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03/08/2006
-
17h47
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
O depoimento de sete horas do sócio da Planam Luiz Antônio Trevisan Vedoin à CPI dos Sanguessugas será suficiente, de acordo com o presidente da comissão, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), para abrir processo de cassação de "um elevado número de parlamentares".
O primeiro relatório da CPI será apresentado na próxima semana e deve recomendar a abertura de processo de cassação contra um número ainda incerto de deputados e senadores.
O depoimento desta quinta-feira comprometeu a situação dos senadores envolvidos --Ney Suassuna (PMDB-PB), Serys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES)--, confirmou as evidências que existiam contra parte dos parlamentares e referendou as acusações contra deputados que poderiam escapar por falta de provas.
De acordo com dados da CPI, não haveria provas contra 23% dos 90 parlamentares listados. Isso porque esses deputados e/ou senadores teriam recebido comissão ou propina em espécie. No depoimento, Vedoin apresentou testemunhas que poderiam comprovar o envolvimento desses parlamentares com a máfia das ambulâncias.
Biscaia afirmou que, mesmo se não houver provas do pagamento de propina ou da concessão de favores a parlamentares, deputados e senadores podem ter processo aberto por quebra de decoro. A mera reunião de um parlamentar com integrantes da máfia já demonstraria, na opinião de Biscaia, que haveria disposição para negociar com a quadrilha.
Para poucos parlamentares --entre quatro e seis do PFL e PSDB, de acordo com Fernando Ferro (PT-PE)-- o depoimento foi positivo. Vedoin descartou a participação desses deputados com a máfia e negou ter negociado com parte deles.
Apesar disso, o número de envolvidos pode aumentar. Raul Jungmann (PPS-PE), vice-presidente da CPI, disse que Vedoin ampliou o número de parlamentares envolvidos. Contra dois novos deputados haveria a partir deste depoimento indícios da participação na máfia. Esses parlamentares serão investigados numa segunda fase.
Vedoin ainda suscitou suspeitas contra um quarto senador. Em tom de denúncia, como relataram integrantes da CPI, Vedoin disse que "todos sabiam" de um senador que trabalhou para a liberação de R$ 20 milhões em recursos extra-orçamentários para a compra de ambulâncias.
Esse senador não teria envolvimento com a Planam, mas poderia, de acordo com um membro da comissão, participar de um esquema montado por empresas concorrentes que atuariam em outros Estados.
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CPI diz que depoimento de sanguessuga é suficiente para pedir várias cassações
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da Folha Online, em Brasília
O depoimento de sete horas do sócio da Planam Luiz Antônio Trevisan Vedoin à CPI dos Sanguessugas será suficiente, de acordo com o presidente da comissão, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), para abrir processo de cassação de "um elevado número de parlamentares".
O primeiro relatório da CPI será apresentado na próxima semana e deve recomendar a abertura de processo de cassação contra um número ainda incerto de deputados e senadores.
O depoimento desta quinta-feira comprometeu a situação dos senadores envolvidos --Ney Suassuna (PMDB-PB), Serys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES)--, confirmou as evidências que existiam contra parte dos parlamentares e referendou as acusações contra deputados que poderiam escapar por falta de provas.
De acordo com dados da CPI, não haveria provas contra 23% dos 90 parlamentares listados. Isso porque esses deputados e/ou senadores teriam recebido comissão ou propina em espécie. No depoimento, Vedoin apresentou testemunhas que poderiam comprovar o envolvimento desses parlamentares com a máfia das ambulâncias.
Biscaia afirmou que, mesmo se não houver provas do pagamento de propina ou da concessão de favores a parlamentares, deputados e senadores podem ter processo aberto por quebra de decoro. A mera reunião de um parlamentar com integrantes da máfia já demonstraria, na opinião de Biscaia, que haveria disposição para negociar com a quadrilha.
Para poucos parlamentares --entre quatro e seis do PFL e PSDB, de acordo com Fernando Ferro (PT-PE)-- o depoimento foi positivo. Vedoin descartou a participação desses deputados com a máfia e negou ter negociado com parte deles.
Apesar disso, o número de envolvidos pode aumentar. Raul Jungmann (PPS-PE), vice-presidente da CPI, disse que Vedoin ampliou o número de parlamentares envolvidos. Contra dois novos deputados haveria a partir deste depoimento indícios da participação na máfia. Esses parlamentares serão investigados numa segunda fase.
Vedoin ainda suscitou suspeitas contra um quarto senador. Em tom de denúncia, como relataram integrantes da CPI, Vedoin disse que "todos sabiam" de um senador que trabalhou para a liberação de R$ 20 milhões em recursos extra-orçamentários para a compra de ambulâncias.
Esse senador não teria envolvimento com a Planam, mas poderia, de acordo com um membro da comissão, participar de um esquema montado por empresas concorrentes que atuariam em outros Estados.
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