abertos pelo Ministério Público Federal. Além dos 57, a CPI ligou outros 42 nomes (ainda sob sigilo), entre parlamentares e ex-congressistas, que teriam sido citados por Luiz Antonio. João Grandão e Adelor estão entre os 42.
A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) havia sido citada no depoimento do empresário Darci Vedoin, pai de Luiz Antonio, mas seu nome não consta da lista da Procuradoria.
"De acordo com o depoimento dele [Vedoin], pelos menos 105 parlamentares tiveram algum benefício financeiro", disse o vice-presidente da CPI, Raul Jungmann (PPS-PE).
A Folha apurou que o nome de João Grandão aparece nas investigações por conta da apresentação de três emendas para a compra de ambulâncias no valor de R$ 300 mil. Um dos deputados da CPI informou que o nome de Grandão estaria também em transcrições de conversas gravadas pela PF.
Adelor Vieira destinou, no ano passado, emendas no valor de R$ 560 mil para a compra de ambulâncias a uma organização não-governamental que seria ligada à sua igreja, a Assembléia de Deus. Além de Adelor, há oficialmente sob investigação pelo menos dez outros membros da bancada evangélica. Membros da CPI dizem que esse número pode aumentar.
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), integrante da CPI, disse que parte da bancada envolvida deveria ser investigada sob a ótica de uma quadrilha. Eles seriam liderados pelo ex-deputado Carlos Rodrigues (sem partido-RJ)
Adelor atribuiu o vazamento das informações referentes a ele a Gabeira. Por meio de sua assessoria, disse que as acusações são infundadas e levianas e que deve processar Gabeira.
Ninguém atendia ao telefone ontem no gabinete nem nos celulares de Grandão.
Nomeado ontem sub-relator, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) criticou os partidos que anunciaram expulsão dos filiados citados, afirmando que a menção não implica necessariamente em culpa.
Sampaio estabeleceu oito critérios para definir o nível de relação de cada parlamentar no esquema. Os principais são recebimento de propina e gravações comprometedoras.
O ministro Jorge Hage (Controladoria Geral da União) classificou de "simplista e falaciosa" a agrupação dos deputados sanguessugas em dois blocos, governistas e oposição. Hage ressaltou que muitas das emendas que serviram de base para a venda de ambulâncias superfaturadas são anteriores a 2003.
Especial
Leia a cobertura completa sobre a máfia das ambulâncias
Enquete:os partidos devem expulsar os parlamentares citados na lista da CPI dos Sanguessugas?
Deputado do PT levou propina, diz acusado
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ADRIANO CEOLIN
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O líder da bancada evangélica na Câmara, Adelor Vieira (PMDB-SC), e o deputado João Grandão (PT-MS) constam da lista de nomes citados pelo empresário Luiz Antônio Vedoin como supostos recebedores de propina do esquema que fraudava licitação de ambulâncias, segundo a Folha apurou.
O depoimento de Luiz Antonio, apontado pela PF como líder da quadrilha, tem servido de base para as investigações da CPI dos Sanguessugas. Grandão é o primeiro deputado petista a aparecer como alvo potencial da comissão.
Anteontem, a CPI divulgou os nomes de 56 deputados e um senador que tiveram inquéritos abertos pelo Ministério Público Federal. Além dos 57, a CPI ligou outros 42 nomes (ainda sob sigilo), entre parlamentares e ex-congressistas, que teriam sido citados por Luiz Antonio. João Grandão e Adelor estão entre os 42.
A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) havia sido citada no depoimento do empresário Darci Vedoin, pai de Luiz Antonio, mas seu nome não consta da lista da Procuradoria.
"De acordo com o depoimento dele [Vedoin], pelos menos 105 parlamentares tiveram algum benefício financeiro", disse o vice-presidente da CPI, Raul Jungmann (PPS-PE).
A Folha apurou que o nome de João Grandão aparece nas investigações por conta da apresentação de três emendas para a compra de ambulâncias no valor de R$ 300 mil. Um dos deputados da CPI informou que o nome de Grandão estaria também em transcrições de conversas gravadas pela PF.
Adelor Vieira destinou, no ano passado, emendas no valor de R$ 560 mil para a compra de ambulâncias a uma organização não-governamental que seria ligada à sua igreja, a Assembléia de Deus. Além de Adelor, há oficialmente sob investigação pelo menos dez outros membros da bancada evangélica. Membros da CPI dizem que esse número pode aumentar.
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), integrante da CPI, disse que parte da bancada envolvida deveria ser investigada sob a ótica de uma quadrilha. Eles seriam liderados pelo ex-deputado Carlos Rodrigues (sem partido-RJ)
Adelor atribuiu o vazamento das informações referentes a ele a Gabeira. Por meio de sua assessoria, disse que as acusações são infundadas e levianas e que deve processar Gabeira.
Ninguém atendia ao telefone ontem no gabinete nem nos celulares de Grandão.
Nomeado ontem sub-relator, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) criticou os partidos que anunciaram expulsão dos filiados citados, afirmando que a menção não implica necessariamente em culpa.
Sampaio estabeleceu oito critérios para definir o nível de relação de cada parlamentar no esquema. Os principais são recebimento de propina e gravações comprometedoras.
O ministro Jorge Hage (Controladoria Geral da União) classificou de "simplista e falaciosa" a agrupação dos deputados sanguessugas em dois blocos, governistas e oposição. Hage ressaltou que muitas das emendas que serviram de base para a venda de ambulâncias superfaturadas são anteriores a 2003.
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